Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 06/12/2010 - 16:59h
Não adianta nada afirmar isso agora - e pode até mesmo parecer injusto - mas a culpa primária é dos próprios moradores há muitos e muitos anos atrás, quando começaram a se estabelecer nesses locais.
Também não é certo falar em "culpa", mas a primeira "causa" disso foi a ocupação desordenada de nossos morros por parte de seus primeiros habitantes que saíram fazendo becos e construções improvisadas, dentro de suas posses que evidentemente eram as mínimas.
Então pode-se perceber que o estado sempre esteve ausente dos verdadeiros problemas sociais, fingindo não percebê-los e dando ênfase aos então privilégios da Zona Sul (hoje em dia se fala muito em Zona Oeste, esquecendo-se propositadamente de Bangu e bairros adjacentes).
Enquanto não havia tráfico, o "perigoso" era o malandro do morro, aquele que brigava de navalha mas que respeitava e era respeitado pela comunidade onde morava, com a qual o relacionamento era de "bom dia", "boa tarde" ou "boa noite", à moda cartesiana mesmo, sem sorrisinhos nem sonrisal.
Os problemas de abastecimento e de saneamento básico foram crescendo, crescendo, sempre sem serem avistados pelos sucessivos governos. O povo sofreu sem ter a quem recorrer.
Em Roma à época de Nero a coisa não era diferente. E quando se diz que ele tocou fogo em Roma, esquece-se de corrigir: Ele tocou fogo mesmo foi NOS GUETOS de Roma.
Hoje parece que o caso é apenas "de polícia". Mas ainda faltam o saneamento básico, o abastecimento, o fornecimento de água e energia elétrica a custos razoáveis, a saúde pública, o ensino...
Já que falamos na Roma antiga, por que não falar na Miami atual? Apenas porque fica lá na matriz? Talvez seja porque os carros e as motos dos bandidos sejam mais bonitos e confortáveis, e suas armas mais modernas ainda.
Por aqui se fala na apreensão de armas moderníssimas. É verdade, Mas também há - de ambos os lados - muitas armas velhas, desgastadas com o tempo, algumas coladas com fita isolante e outros tipos de adesivos.
Mas a mídia insiste em continuar "romântica e sonhadora", mostrando um lado "poético" de uma verdade que é muito maior.