Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 25/12/2012 - 02:56h
Quanto ao "integrador":
Certas empresas não são apenas montadoras, elas fabricam seu próprio hardware, da forma o mais extensa possível.
A HP (Compaq) ainda hoje fabrica as próprias motherboards e a maioria dos periféricos.
No passado eles - assim como Acer, Apple, Dell, Itautec, Philco, tinham sistemas totalmente proprietários, alguns deles recorrendo a terceiros fabricantes de chipsts como a American Megatrends, a Phenix, etc.
O padrão contudo é ditado pela IBM, que foi a inventora da arquitetura de 16 bits (recurso que lê simultaneamente 2 bytes de 8 bits cada, e daí em diante, lendo 4 ou 8 ou 16 ou 32 ou 64 bytes de cada vez). A IBM patenteou o processo de leitura em blocos de 8 bits.
Esse padrão é que deveria ser seguido, porém como as empresas não poderiam violar as patentes da IBM, tiveram de diferenciar seus produtos daqui e dali.
Hoje em dia elas estão se rendendo cada vez mais à padronização, que contudo ainda não é 100%, por motivos óbvios.
Por ocasião da tal Reserva de Informática, cada integrador brasileiro era literalmente obrigado a fabricar suas próprias soluções, e "integrar" da forma como hoje entendemos era considerado "pirataria", dando multa, fechamento da empresa e prisão dos sócios.
(Conheci alguns empresários que incorreram nisso e passaram por maus bocados).
Era muito mais barato comprar placas da Juko, PC Chips e placas de video da Trident - por exemplo - do que fazer suas próprias placas de circuitos.
E era isso o que os integradores procuravam fazer, para diminuir custos.
Só que quando eram descobertos, era aquele auê...
Tinha uma grande fábrica de modems brasileira (a Cetus) que desejou fazer parceria com a Novell para implementação de redes, porém foi sumariamente impedida por força do entendimento governamental da época.
Acabou entrando em concordata e nós perdemos a Cetus, a parceria, e ficamos importando rede Novell porque "não havia concorrentes nacionais". Belo raciocínio...
Os fabricantes nacionais eram a Cobra Computadores, a Novadata, a Microtec, a Itautec e outras, que desenvolviam seus circuitos a partir do zero.
As placas da Microtec, por exemplo, eram imeeeeensas...
A propósito, o padrão da IBM incluía uma linguagem BASIC embutida em uma ROM, o que "dedurava" os copistas de programas de BIOS: Logo após o POST, aparecia a seguinte mensagem: "NO ROM BASIC. SYSTEM HALTED".
Ou seja, entregava o plágio "de bandeja"...
E como se pode notar, até essa etapa não existe o menor vestígio de um sistema operacional qualquer.
Ele, qualquer que seja, somente irá dar o ar de sua graça a partir daí.
Antes disso, já foi contada a memória, já foram detectados os dispositivos primários de entrada e saída, já foi verificado o circuito primário de video, e se eles estão aptos para o serviço.
Se faltar o teclado, será emitida a mensagem "KEYBOARD ERROR" e se o HD estiver com defeito, isso também será avisado, antes do sistema operacional mostrar o ar de sua graça...
Então, sob o ponto de vista meramente técnico, para provar que o computador está realmente funcionando, o sistema operacional ainda é desnecessário, como sempre foi.
O firmware e o BIOS se incumbem perfeitamente disso.
Agora, para ir mais adiante, isso já é coisa de Técnicos (note-se o "T" maiúsculo), que usarão placas especiais e/ou programas de diagnóstico para detectar e diagnosticar quaisquer anomalias.
Voltando a comparar com um automóvel, eles vêm apenas com um pouquinho de combustível e um pouquinho de óleo, apenas para se movimentar provisoriamente nos pátios.
O comprador portanto, tem de providenciar para encher o tanque e completar o nível de óleo, água, aditivos, calibrar pneus, etc.
E até retirar aquela graxa à base de abóbora que serve para proteger a pintura.
Em geral a concessionária faz isso,
Ou não.
E eu pergunto: Quando se compra uma CPU avulsa, mesmo "de marca", mas que vem sem teclado, sem mouse ou sem monitor, como é que o fabricante pode provar que está tudo funcionando:...