Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 24/12/2012 - 08:48h
Realmente não se pode aceitar a tal licença de forma alguma, senão perde-se a razão (e o usuário incauto é literalmente induzido a isso, ao simplesmente ligar o computador pela primeira vez).
No entanto, não é verdade que um computador deva ser vendido necessariamente com um sistema operacional preinstalado.
Eu mesmo na década de 80, já vendi muitos computadores sem sistema operacional algum, para clientes que instalariam PIC ou VirtuOS em suas máquinas (ou ainda CP/M 86, Os/2, etc.)
Um sistema operacional está para um micro assim como gasolina, óleo, ar e água estão para um automóvel.
Que tais ítens são necessários, realmente o são, mas de forma análoga (eis aqui o princípio da analogia, muito usado em Direito) um carro não deixa de funcionar se a gasolina for de alguma marca diferente, desde que esteja dentro das especificações da indústria automobilística.
Alguns fabricantes sugerem alguma marca de óleo, não propriamente pela marca, mas pelas propriedades que aquele óleo possa ter e que fazem aquele automóvel ter um melhor desempenho.
E a indústria concorrente se incumbe de suprir óleos com as mesmas características, ou cuja base possibilite que haja uma combinação de aditivos que nos permita chegar aos mesmos resultados.
Pelo princípio da analogia, um computador não tem necessidade específica de "Windows", e não é válida a hipótese de que não "há como testar o computador sem sistema operacional" para que se possa oferecer garantia.
Nos anos da tal "Reserva de Informática" os computadores eram vendidos sem a tal venda casada, e havia a garantia de um ano, por iniciativa dos próprios fabricantes.
Considerando-se que mesmo com toda a evolução tecnológica ocorrida os computadores seguem basicamente a mesma arquitetura compatível com os antigos 8080, 8086, 8088, 80286, 80386, 80486, 80586, Pentium, etc. etc. etc. etc. essa venda "obrigatória" com um sistema operacional específico não tem fundamento.
Por outro lado, um computador para funcionar precisa de monitor, teclado e de mouse, e no entanto muitos computadores são vendidos "no osso", isto é, apenas a CPU e isso é considerado "normal" (veja-se por exemplo o caso do Mini Apple e de muitos outros computadores "de loja").
Um computador não pode ser testado se não houver um teclado.
ISSO é verdade. Mas se ele passar pelo POST (Power On Self Test) há uma chance de 99% de que todo o PC esteja funcionando corretamente.
Pelo princípio da analogia, é absurda a alegação da necessidade de um sistema operacional preinstalado (Seja "Windows", "Librix", "Satux", "Ubuntu", etc.) para que se possa oferecer a garantia legal necessária.
E como sabemos, se para dirigir um automóvel não precisamos ser engenheiros, e para usar um computador não precisamos ser bacharéis em Direito e cumulativamente Mestres de Engenharia de Software ou de Hardware.
Em um automóvel, podemos substituir os pneus pela marca que preferirmos, podemos usar nitrogênio em vez de ar, usar gasolina da Shell, da Esso, da Texaco, da Petrobrás, etc., tudo isso sem perder a garantia, e desde que respeitadas as características recomendadas.
A lei nos considera como "consumidores", "assinantes", "usuários", etc., conforme o caso.
Mas sempre somos a parte mais vulnerável, a parte a ser protegida.