bellei
(usa Debian)
Enviado em 15/09/2012 - 12:04h
SKETCHUP PARA LINUX JÁ!!!!!!1
Senhores e (eventualmente) Senhoras:
Há um ano e pouco migrei do Windows para o Linux e, obviamente, só tive benefícios, os quais não preciso enumerar aqui, neste ambiente de expertos, todos carecas de saber o quanto um pobre usuário windows enriquece sua experiência existencial ao usar o Linux, já que o computador é uma espécie de apêndice da alma. Vivemos quase integralmente com ele e não é saudável passar a vida esperando o Vista destravar ou atemorizado com a eminência da página azul irromper do nada e destruir seu trabalho, seu humor, suas crenças religiosas e, porque não dizer, até mesmo seu casamento, já que é muito comum mulheres fazerem as malas e partirem com o amante para a praia do boqueirão quando o marido passa dias e dias babando, uivando e arrancando os cabelos diante daquele microzinho vagabundo comprado nas Casas Ba…. bem, enfim, essa é a vida da maioria dos usuários windows porque só têm uma remota compreensão de um sistema operacional, já que foi adestrado apenas aos significados do “iniciar”, “avançar” e “concluir”, como fora o meu caso, naturalmente. Claro que eu era bem mais competente do que isso, pois sabia usar o ccleaner; instalar o avast; reiniciar o computador e, eventualmente, formatar um pendrive, mas, o que eu mais fazia era, na verdade, navegar nas páginas do baixaki, procurando tudo quanto era parafernália para consertar outras parafernálias já instaladas e corrompidas ou cheias de vírus. Não preciso dizer que as novas parafernálias, quando baixadas, entupiam o navegador da internet com tudo que é buscador que existe no universo e fora dele. Assim, a primeira sensação que tive ao migrar para o Linux foi a de tomar um bom banho, isto é, a sensação de limpeza e relaxamento. Fiquei tão feliz que liguei para minha sogra no meio da noite e disse-lhe que a poluição é a primeira vítima do Linux e desliguei o telefone. Alguém pode perguntar o que minha sogra tem a ver com essa história. Nada, eu respondo, mas, isso não vem ao caso agora. A segunda sensação de usar o Linux foi a de amor próprio, pois, tive a nítida impressão de que ele foi desenvolvido por pessoas que gostam de mim mesmo ignorando totalmente a minha existência e, finalmente, a terceira sensação foi a de orgulho, afinal, eu estava usando um terminal pela primeira vez, sem pânico, desespero, tremedeira, palpitações, esquizofrenia e sudorose. Mais do que isso, eu estava baixando atualizações por ele. Confesso que, vendo aquelas letrinhas correrem pela tela do computador, deu-me vontade de chorar. Nem tudo, entretanto, são flores. Levei um bom tempo navegando nas páginas do Viva o Linux procurando entender como entrar num diretório pelo terminal. Estourei champanhe quando aprendi que podia entrar na pasta de downloads digitando cd /home/meu-lindo-nome/Downloads, no terminal e, acabei tomando uma segunda garrafa quando pude ver o que tinha dentro da pasta com um simples “ls”. Depois disso fiquei bêbado, mas isso também não vem ao caso agora. No limiar dessas novas experiências, disse para mim mesmo que jamais chegaria perto do windows, nem mesmo do xp que, a rigor, parecia-me uma grande conquista da humanidade. As coisas, infelizmente, não foram bem assim. A migração total, tão desejada pelo meu ser, não foi possível e esta impossibilidade tem um nome (e um responsável): “Google”! Explico: O google é o desenvolvedor do programa mais essencial para mim. Minha ferramenta de trabalho insubstituível: o Sketchup. (Por favor, não me peçam para substituí-lo pelo Blender assim como ninguém pede à Red Bull substituir o Vetel pelo Rubinho). O maldito Sketchup, no entanto, não roda no Linux, em nenhuma distro, que se saiba. Para rodá-lo pelo Linux (Debian, que é a minha), só através do Wine. O Wine, entretanto, é um desenvolvimento feito para não funcionar. Não sei se é verdade, mas, suponho que seus desenvolvedores se especializaram na impossibilidade e, enfim, fizeram o impossível: que o Wine funcione. Não estou fazendo um juízo universal e absoluto, posto que é sabido que existe uma meia dúzia de iluminados pelo mundo que conseguiu fazer a coisa rodar, mas, eu, pobre mortal, desprovido de super-poderes-transcendentes-e-escatológicos não consigo. Pelo menos não no Debian. No Ubuntu, que foi minha porta de entrada para a libertação cibernética, até que dava..... dava pra usar (e pessimamente mal) o Sketchup por uns dez minutos antes do bug. Quando digo que o Wine não funciona no Debian estou dizendo do alto da experiência de quem passou meses pesquisando o problema. Foi por causa disso que resolvi escrever esta carta para o Viva o Linux. Não para pedir orientação. Conheço todas as orientações possíveis e imagináveis. Escrevo-lhes na intenção de criar uma corrente de pressão ao Google, pois não é possível que o Google não pense nos incontáveis necessitados do Sketchup que usam Linux mundo afora. Isso é um desrespeito ao Linux!.... Se alguém compreende a necessidade que está contida nestas linhas pessimamente escritas, por favor, me ajude: reproduza este discurso: “SKETCHUP PARA LINUX JÁ!!!!!!!!”.
Um abraço a todos.
Alexandre Bellei.
Ps. A propósito, ontem de madrugada acordei com o telefone tocando. Alguém morreu, pensei. Era minha sogra. Ligou para me dizer que está comigo nesta cruzada. Ela não é um amor?