Mesmo em sites especializados, encontra-se referências ao
Wine como um emulador ou posicionado na categoria de emuladores.
Há quem defina emuladores como simuladores de hardware através de um software. Para fazer esse trabalho os emuladores se tornam lentos, dependendo da complexidade do hardware simulado e da capacidade do hardware real.
Nos repositórios do
Linux há muitos programas que emulam máquinas de vídeo game, algumas bem saudosas.
Nesta mesma linha define-se um
virtualizador, um ambiente virtual como os programas que permitem um ambiente dentro de outro. Nesta definição o
vmware-player e o
virtualbox seriam virtualizadores, mas são comumente chamados de emuladores.
Contudo, a perfeição acadêmica não é o que consta no popular. Para não confundir nem magoar, vamos chamar o vmware-player e o virtualbox de máquinas virtuais.
Os virtualizadores avançados reservam áreas de memória e acesso seletivo a dispositivos, facilitando a vida dos usuários. O driver de vídeo, por exemplo, não tem jeito. O Linux já está acessando e não pode permitir acesso direto do driver de vídeo do Windows.
Ainda que o wine, em muitos ou na maioria dos casos, se comporte como máquina virtual, ele não é um emulador, nem na prática nem no rigor conceitual. W.I.N.E é uma sigla como W... Is Not Emulator.
As máquinas virtuais permitem um sistema operacional rodar "ao lado" de outro no mesmo boot, ainda que de maneira restrita, ou com algumas restrições de acesso.
Na máquina virtual está instalado o sistema convidado "guest" por inteiro, com sua estrutura, seus programas e alguns de seus drivers. Por exemplo, tenho um scanner que não tem driver para Linux, então instalo o vmware-player e o Windows dentro do vmware-player. Tenho uma máquina virtual.
Neste caso o Windows está rodando numa máquina que não existe. Em termos simples isso é um virtualizador também chamado de "emulador" (certo ou errado é assim que encontramos na internet).
Os virtualizadores permitem utilizar alguns drivers do sistema convidado, e outros do sistema hospedeiro. Na prática dois drivers não podem acessar o mesmo dispositivo simultaneamente.
Você pode montar um pendrive no Windows dentro da máquina virtual e no Linux, mas num de cada vez.
O wine não é emulador, nem máquina virtual. Sua base é a biblioteca
winelib que converte, ou interpreta (interpreta é ótimo), ou carrega o código win32 na memória, e o Linux roda o código win32 como nativo.
Quando instala-se ou roda-se um programa em wine, só existe o "conversor" e o Linux. Não há Windows nenhum, pelo menos não há o sistema operacional Windows.
Obviamente os programas codificados em win32 precisam de todo o suporte de bibliotecas e outros suportes para poder funcionar. O wine provê esse suporte para a maioria dos casos. Grande parte desse suporte são APIs Win32.
Note que nem todo programa win32 funciona em wine porque o wine não provê todo e qualquer suporte que o Windows provê para win32. Os tais OLE (Object Link and Embedment) não funcionam bem no wine.
Outra limitação severa são os drivers. Uma vez carregado o código na memória, "convertido" ou interpretado para código nativo *Nix, tudo que o programa enxerga é o próprio Linux com seus drivers e com seus recursos.
Em suma a disponibilidade de hardware, e conexões com o hardware, é a mesma do Linux (melhor dizer
GNU/Linux).