64 Bits - A próxima batalha

Os produtores dos sistemas operacionais de 64 bits estão se preparando para a batalha que se aproxima. Quem impuser os novos padrões vai dominar o mercado por um bom tempo.

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Por: Edwal F. Paiva Filho em 27/11/2008


Em tempos de paz



A competição pelos padrões de informática, ora se concentra no software, ora se concentra no hardware. Cabe contar para o jovens que lá pela segunda metade dos anos 80 o software andava anos luz a frente do hardware. A computação engatinhava porque a microeletrônica não conseguia atender às demandas dos programadores, tanto em capacidade de memória como de processamento.

O IBM Xt era uma simplificação brutal dos main frames, tão grandes e tão caros que só empresas e instituições de bom porte podiam comprá-los. O I-386 foi o ovo de Colombo da popularização da informática. Com seu clock de 20 MHz e sua imensa memória de 8 Mb, ele permitiu a implantação das interfaces gráficas do Windows e do OS/2. As interfaces gráficas já estavam disponíveis na linha Apple a preços não tão populares.

Notem que já existiam interfaces gráficas para o Xt´s precursores do i386, mas essas interfaces eram pobres e pouco atrativas.

Antes do i386 os programadores e analistas eram especialistas em compactar programas e arquivos de maneira a ocupar o menor espaço de memória possível, tanto em disco como em RAM. Junto com os i386 apareceram os Cdroms e as placas de som. O mp3 só se popularizou depois, pois converter um arquivo wav em mp3 num 386 levava muitas horas.

Depois do i386, no início dos anos 90 vieram os i486 e i586 que terminaram nas gerações Pentium. Daí em diante a corrida de gato e rato entre software e hardware ocorreu mais ou menos síncrona, significa que o hardware conseguiu atender às demandas de software, mais ou menos a contento. Todavia as demandas de informática foram puxadas pelo software durante muito tempo. Muito tempo em informática significa 5 anos ou menos.

Não parece claro o momento em que o hardware superou a demanda básica de software. Digo demanda básica o pacote home-office normalmente utilizado, pois a medida que o hardware disponibilizava potência novas utilizações surgiam, tais como processamento de imagem, mas não as são utilizações mais populares.

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Páginas do artigo
   1. Em tempos de paz
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Comentários
[1] Comentário enviado por vsmoraes em 27/11/2008 - 11:39h

Simplesmente perfeito.

O artigo aborda um assunto muito complicado e interessante.
Essa mudança de 32 para 64bits vem sendo protelada há muito tempo, basta pegar a data do primeiro pc de 64bits lançado.
Como exemplo, estou postando este comentário de um AMD Athlon 64 3000+, que data de 2002.
Ou seja, possuo um pc de 64bits há 6 anos e rodando, quase que totalmente, em 32bits.

Talvez esta mudança vai requerer uma necessidade "drástica" da indústria (ou consumidores). Digo, algum software revolucionário que demande um processamento absurdo ou que 4GB não seja suficiente. Se pensarmos bem, isso já está ocorrendo!
Vejamos os games de antigamente e os de hoje. São cada vez mais "destruidores de máquinas".
Hoje em dia, uma pessoa com uma máquina modesta com 1Gb de RAM não consegue rodar quase nenhum jogo dessa nova leva.

Bom, estou com o tempo um pouco apertado aqui, poderia comentar mais coisas sobre este assunto. Mas aqui encerro.

nicolo, você está de parabéns pelo belo artigo.

[2] Comentário enviado por tjpp em 27/11/2008 - 12:17h

Nao sei quanto tempo leva um artigo para ser publicado no Viva o Linux, mas este artigo parece ter sido escrito ha sete anos atras.

O que o autor quer dizer com "Todavia os programas de 64 bits e até o sistema operacional de 64 bits no Linux são os mesmos de 32 bits, significa o padrão ainda não mudou. " ?

[3] Comentário enviado por nicolo em 27/11/2008 - 12:42h

A linha do tempo é confusa. Há sete anos o Linux já era de 32 bits. A detecção de hardware era algo para enlouquecer,
as interfaces gráficas, quando comparadas com as atuais, eram pobres, o kernel de sete anos passados seria inaceitável hoje.
Voltando à linha do tempo, com apenas uma hora de defasagem, rodo Ubuntu (8.04) de 32 e 64 bits, separadamente.
Notei algumas diferenças:
O driver de impressora de 32 bits não funciona em 64 bits; não há flash player para 64 bits, e outros itens faltantes para
a versão de 64 bits.

De resto, não há diferença perceptível, ou relevante entre a edição de 32 e 64 bits do Ubuntu 8.04.

Numa comparação: O windows de 32 bits, o W95, no momento do lançamento, já era bem diferente do seu ancestral, o Windows 3.1.
O Linux de 64bits é praticamente um clone do seu ancestral de 32 bits.

O abandono da versão de 32 será doloroso, mas enquanto ela não for abandonada a de 64 bits não poderá ser diferente.
Ficou claro? D'aqui a sete anos será mais fácil entender!

[4] Comentário enviado por gjr_rj em 27/11/2008 - 12:43h

Adorei o artigo.

Acho que tiraram o dia de hoje para publicar artigos interessantes.

Parabéns !

[5] Comentário enviado por f_Candido em 27/11/2008 - 15:30h

Muito Bom. Aborda de maneira bem imparcial, até certo ponto esta corrida. Creio que muita água vai rolar, e espero que o desenvolvimento tenda a ser 64 bits, e não deixar tudo em 32 rodando em 64.

Abraços

[6] Comentário enviado por lestatwa em 27/11/2008 - 15:39h

Uma correcao para o nicolo..
existe sim flash para 64 bits (http://labs.adobe.com/downloads/flashplayer10.html)
xD

[7] Comentário enviado por tjpp em 27/11/2008 - 16:26h

nicolo,

Há sete anos, o Linux não era 32 bits: em 1997, eu rodava Linux em Digital Alphas e Sparcs de 64 bits. Em 2003 já rodava Linux 64 em um Opteron. Eu só uso Linux em 64 bits e rodo flash player sem problemas. A única coisa que falta é o plugin java para o Firefox (java 64 bits já existe e o konqueror roda). Quanto a outros programas proprietários, nada que uma jaula chroot não resolva.

Quanto a tudo de 64 ser igual a 32, é que é a grande vantagem do Linux: basta recompilar tudo. No Windows, vamos ficar a disposição dos vendedores. Só os programas proprietários é que sofrem com a mudança para 64 bits.

Se você der uma pesquisada vai ver que bancos de dados para 64 bits, alguns jogos para 64 bits é que exploram esta capacidade extra, no caso maior endereçamento de memória. Um processador de 64 bits não é necessariamente mais rápido que um de 32, pelo contrário, pode ser mais lento pois gasta mais cache.

Portanto, não vejo porque uma versão de 64 bits tem que ser diferente de uma de 32. Imagine o trabalho que seria para o Debian que roda em 13 arquiteturas e com palavras de diferentes tamanhos.

[8] Comentário enviado por femars em 27/11/2008 - 16:35h

Ora, novamente a idéia da substituição :-(
Tudo é ação e reação, se o mercado (usuários) ainda não aderiu ao 64bits, pq o 32 ainda está "dando conta", veja bem, o Linux é o maior exemplo disso, a medida que as necessidades vem surgindo, nova idéias vem sendo preparadas, e volto a dizer que Linux não deve ser visto como um substituto da "Janelinhas" e sim uma alternativa, uma outra opção, nada melhor do que termos opções, se não, teremos o linux sempre correndo "atráis" do windows? Linux é linux e pronto! Linux foi feito para ser o que agente quer que ele seja! Liberdade é isso!
Eu só estou tentando dizer para não ficarmos focado em substituição, nessa guerra sem fim!


Uso Linux pq gosto da liberdade de mandar na minha máquina, consequentimente faço uso dela porque, ela é minha extenção das minhas idéias! (Deve ser por isso que ela não funciona corretamente, rs, O.o)
[]'s

Xiiico/Libra


[9] Comentário enviado por femars em 27/11/2008 - 16:36h

Ah, esqueci de dizer que o artigo está mto bom! Eu gostei, achei legal essa visão dos processadores comparando com os outros tempos!

[10] Comentário enviado por dfsantos em 28/11/2008 - 09:14h

Artigo de extrema qualidade parabens continue assim amigo.

[11] Comentário enviado por Teixeira em 28/11/2008 - 09:37h

Nicolo, seu artigo está muito bom e não me parece antigo de forma alguma.
Gostaria entretanto de chamar à atenção para o fato de que os sistemas vêm
sendo erroneamente chamados de "sistema de 16, 32, 64 bits".
Na verdade, são sistemas que têm a capacidade de lidar com 2, 4,
ou 8 CONJUNTOS SIMULTÂNEOS de 8 bits, e assim por diante.
E que ninguém se espante se dentro de pouquíssimo tempo tivermos sistemas
para 256 bits.
Quanto aos sistemas "de 64 bits" serem mais lentos que os "de 32 bits",
realmente existe essa eventual possibilidade, dependendo da natureza da
utilização.
Isso é um tanto especulativo, mas a possibilidade existe.

[12] Comentário enviado por elgio em 28/11/2008 - 12:41h

Excelente!

Gostei muito da leitura e até me remeteu aos (saudasos?) tempos de formatação física e clonagem de HDS por laplink :-D

Eu entendi perfeitamente o que você quiz dizer com os programas são os mesmos.
É que 64 é outro paradigma, novas possibilidades. Para explorá-las não basta apenas recompilar os códigos já escritos para 64 bits. Isto seria apenas uma compatibilização.

Um novo jeito de programar resultará em programas que realmente explorem o potencial de 64bits.

Por exemplo: em arquiteturas de 32 bits a ULA consegue manipular 32 bits por vez. O gcc possui o tipo long long int que emula um inteiro de 64 bits, claramente fazendo operações em várias etapas pois não tem como a ULA lidar de uma vez só com 64 bits. Bom, eu tenho um Linux 64 bits e para minha surpresa o int CONTINUOU sendo de 32 bits! :-(

Porque?

Claro, no gcc de tu defines um long int ai sim ele vira 64 bits.

Só isto já é suficiente para ilustrar que se deve programar DIFERENTE:

int valor;
/* Valor sera de 32 bits no gcc, mesmo que tu estejas em um hardwar+So de 64 bits*/

long int valor2;
/* Valor2 terá 32 bits em HW/SO de 32, mas 64 bits em HW/SO de 64b */

[13] Comentário enviado por Pinguim Gigante em 28/11/2008 - 13:24h

Excelente artigo, gostei. Eu mesmo estava confuso porque meu Linux 64 bits em um um processador 64 bits e não estava apresentando um desempenho prometido.

[14] Comentário enviado por raylton.sousa em 28/11/2008 - 18:08h

legal cara!!!!

tah aih uma duvida q eu tinha i c esclareçeu
era sobre o pq do ubuntu 64 rodar do mesmo geito q o 32

flw!

[15] Comentário enviado por Marcus-RJ em 28/11/2008 - 23:58h

@lestatwa

O que o nicolo disse procede, pois ainda não existe plugin flash estável para 64 bits. O que você mostrou, é uma versão alfa, como está escrito no site.

Abs! Fique com Deus!

[16] Comentário enviado por albfneto em 29/11/2008 - 01:14h

olha, todos os meus sistemas são64, inclusive o Vista.
O Gentoo e Sabayoncompilam para 64,nos sistemas d e64 e não 32.
não tive problemas de incompatibilidade.
Uso sabayon,Mandriva e Gentoo de 54,no DX2 e Mandriva e Sabayon 32, no Semprom.

[17] Comentário enviado por tjpp em 29/11/2008 - 08:46h

@Marcus-RJ

o plugin da Adobe não é declarado estável, mas nunca deu problemas aqui. O método antigo, nspluginwrapper disponível desde 2005, é que era mais lento e instável. Sem contar que o gnash também funciona em uma boa parte dos sites. Portanto flash não é problema para 64 bits.

[18] Comentário enviado por GilsonDeElt em 30/11/2008 - 15:09h

nicolo, meus parabéns pelo artigo!

Abordou um tema polêmico de uma maneira incrível,
bem explicado e tudo mais

Concordo no ponto de que os usuários terão papel importante nessa briga, pois eu mesmo não conheço ninguém que use um SO de 64 bits (pelo menos, não pessoalmente) diariamente.
Eu uso 32 bits, num PC modesto pros padrões de hoje (Celeron D 2,26 GHz, 768 Mb de RAM),
e tô satisfeito (o que meu PC não faz bem, que é rodar jogos, vamo resolver quando colocar uma placa de vídeo aqui).
Enquanto a grande maioria estiver satisfeita com seus Linux 32 bits e Windows XPs 32 (já que a maioria das pessoas que conheço não foram com a cara do Vista), esse buraco do software de 64 vai ficar vazio.
A solução, como já comentaram, será algo incrível que realmente necessite de mais que os sistemas 32 bits podem oferecer.

E acho que o Linux sai na frente sim, por já ter bastante coisa rodando em 64 bits,
ao contrário do Windows.

[19] Comentário enviado por Marcus-RJ em 01/12/2008 - 12:09h

@tjpp

Ok, se voce nao se importa em usar versoes alpha de software. Eu me importo e gostaria de poder rodar sistemas 64 bits com o flash estável. O nspluginwrapper eu conheço e uso há algum tempo, mas não resolve o problema de transparencia.
Com o desenvolvimento do flash 64, creio que a solução definitiva deste problema já está próxima, mas não acredito que já esteja resolvido.

Quem sabe o gnash cresce e possa realmente competir com a adobe também. Minha torcida é essa.

Abraços, fica com Deus!

[20] Comentário enviado por cezarpa em 18/02/2009 - 14:09h

Salve!

Acho que não entendi bem o texto.... A parte, digamos, poética ou saudosista... tudo bem, gostei!

Mas veja: o i386 é um processador 32 bits! desde seu início. O WINDOWS 3.1 já roda em modo protegido; o DOS, em cpus i386, dependendo do CONFIG.SYS, também!?!?!

Sistema de 64 bits já estão disponíveis há alguns anos; só depende da vontade e necessidade do usuário em usá-lo. Sem dúvida o uso de cpus 64 bits com sistemas, como diria, compilados ou "orientado"(?!?) a 64 bits podem ser mais lentos; entretanto, nada impede do usuário comprar um micro 64 bits e usá-lo com SOs 32 bits!

Por favor, flames, ok?

´Quele abraço

Cezar

[21] Comentário enviado por ulisses_c em 04/08/2009 - 22:14h

Nicolo mais uma vez parabens pelo artigo .

Vou dizer uma coisa ainda bem o os sistemas 64 bits ainda não pegaram .
Pois concerteza aconteceria algo semelhante ao N64 e PS2.
Uma veio e lançou um sistema 64 e ai veio outra e lançou um de 128.
e hoje em dia uns 10 anos depois, nenhuma dessas duas empresas usa sequer 4GB de memoria nos seus consoles

Imaginem só se quando a AMD lançou x86-64 a Intel lança o EMT128,
ainda estariamos sequer chegando a 4 GB de memoria no maximo 8GB por pc domestico isso nem é necessario o que faz diferença para mim são aplicações que mudem a vida do usuario. que foi o que eu acredito que o nicolo quis dizer quando houve a mudança 16 para 32. e como ele mesmo disse quem puxava a locomotiva do desenvolvimento eram as aplicações (programadores).

Gente para finalizar. acredito que a proxima revolução de Hardware se dará no campo de interfaces orientadas a gestos (surface, Iphone) e ai talvez se esses sistemas precisarem de mais de 4GB de RAM(o que pessoalmente acho que nao ocorrerá no curto prazo.) Ai sim teremos uma corrida por 64 Bits.

[22] Comentário enviado por nicolo em 09/05/2013 - 13:08h

Já estamos em 2013, o UEFI promete o fim dos sistemas de 32 bits.
O artigo foi escrito em 2008, há somente 5 anos. Ainda teremos muitos anos pela frente
devido à regressão antropológica dos tablets, uma dessas aberrações que aparecem de tempos em tempos.

O hardware está há anos luz dos softwares. Um momento vai ocorrer quando um softhouse reinventar uma programação totalmente concebida para 64 bits, ou talvez pule essa etapa e vá direto para 128bits.

Como tudo que é avançado vai começar em algum nicho de elite. O povão vai ficar no tablet.
Abraços a todos.


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