Lembro que este tipo de teste deve ser feito com cautela, pois apesar de estar definido como estável, não é recomendado utilizar ainda este sistema de arquivos em partições com arquivos importantes, pois se algo falhar poderá comprometer os dados. O
ext4 só será oficialmente suportado na próxima versão estável do
openSUSE Linux (11.2), atualmente em desenvolvimento e com previsão de lançamento em novembro de 2009. É, portanto, de inteira responsabilidade do usuário qualquer eventual problema. Recomendo um backup dos seus arquivos pessoais antes de iniciar o processo.
Compilando o kernel
Aos que decidiram entrar nessa empreitada, vamos aos passos.
- Versão do kernel anterior a compilação: 2.6.27.21-0.1
- Versão do kernel após a compilação: 2.6.29.3-0.1
Acesse o site
kernel.org e baixe a última versão estável marcada com a letra "F" (full).
Ao terminar o download, proceda da seguinte maneira:
Abra um terminal e logue-se como root. É com ele aberto e maximizado que executaremos todas as etapas para a compilação do kernel. Para descompactar o kernel baixado, acesse o diretório onde foi feito o download e execute:
# tar -xjvf linux-2.6.29.3-0.1.tar.bz2 -C /usr/src
Em seguida acesse a pasta /usr/src/:
# cd /usr/src
Vamos refazer o link "linux" dessa pasta. Execute os comandos a seguir, um de cada vez:
# rm -rf linux
# ln -sf /usr/src/linux- 2.6.29.3-0.1 linux
# cd linux
Agora vamos configurar o novo kernel. As instruções são para uma instalação genérica do kernel. Na pasta /boot costuma haver um arquivo de configuração do kernel atual, que geralmente é nomeado como config-versão do kernel. Copie esse arquivo para a pasta de seu kernel atual com o nome de
.config. Esse é um arquivo de configuração lido pelo kernel que evita que configuremos cada item. Esse tipo de tarefa, apesar de gerar um resultado eficiente, toma horas do nosso tempo. Para isso, execute o comando:
# cp -a /boot/config-2.6.27.21-0.1 /usr/src/linux/.config
Para iniciarmos a compilação do kernel executamos o comando:
# make menuconfig
Uma tela "gráfica" será aberta e você terá acesso as configurações do seu kernel. Para navegar por ela utilize a tecla TAB e as setas do teclado. Antes porém, leve em consideração as seguintes informações:
- Para selecionar um módulo, utilize a barra de espaço;
- No momento da seleção poderá aparecer as seguintes imagens:
- > O módulo não está habilitado;
* > O módulo será configurado com built-in;
M > O módulo será configurado como módulo.
Módulo compilado como
built-in significa que ele será compilado dentro do kernel, não havendo assim a necessidade de usar comandos para levantar os módulos configurados desta maneira. Porém não é uma prática muito boa, já que pode deixar a imagem do kernel pesada.
Com a tela de configuração do kernel aberta, vá em "File System" e marque a opção "The Extended 4 (ext4) filesystem". Pode marcar também as opções de suporte ao ext4 que surgem logo abaixo. Eu selecionei item ext4 como "M" e todos os sub-itens como "*".
Além do fato de estarmos compilando o kernel para podermos usar o ext4, você poderá utilizar esse mesmo roteiro para, nesse momento da compilação, ativar ou desativar outros módulos do kernel. Basta fazer as alterações desejadas. Recomendo, porém, nessa primeira compilação apenas ativar esse suporte ao ext4. Se tudo correr bem poderá se sentir mais seguro para mexer em outras configurações para futuras compilações de kernel que vier fazer.
Depois de fazer as escolhas, saia e salve as alterações efetuadas. Após sair, execute o comando:
# make rpm
Dependendo da configuração do computador isso demora de 30 minutos a mais de 1 hora.
Terminado esse processo é criado um pacote do novo kernel em /usr/src/packages/RPMS/i386/. Para instalar o novo kernel acessamos esse diretório e instalamos com o comando a seguir:
# rpm -ivh kernel-2.6.29.4.i386.rpm
Feito isso executamos o comando a seguir para criar um novo
ramdisk para o nosso novo kernel:
# mkinitrd
Pronto! A configuração está finalizada e nosso novo Kernel está instalado e com o suporte ao ext4 ativado.