Publicidade? Linux? Como?!

"Publicidade? Linux? Como?!". Essas foram as últimas palavras do ex-gerente de TI de uma agência de publicidade da minha cidade que migrou todas as suas máquinas não "Apple" para Linux (SuSE 9.3 Professional), substituindo Windows XP e demais softwares. Vamos mostrar como isso aconteceu.

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Por: Guilherme RazGriz em 07/11/2005 | Blog: http://razgrizbox.tumblr.com


Criação da marca da campanha e impressos



Muito bem, agora começaremos a parte para o qual isso está sendo feito, a parte GRÁFICA.

Para tanto, é EXTREMAMENTE recomendável que você ou o membro responsável por essa parte da sua equipe tenha uma boa noção de como utilizar bem o software padrão da campanha. Não se preocupe, pois o processo de aprendizado é bem simples, basta ler ATENTAMENTE a documentação abaixo e você estará apto a realizar a tarefa de criação proposta.
Neste link você encontra um arsenal de brushes para o Gimp:
Neste link você encontra um outro arsenal de fontes para o mesmo:
É de extrema importância que o Gimp tenha uma quantidade de brushes adequada e de fontes, afinal a nossa campanha precisa de MUITOS recursos e criatividade.

A instalação de brushes é bem simples, basta descompactar o arquivo dentro da pasta de brushes do Gimp. O caminho em um ambiente Linux padrão é:

/home/[usuário]/.gimp-2.2/brushes

O mesmo vale para as fontes, bastando trocar o "brushes por "fonts".

Supondo que você já possua certo conhecimento sobre a ferramenta e/ou leu o conteúdo acima, podemos dar prosseguimento às nossas atividades.

Plotter: abra o Gimp e crie uma nova imagem. No caso, como sou detalhista, escolhi o tamanho de 1000x1500 pixels, mas você pode optar por tamanho menor se desejar.

Escreva do jeito que melhor lhe convier o slogan e marca da sua campanha, o uso de efeitos é liberado. Mas lembre-se de que a leitura deve ser fácil e sem "poluir a imagem", afinal queremos ser bem vistos.

No exemplo abaixo foram usadas 13 camadas (incluindo as de texto).


Para realizar o efeito "marca d'água", basta reduzir a opacidade ao extremo, assim além de criar o efeito - caso se use palavras pertinentes ao assunto - atrai interesse do consumidor.

Repare que o plotter não apenas visa atrair o interesse, mas também INFORMAR. Note que ele traz o endereço do site da campanha na internet. De nada adiantaria o plotter se ele nada informasse.

O efeito do tux por dentro das letras foi obtido usando o efeito "multiplicar" na camada do mesmo e retirando-se as partes não desejáveis com um brush simples de cor branca. Quanto ao "daemon" (logo do BSD), foi o mesmo processo.

As outras artes devem seguir o mesmo padrão de cores adotadas no plotter e layout, porém NADA impede que você faça algo inovador até mesmo alterando as cores se desejar. A única regra válida é que tudo tem que ser LEGÍVEL e de fácil compreensão.

Note também que este plotter traz alguns "erros", cabe a você descobrir quais são.

Existe um outro tipo de adesivo chamado "recorte eletrônico", porém ele usa apenas imagens feitas com vetor. A ferramenta mais apropriada para criar adesivos deste tipo é o Inkscape.

Folder: lembre-se que este gráfico visa informar o público sobre o que você está oferecendo. Antes de bolar a arte, pense nos locais do folder onde você deseja que a informação seja inserida. Dê preferência a uma organização clara, de forma que o leitor não se confunda ou perca o interesse no mesmo.

Folder vs Flyer: "flyer" e folder são coisas diferentes, mas muitas pessoas confundem as duas coisas. Um flyer geralmente traz POUCA informação e é geralmente apenas uma folha impressa com pouca informação que visa apenas despertar a curiosidade do público. O próprio plotter não deixa de ser um "flyer", só que em tamanho grande. Essa regrinha é padrão em campanhas, o plotter e o flyer (quando existe) são praticamente idênticos, com pouquíssimas diferenças em alguns casos.

Muito bem, vamos agora criar um folder para a campanha (esse procedimento será mais detalhado, já que não é tão simples quanto o do plotter).

Abra o Gimp e crie uma imagem de tamanho 500x800 pixels (o tamanho é de livre escolha e este tamanho não é o mais utilizado em gráficas, porém quero mostrar o folder um pouco maior aqui). Lembre-se que um folder tem duas metades "iguais". Elas podem trazer informações diferentes, mas é aconselhável que o fundo seja idêntico e as capas de frente e verso idem.

Crie na imagem um fundo simples, mas agradável, de forma que a sua opacidade seja reduzida (é importante que ele não tenha cor ainda, assim converta para a escala de cinzas).

Assim que você terminar esse fundo, copie a imagem e crie 4 imagens idênticas a que você criou, dessa forma teremos um fundo harmonioso tanto de frente quanto de fora do folder. Na "capa" devemos colocar o nome da campanha e não muitos enfeites (isso é uma regra "padrão", porém você pode quebrá-la caso tenha uma idéia boa que não polua o visual do folder).

Uma breve pausa para algo importantíssimo: porque o nome "folder"?

Por que ele, quando pronto e impresso, é aberto como uma pasta dessas de papelaria que são feitas de plástico, chega a ser engraçado, mas pra variar até faz sentido =].

Capa do folder:


Contra-capa do folder:


Note que o texto que é para ser visto está se sobressaindo na figura.

Interna 01:


Interna 02:


Com essa amostra rudimentar temos um exemplo de campanha impressa.

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Páginas do artigo
   1. Publicidade?
   2. Alguma coisa de marketing
   3. Planejamento
   4. Executando
   5. Criação da marca da campanha e impressos
   6. SIM, é possível
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Comentários
[1] Comentário enviado por marcosomelhor em 07/11/2005 - 15:28h

+ um otimo artigo seu meus parabens

[2] Comentário enviado por kaled em 07/11/2005 - 16:25h

Eu acompanhei a seria "Edição Pesada" e consegui convencer alguns designers que trabalham comigo a usar o Gimp por causa dela.

Espero que com esse novo artigo teu consiga abrir a cabeças de mais pessoas, inclusive as que decidem como gastar o dinheiro.

Continua assim amigo

[3] Comentário enviado por cmercaldo em 07/11/2005 - 16:53h

Video para incentivar, muito bom !
http://video.google.com/videoplay?docid=7600554419014140162&q=claudiom

Att
Claudio Mercaldo

[4] Comentário enviado por removido em 07/11/2005 - 18:26h

"NÓS temos os softwares... apenas temos de acreditar neles e no nosso conhecimento interno. " - a melhor frase de 2005!!!
;-P

[5] Comentário enviado por timm em 08/11/2005 - 07:35h

O artigo tá ótimo, mas eu nunca duvidei da capacidade do Linux pra qualquer coisa.

Tenho um grande amigo que é designer, e certa vez a gente tava conversando sobre software. Eu tava começando no Linux, e então ele ficou surpreso ao saber o sistema que eu usava, e disse: "Timm, eu tô usando um programa da "Plataforma Livre" no lugar do PhotoShop, chama-se Gimp. É fantástico, experimenta se tu tiver a oportunidade"

E assim que eu tiver a oportunidade eu usei, instalei pelo URPMI, no Mandrake, e achei realmente muito bom, eu tava começando, e aquilo mudou totalmente os meus conceitos sobre Software Livre. No meu PC de trabalho eu não uso Photoshop. só Gimp. Esse meu amigo ainda queria aprender a trabalhar com Maya, mas ele é preguiçoso o suficiente pra isso... Então continua no 3DStudioMax... Pena, podia ser um puta "Plataforma Livre", como ele se referia à OppenSource...

[6] Comentário enviado por strongz em 08/11/2005 - 15:43h

isso ae acvsilva.. a melhor frase.. não digo de 2005 mais a melhor =P
"NÓS temos os softwares... apenas temos de acreditar neles e no nosso conhecimento interno. "

[7] Comentário enviado por homertrix em 09/11/2005 - 12:41h

concordo, temos que que confiar en nossa capacidade que com o conhecimento, podemos mudar o monopolio, da informática, disponibilizando a LIBERDADE de esconha para os usuarios investirem nessa idéia !!!!

[8] Comentário enviado por ramonklown em 09/11/2005 - 21:53h

Eu concordo com a frase, mas isso não dependo somente dos desenvolvedores.
Acho que depende mais dos que estão abitolados no Windows XP do que nós.

[9] Comentário enviado por gotslack em 21/06/2006 - 00:19h

cara.. ótimo artigo!!
mto bom mesmo.

isso prova que nem todo bom designer usa o Janelas; e nem todo bom projeto, precisa dele! ;D

só há algo que me disperta curiosidade há mto.
no windows, é fácil.. mas no linux, como eu posso converter meus brushes do photoshop para gimp?

*.abr -> *.gbr

se alguém souber, me avise! ;D
abraços

[10] Comentário enviado por Diede em 27/12/2007 - 03:22h

Se for só renomear os .abr para .gbr, o comando é algo assim:
for brushes in *.abr; do mv $brushes $(basename $brushes .abr).gbr


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