Fulano foi em busca do Arch
GNU/Linux e baixou a imagem da distro no próprio site e fez o download.
Depois queimou a imagem em DVD virgem, e foi correndo para sua máquina fazer a instalação em seu disco rígido, ligou a máquina, inseri-o o DVD em seu drive leitor de CD/DVD e deu boot por ele. Agora Fulano já tem o conhecimento necessário para esse processo, pois estudou sobre GNU/Linux e a distribuição escolhida.
A distribuição Arch GNU/Linux não tem um assistente gráfico por padrão, tudo é feito em linha de comando, isso será muito útil para o aprendizado pois perderemos o medo da famosa tela preta.
Particionamento
Antes de particionar o disco rígido e instalar um sistema operacional temos que saber de algumas coisas, precisamos formatá-lo em MBR ou GPT.
MBR e GPT
São esquemas de particionamento, que organizam a forma de como as partições serão usadas no início do disco. A mais antiga é o MBR (Master Boot Record), no português " Registro mestre de Inicialização ", que permite apenas 4 partições primarias, claro que pode ser criadas as partições estendidas e lógicas, e um disco com no máximo 2TB, enquanto o GPT (Guid Patition Table), no português " Tabela de Partição GUID ", a mais moderna suporta 128 partições primarias sendo desnecessário as partições lógicas, e com um disco até 64TB.
Não entrarei em detalhes profundos sobre as características de cada uma, mas deixarei os links para quem desejar conhecer um pouco mais sobre esses esquemas.
Usaremos um esquema simples, em GPT, o esquema ficara da seguinte forma:
/boot (Contém a imagem do kernel, usado na inicialização)
/ (Diretório raiz)
swap (Área de troca ou memória virtual)
/home (Diretório do usuário)
Opcional
/var (Diretório de arquivos variáveis)
/tmp (Diretório de arquivos temporários)
Mas porque separar /var e /tmp? Por motivos de segurança, o diretório /var contem arquivo que iram crescer com o tempo, com /var/log que contem arquivos de logs do sistema, pacotes e arquivos de banco de dados (/var/lib), e-mails (/var/mail) e assim por diante. Separando esse diretório você tem um controle maior do seu sistema.
Já o diretório /tmp os motivos para mantê-lo separado é o controle mais completo sobre as permissões de acesso, fazendo isso o usuário tem mais segurança evitando brechas de segurança causadas pela inclusão ou alteração de arquivos temporários.
Em outras palavras /var - Gravação constante. Pode lotar o disco. /tmp - Todos os usuários podem gravar. Pode lotar o disco.
Fulano tem em sua máquina um HD de 500GB, e tem um esquema de particionamento feito para ele, então mão na massa.
Com o Arch GNU/Linux já iniciado em sua máquina ele já esta logado como usuário root(raiz ou administrador) do sistema, caiu direto na tela preta, para facilitar uso configurou logo o teclado e particionou seu disco com os comandos a seguir.
Configurando teclado:
# loadkeys br-abnt2
Como o esquema do particionamento será em GPT, ele usou o utilitário cgdisk que é bem amigável e dará conta do recado:
# cgdisk /dev/sda
Que ficou dessa forma:
sda1 /boot com 250MB Bios boot partition ef02
sda2 swap com 2GB Linux swap 8200
sda3 /(raiz) com 50GB Linuxfilesystem 8300
sda4 /var com 20GB Linuxfilesystem 8300
sad5 /tmp com 15GB Linuxfilesystem 8300
sda6 /home com restante Linuxfilesystem 8300
Claro isso é um exemplo, aconselho que separem apenas o /home.
Escreveu e salvou as configurações, depois só pra ter certeza deu uma olhada com o comando:
# lsblk -f
NAME FSTYPE LABEL UUID MOUNTPOINT
sda
├─sda1
├─sda2 swap 776d098a-2da3-4cca-8228-928ea06488c7 [SWAP]
├─sda3 ext4 de1f4e0c-9061-45d6-a75c-c58d839c43cf /
├─sda4 ext4 e0414ce4-2948-4baf-8b65-ef26157b3d57 /var
├─sda5 ext4 ebac9ae5-45a0-4af5-a23b-13ab990d1f48 /tmp
└─sda6 ext4 9672882e-3153-4b62-9753-32a5d1fd1c73 /home
Agora vamos formatá-las, no exemplo aqui dado foi usado o sistema de arquivas ext4:
/ (raiz):
# mkfs.ext4 /dev/sda3
/var:
# mkfs.ext4 /dev/sda4
/tmp:
# mkfs.ext4 /dev/sda5
/home:
# mkfs.ext4 /dev/sda6
Swap:
# mkswap /dev/sda2
# swapon /dev/sda2
Vamos criar os diretórios, o diretório de montagem é o /mnt, mas antes de montá-las criaremos os diretórios /boot, /var, /tmp e o /home em /mnt.
# mount /dev/sda3 /mnt
# mkdir /mnt/boot
# mkdir /mnt/var
# mkdir /mnt/tmp
# mkdir /mnt/home
Montando:
# mount /dev/sda1 /mnt/boot
# mount /dev/sda4 /mnt/var
# mount /dev/sda5 /mnt/tmp
# mount /dev/sda6 /mnt/home
Pronto! A parte mais chata foi feita, agora veremos se temos conexão com a internet:
# ping -c 3 www.google.com
Se pingar então temos conexão, caso não ping levante o serviço DHCP com o comando:
# dhcpcd
Se estive usando conexão wifi use o utilitário wifi-menu:
# wifi-menu
É chegada a hora de instalar o sistema base:
# pacstrap /mnt base base-devel
Gerando o fstab:
# genfstab -U -p /mnt >> /mnt/etc/fstab
Saindo do LiveCD e configurando o novo Arch GNU/Linux:
# arch-chroot /mnt
Vamos dar um nome a ele:
# echo archGNU/Linux > /etc/hostname
Configurando o teclado:
# loadkeys br-abnt2
Configurando o idioma:
# nano /etc/locale.gen
Procure por duas linhas dentro desse arquivo a pt_BR.UTF-8 UTF-8 e pt_BR ISO-8859-1, descemente tirando o # no início delas. Depois use o comando:
# locale-gen
Criando arquivo locale.conf:
# echo LANG= pt_BR.UTF-8 UTF-8 > /etc/locale.conf
# echo LANG= pt_BR.UTF-8 UTF-8
Criando arquivo vconsole.conf:
# nano /etc/vconsole.conf
KEYMAP=br-abnt2
FONT=lat0-16
FONT_MAP=
Configurando o relógio:
# ln -s /usr/share/zoneinfo/America/Sua_Cidade /etc/localtime
Agora um pouco de cuidado, pois instalaremos o GRUB (GRand Unifield Bootloader), ele é gerenciador de boot do sistema. Vamos preparar o randisk:
# mkinitcpio -p linux
Instalando o GRUB:
# pacman -S grub-bios
Vamos habilitar os módulos:
# modprobe dm-mod
Instalando o GRUB no disco:
# grub-install --target=i386-pc --recheck --debug /dev/sda
Criaremos o arquivo grub.cfg:
# grub-mkconfig -o /boot/grub/grub.cfg
Alterando senha do usuário root:
# passwd
Instalando ferramentas de rede:
# pacman -S net-tools wireless_tools wpa_supplicant wifi-menu wpa_actiond dialog
Subindo o serviço do DHCP junto com o sistema:
# systemctl enable dhcpcd.service
Saindo do chroot, desmontando e reiniciando o sistema:
# exit
# umount -R /mnt
# reboot
Pronto! Só isso, agora Fulano tem o Arch GNU/Linux instalado em sua máquina.
Mas cade a interface gráfica? E vai ficar usando o usuário root mesmo é? Antes de instalar uma interface gráfica precisamos saber o que é o servido X, e antes de criar um novo usuário temos que saber quais permissões ele vai ter e em quais grupos ele estará.
Isso fica para a próxima onde entraremos nas configurações do sistema.
Finalizando
Neste artigo obtemos conhecimento básicos, mas de uma grade importância, em nossa próxima jornada irenos ver um pouco sobre configurações básicas e instalaremos algumas ferramentas.
Desculpa pela demora do artigo 2 de nossa jornada, pois estou com pouco tempo para elaborar os materiais mais sempre acho um tempinho. Até a próxima.