MS Coldplot

Na quinta-feira passada (10/09/2009) a Microsoft lançou uma fundação sem fins lucrativos chamada CodePlex com o intuito de agregar e incentivar a produção de softwares de código aberto, facilitando a organização e comunicação entre as empresas e a comunidade. Neste artigo faço uma análise dos objetivos da empresa com a súbita mudança de postura em relação ao software livre.

[ Hits: 7.216 ]

Por: ANDRE NUNES BATISTA em 15/09/2009


MS Coldplot



Está na blogosfera. A Microsoft lançou ontem a fundação CodePlex com o intuito de "permitir a troca de códigos e conhecimentos entre companhias de software e comunidades open source" (enable the exchange of code and understanding among software companies and open source communities).

Somando isto ao fato de que recentemente a MS contribuiu pela primeira vez com linhas de código para o kernel do Linux, está abrindo mão de algumas patentes em favor do software livre e vem apoiando a adoção de um formato livre para documentos de escritório, torna-se nítido que estamos entrando em uma nova fase. Porém qual nova fase?

Conheça a história e a história vos dirá. A nova fase não é a da sagração do software livre, mas a da tentativa, espero que sem sucesso, de corrosão do movimento.

Quando o movimento do software livre se iniciou, ou melhor, quando o GNU/Linux começou a sair do nicho dos über hackers e alcançar os meros geeks do dia-a-dia, a Microsoft saiu em claro ataque ao movimento, taxando-o até mesmo de câncer. Durante os anos em que se seguiram, embora o software livre não apresentasse ameaça real ao monopólio global da empresa no mercado de softwares, a empresa de Bill Gates manteve sempre uma postura de repúdio à ideologia livre do movimento, espalhando FUD pela internet e mídia especializada, usando suas patentes para atacar os desenvolvedores de código livre, tentando abertamente sufocar o movimento.

O que, então, teria acontecido para que de inimiga do código livre, de repente, passasse a "apoiar" com o movimento?

O que aconteceu foi que a estratégia inicial se mostrou ineficaz e a companhia foi forçada a uma mudança de estratégia. Não obstante os constantes ataques ao movimento, o software livre tem se mostrado resistente e vem crescendo, lenta, porém constantemente, e começa a sair dos núcleos geeks e alcançar os meros usuários, começa a chamar a atenção de um público maior.

Basta ver as estatísticas de um Firefox, de um OpenOffice, das distros GNU/Linux, principalmente após o nascimento do Ubuntu e a aparição dos Netbooks, o crescente apoio governamental às iniciativas open source para perceber o crescimento do software livre e a ineficácia do enfrentamento ostensivo até então adotado pela Microsoft.

Não apenas, mas também é relevante o fato de que outras empresas de peso têm contribuído ativamente para o desenvolvimento do software livre, de forma que nem mesmo a MS tem poder o bastante para estrangular o movimento.

Como diz o ditado popular, "se não pode vencê-los, junte-se a eles". Porém, não exatamente.

Sendo incapaz de extinguir o software livre ou manter o jogo nos moldes em que se desenvolveu nos anos 90, a empresa agora dá sinais que começa a adotar uma tática comum quando há uma ameaça de mudança de paradigma: aliar-se para controlar ou, ao menos, conter os limites da mudança. A estratégia não é nova. Em diversos momentos da história, quando uma elite se sentiu ameaçada por um movimento popular, que foi incapaz de reprimir, assumiu uma postura de liderança do movimento, para, do interior, minar seus efeitos. Aconteceu na revolução francesa, com a burguesia liderando as massas para controlá-las e garantir que caísse o regime político, sem prejuízo da estrutura de dominação econômica. Aconteceu também no Brasil, onde as transições colônia-império, império-república e ditadura-república contaram sempre com a direção de uma elite, antes contrária ao regime que agora apoia.

Não é que a Microsoft tenha mudado. Não é que agora tenha percebido que seu modelo de apropriação dos excedentes era prejudicial à sociedade. Não é que tenha se convencido da necessidade de liberdade em software. É apenas que ela têm percebido que a mudança pode ocorrer mesmo com seus esforços em sentido contrário, então, se for para acontecer, que aconteça com ela no comando, que aconteça segundo as suas diretrizes. Não, não é paranoia, não, não é teoria da conspiração.

Se a MS tivesse realmente interesse em contribuir com a comunidade, o passo mais óbvio seria fazer o que todos os que querem contribuir fazem: dão suporte, financeiro, técnico ou ideológico a uma comunidade já organizada. Quisesse a MS colaborar com a comunidade, o passo mais óbvio seria que tivesse alocado o seu capital na Free Software Foundation, na Open Source Alliance, no Gnome, no Debian, na Linux Foundation. Tivesse em mente uma vontade de mudança, adotaria para seus softwares as licenças GNU, BSD ou outra aprovada pela OSI ou pela FSF, não criaria seu próprio rol de "licenças livres MS", lançando apenas alguns códigos com estas licenças e mantendo fechados seus softwares e exigindo a anuência dos usuários com seus EULAs.

Quisesse favorecer o software livre, teria contribuído com o Wine para que os softwares Windows rodassem facilmente nos kernels Linux, ao invés de lançar linhas de código no kernel para garantir que o Windows funcione bem nele. Fosse favorável à liberdade, contribuiria para a adoção do ODF e sua interoperabilidade com o seu pacote Office, ao invés de lançar seu próprio formato livre e boicotar as funções dos arquivos criados pelo OpenOffice quando transpostos para o MS Offfice.

O próprio FAQ do site deixa essa visão clara:

"Nós desejávamos uma fundação que abordasse todo o rol de projetos de software e o fizesse de acordo com as necessidades de licenças e propriedade intelectual das empresas de software." (We wanted a foundation that addresses a full spectrum of software projects, and does so with the licensing and intellectual property needs of commercial software companies in mind)

"O Estatuto da Fundação irá ditar os tipos de projetos com os quais ela trabalhará, bem como as formas como cada projeto poderá se relacionar com a Fundação". (The Foundation Charter will spell out the types of projects that the Foundation works with, and the types of relationships projects may have to the foundation)

"Nós sabemos que os desenvolvedores softwares comerciais estão mal representados nos projetos open source. Nós sabemos que as companhias de software comercial encontram desafios muito específicos na abertura de um diálogo com as comunidades open source. Sabemos que existem mal entendidos em ambos os lados. Nosso objetivo é avançar a indústria de TI, tanto para as companhias de software comercial como para as comunidades open source, ajudando-os a superar estes desafios." (We know that commercial software developers are under-represented on open source projects. We know that commercial software companies face very specific challenges in determining how to engage with open source communities. We know that there are misunderstandings on both sides. Our aim is to advance the IT industry for both commercial software companies and open source communities by helping to meet these challenges)

"A superação destes desafios é um processo colaborativo. Nós queremos a sua participação." (Meeting these challenges is a collaborative process. We want your participation)

Ou seja, eles querem formar uma organização que seja responsável pela mais completa gama de projetos livres, de acordo com os interesses das empresas de softwares, na qual eles escolherão quais projetos merecem atenção e, a cereja do bolo, eles querem a nossa participação. A fundação mal começou e já pretende ser o centro. Não são eles que estão aderindo ao movimento que já existe, somos nós que devemos aderir à liderança que eles estão propondo.

A própria linguagem do site deixa clara a intenção de perverter o movimento. Não há uma menção sequer à palavra "free", tratando-se sempre de "open source", o que se afasta mais da ideologia e de sua incompatibilidade do tipo de mudança que eles estão propondo. Falam ainda de "intellectual property", uma expressão duramente atacada por R. Stallman e pela FSF, que foram os primeiros fautores de uma mudança. Há também uma contraposição muito nítida entre a "comunidade" e as empresas, muito diferente da aproximação de companhias como a Red Hat e a Canonical que de fato vêm mostrando como é possível fazer negócio com software livre. Software Livre, não aberto.

Aliás, ao contrário de outras organizações como o Debian, que tem propostas muito claras em um estatuto social bem definido, no CodePlex:

"O documento mais importante, o Estatuto Social da Fundação, ainda não existe sequer em forma de rascunho." (The most important document, the Codeplex Foundation Charter, doesn't even exist in draft form yet)

Como dito, a ideia de aderir para controlar não é nova. Apropriações indevidas como esta já foram feitas outras vezes na história. Pense no nazismo. O partido de Hitler era o do Nationalsozialismus, ou seja, do Socialismo Nacional. Da mesma forma, o partido da ditadura no Brasil era o PSD, Partido Democrático Social e o Partido Liberal do império era escravista e conservador. A Microsoft quer colaborar com o software livre tanto quanto os nazistas queriam colaborar com o socialismo, os militares com a democracia e os escravocratas com o liberalismo.

Inicia-se agora uma etapa muito mais delicada que a anterior. Nesta nova fase a comunidade tem que se preocupar não apenas em sobreviver, mas em não deixar com que seus opositores, sob a falácia das boas intenções, tomem as rédeas do seu movimento de mudança estrutural para torná-lo mera perfumaria.

Tradução livre pelo próprio autor. Publicado originalmente em meu blog pessoal: tagesuhu.wordpress.com

   

Páginas do artigo
   1. MS Coldplot
Outros artigos deste autor

Firmware dd-wrt em Linksys WRT54G

Marketing, o mal necessário

DD-WRT no D-Link Dir-300 Rev A

Programando um mundo livre

Leitura recomendada

DJVU o formato que pode ameaçar o reinado do PDF

Manutenção de sistemas Linux Debian e derivados com apt-get, apt, aptitude e dpkg

Linux Thinstation para estações antigas

Instalando e utilizando o agendador at

CentOS como terminal server autenticando em Windows Server 2003 Active Directory com montagem automática de compartilhamentos de rede

  
Comentários
[1] Comentário enviado por albfneto em 15/09/2009 - 18:20h

bOm, minha opinião é de que a Microsoft sabe que não vai acabar o Linux e o software livre e.. estão com medo... primeiro do Firefox, e do Goolgle Chrome, e agora tem muito medo do Google OS.
quando sair Google OS para desktops, estável, intuitivo, facil de usar e gratuito para download...
quem vai usar SO pago?

[2] Comentário enviado por Credmann em 15/09/2009 - 22:15h

"O que é SO? Isso acessa a internet? É como o Firefox?"

[3] Comentário enviado por Teixeira em 15/09/2009 - 22:39h

Historicamente falando, isso é uma tática comum e muito, mas muito antiga mesmo.
Apenas para exemplo (sem nenhuma conotação religiosa) o Catolicismo tomou conta "oficial" do cristianismo segundo suas próprias regras.
Já que o cristianismo (então conhecido como a seita intitulada "O Caminho") estava crescendo de forma a parecer ameaçar o poderio do império romano, o imperador Constantino instituiu normas pelas quais Roma pudesse ter controle sobre aquele movimento, supostamente dando-lhe apoio, mas restringindo de alguma forma seu movimento e até mesmo sua expansão, pelo menos da forma como vinha sendo feita até então.
O Dia do Senhor ("Sabbath", o sábado dos judeus) passou a ser "Domenicus", domingo, o dia de Júpiter, deus dos romanos.
Foi instituída a adoração a Maria como mãe dos homens (embora na Bíblia esteja explícito que a mãe dos homens é Eva), para que pudessem haver formas sincréticas de adoração a Diana, Isis, e outras deusas que faziam parte da cultura específica dos povos dominados por Roma.
Os nichos de Diana, citados pelo apóstolo Paulo, transformaram-se nos oratórios, hoje quase em desuso.
Seus sacerdotes eram pomposos, como os sacerdotes de Júpiter e de outros deuses.
Ao contrário de outras vertentes de pensamento, concluo que isso foi benéfico para o movimento cristão, porque as perseguições eram tão intensas que dificilmente o cristianismo poderia seguir avante em sua forma original. Assim, mesmo que distorcendo um pouco o movimento original, o sentimento, a filosofia e os ensinamentos cristãos permaneceram quase intactos por milhares de anos.
Então Roma pôde prover a segurança extra que o movimento original necessitava, e que foi realmente imprescindível para a expansão da doutrina cristã como a conhecemos hoje.

Agora, se A MICROSOFT - devido a fatos históricos bastante conhecidos de todos - está metendo sua colher no software livre, realmente não tenho certeza de que o resultado seja feliz para nós-outros. Até agora NÃO tem sido.

Discordo do colega albfneto em um pequeno detalhe, ou seja, apenas com o final de sua exposição:
Quem vai usar SO pago? Ora, as mesmas pessoas, ou o mesmo perfil de pessoas que hoje ainda preferem a solução proprietário/pirata...


[4] Comentário enviado por joaomc em 16/09/2009 - 10:29h

A atitude da Microsoft é bastante arrogante. Eles dizem que os desenvolvedores comerciais estão mal representados nos projetos open-source, então, para resolver, você tem que participar da iniciativa deles, que está sob o controle deles, eles decidem o que pode, o que não pode, etc. Se começarem assim, vão dar com os burros n'água.

OFFTOPIC - Só pra esclarecer uma coisa: qualquer pessoa que diga que Hitler foi de extrema-direita não sabe o que está dizendo. O governo de Hitler tinha cunho socialista. O problema é que a gente se acostumo a ler "socialismo" e entender "legalzão, preocupado com os pobres, muito bonzinho, sempre pensando no próximo", o que é uma besteira.

[5] Comentário enviado por foguinho.peruca em 16/09/2009 - 13:01h

Olá Bom artigo!

Pequeno paranteses no artigo:
Acredito ter encontrado um pqn problema na frase:
"Falam ainda de "intellectual property", uma expressão duramente atacada por R. Stallman e pela FSF, que foram os primeiros fautores de uma mudança."

Onde "fautores" deveria ser "fatores", acredto eu. Procurei por essa palavra e somente achei:

"fautor, -ra
m. f. Persona que favorece y excita a otra, esp. en mal sentido."
em http://es.thefreedictionary.com/fautores

Bom é isso...
Jeff

[6] Comentário enviado por foguinho.peruca em 16/09/2009 - 13:32h

Comentário sobre o artigo:

Eu vejo com desgosto essa atitude. É muita arrogância dela se comportar como defensora dos fracos e oprimidos desenvolvedores comerciais. Quem (além da MS) disse que existe essa distinção entre open-source e comercial. Isso da a entender que comercial (ganhar $$$) com software e open-source não combinam. Não é preciso mais do que citar exemplos como a Red Hat, Cannonical entre outros.

Outro ponto: realmente é muita arrogância aparecer agora do nada e assumir a liderança, principalmente sabendo que ela esta comprometida com interesses, pra dizer no mínimo, desconhecidos, afinal nem um "estatuto" eles tem.

É, pra variar um pouco, de perder toda a credibilidade, como sempre. A MS realmente é muito arrogante e hipócrita ao tomar essa atitude, achando que é capaz de controlar o movimento open-source e impor os seus valores à comunidade. Ridículo, pq ela simplesmente não consegue renovar-se e fica presa à um modelo de 20 (quase 30) anos atrás.

Sinceramente, lobo na pele de cordeiro não funciona. Acho que a MS devia pedir desculpas publicamente e sair de cena. Já deu o que tinha que dar.

Mais uma observação: quando a MS contribuiu com código pro kernel, além de ser pra melhorar o desempenho da virtualização do Windows (o que realmente não é algo muito importante pro projeto - puro egoísmo) ela liberou esse código apenas pq foi obrigada, afinal ela infrigiu a GPL.

Cada vez que eu vejo a MS eu tenho mais desgosto, principalemnte por sw proprietário e empresas como ela....

Jeff

[7] Comentário enviado por tagesuhu em 16/09/2009 - 13:38h

Jeff:

A palavra era fautores mesmo: fautor (ô) adj.1. Que favorece, promove ou determina. s. m. 2. Aquele que promove ou fomenta.


joaomc:

Acho no mínimo discutível a sua proposição de que o nazismo não foi um movimento de extrema direta, mas como este não é o foco do artigo, nem do site, deixo apenas a ressalva, sem entrar na discussão.

Credman:

Google OS é o sistema operacional que a Google anunciou há alguns meses, prometendo revolucionar o conceito de sistemas operacionais.

Teixeira:

Gostei muito da sua ilustração, porém discordo quando você diz que a reinterpretação romana foi "benéfica" ao pensamento cristão. Acho importante pensar em benefício de quem vieram estas mudanças. Cristo e seus seguidores eram lideres de um movimento popular cujas proposições no mínimo atacavam seriamente as instituições sobre as quais a sociedade romana estava alicerçada. A reinterpretação romana do cristianismo, como você mesmo ilustrou, retirou-lhe justamente os elementos de mudança, usando-o então para submeter e controlar as populações (vide o que veio a ser a Igreja Romana nas Idades Média e Moderna). Assim ela deu amplitude territorial e temporal ao cristianismo que conhecemos hoje, mas fez erodir aquele movimento estrutural que ele era até então. É justamente isto que busco alertar neste artigo. A M$ agora dá sinais de que irá tentar o mesmo e, se a história se repetir, o movimento do software livre deixará de existir como conhecemos e em seu lugar se populizará um novo open source, feito em favor dos interesses empresariais, em benefício da propriedade intelectual e do comércio de softwares, como diz a própria M$ muito claramente no site.

Abraços.

[8] Comentário enviado por cleysinhonv em 16/09/2009 - 14:24h

Bom procuro se racional e entender tudo isso, pois a microsoft está começando a perceber a "ausência" de parte de seus usuários finais, entendendo que as soluções Linux para servidores já estão em grande parte com com linux, BSD e entre outros. Novamente os dispositivos móveis que estão saindo vindo com Linux, acredito que nós (Comunidade Open Source), contribuirmos para que esse fato acontecesse pois acreditamos no é BOM. Quando acreditamos em algo é por que gostamos e esse algo nos trás e nos proporciona PRAZER em poder Cópiar, Modificar, Aprimorar e distribuir, trás para a sociedade como um todo um benefício que causa preocupação nos outros.

[9] Comentário enviado por Teixeira em 16/09/2009 - 20:05h

Tageshu, na verdade quando cito o fenômeno iniciado por Constantino, reservo-me o direito de perceber que sua intenção original - embora não fosse diretamente de prejudicar - era a de dominar, centralizar, dirigir, assumir o controle, e não exatamente a de divulgar o Cristianismo.
O que aconteceu em seguida, e durante séculos a fio, foi uma série de efeitos colaterais que embora não intencionalmente, vieram a favorecer o cristianismo DE HOJE, mas não o daquela época.
Apenas por curiosidade: Sabe quem foi a primeira santa que passou pelo processo de canonização?
Alguma das três Marias? Não!
Foi Santa Helena (coincidentemente a mamãezinha do próprio Constantino...)
O que na realidade quero dizer é que, sob o ponto de vista de um Cristão, é melhor sofrer por quase 2000 anos, que não ter jamais conhecido o evangelho das boas novas.
Eis aí o benefício, apesar de tudo.

Quando a Microsoft fez sua planilha Excel rigorosamente idêntica à 1-2-3 da Lotus, não foi para divulgar os produtos da Lotus.
E quando fez o sistema de janelas chamado ironicamente de "Windows" (e patenteado com esse nome), certamente não foi para divulgar ou fazer apologia do Apple Lisa...

[10] Comentário enviado por dastyler em 17/09/2009 - 17:09h

Li em algum lugar que os EUA estão mudando as suas leis de patentes e acredito que a MS esta abrindo mão de algumas patentes de software devido a esta mudança nas leis.

[11] Comentário enviado por Edwilson_BR em 17/09/2009 - 17:53h

De boas intençoes como essas da Microsoft , o inferno tá cheio.
Microsoft encabeçando o movimento do Software Livre...
Mais uma forma de iludir os usuários colocando sua marca à frente e fazendo com que somente seu nome seja lembrado.
Já imaginaram ?
- Microsoft apóia a liberdade (????)
-Porque usar Linux se a Microsoft também é Open source?
- Boatos: Linux se rende à Microsoft devido à forma de administração da mesma.
Internet Explorer Open Edition.
-Utilizando o conhecimento adquirido dos colaboradores do Software Livre , a Microsoft lança seu novo Windows livre de bugs e mais seguro baseado em um kernel Híbrido Kernel32/kernel 2.x.xx em que a mesma colaborou com o desenvolvimento através de sua fundação.
- Alguém já ouviu falar em Linux? Já, era um S.O. que a Microsoft utilizou como base de seu novo sistema , incluindo o sistema de arquivos WinExt4 FS.

Bobagens à parte , espero que jamais as coisas caminhem nessa direção.
Se acontecer algo assim , desisto do PC e compro um Mac. (Isso se já não estiverem contaminados até lá...)

[12] Comentário enviado por tagesuhu em 18/09/2009 - 09:52h

Dastyler,

Os EUA não estão mudando as leis. O que aconteceu apenas foi que um tribunal que julga questões específicas relacionadas à matéria de patentes manifestou em uma decisão recente a posição de que os softwares não podem ser patenteados. A mudança de orientações das cortes americanas ao longo das últimas décadas foi constante, primeiro vedando e depois gradualmente aceitando. Agora pelo que parece estão voltando atrás, mas não se trata de uma mudança legislativa. A questão ainda vai dar pano.

Quanto à MS, alguns cogitam que a intenção da empresa era que algum grupo de patent trolls, como eles chamam, adquirisse as patentes e atacasse o Linux. Desta forma, a empresa atingiria seus objetivos sem o inconveniente de expor seu nome como atacante direta do software livre, o que pode contribuir ainda mais para o repúdio à marca.

[13] Comentário enviado por tagesuhu em 07/10/2009 - 12:33h

Adendo ao post:

Para quem quiser acompanhar o desenrolar da história, RMS publicou um artigo abordando o Codeplex (http://www.fsf.org/blogs/rms/microsoft-codeplex-foundation), o que gerou uma réplica de Miguel de Icaza (http://tirania.org/blog/archive/2009/Oct-05.html).


Contribuir com comentário




Patrocínio

Site hospedado pelo provedor RedeHost.
Linux banner

Destaques

Artigos

Dicas

Tópicos

Top 10 do mês

Scripts