Então pensei em reinstalar o
Linux sem mexer na partição /home onde estavam meus dados, já que em / (raiz) tinha uns 450 MB de espaço livre.
O que fiz me trouxe um grande aprendizado, apesar de ter sido bem cansativo (um dia inteiro instalando e reinstalando o Ubuntu!).
A primeira lição é que criar a partição /home é bem prático. Na reinstalação do sistema, tudo que você deixou lá vai estar do mesmo jeito: a disposição de painéis do Gnome, o papel de parede, até a posição das janelas do Gimp! Então é uma ótima pedida para aqueles que ficam fuçando em coisas do sistema que podem eventualmente encrencar o sistema-base do sistema.
A segunda lição -muito importante- é que você vai estar no Linux, e vai ter um espaço livre na partição raiz, mas não dá para dizer: "oba, tem tanto de espaço livre então na próxima reinstalação criarei uma partição em separado com esse tanto, como /home, para redimensionar a /home ou só como outra partição de dados".
Olha, essa 2ª lição é muito importante, e se você já tiver uma partição /home, a tentação vai ser usar o particionador para criar uma nova partição e a seguir usar a opção "copiar dados de outra partição". Aí os dados da partição /home vão para essa nova partição maior, mas e se por acaso o restante for insuficiente para a instalação do Linux? O pior é que nos Ubuntu você só vai descobrir isso na última etapa, pois a instalação demora uns 40 min para copiar os pacotes para o HD, e só após ejetar o CD e reiniciar o sistema é que ele vai ficar instalando os pacotes, o que é bem demorado. E aí de repente aparece a mensagem de que faltou espaço em disco! O Ubuntu até aciona um programa (modo texto) que diz que pode tentar dar um jeito, mas que é confuso e só conseguia continuar para terminar e ficar um Ubuntu apenas de modo texto (se isso acontecer, digite "sudo halt" para reiniciar o computador).
Aí imagina você ter criado uma partição maior e ter copiado os dados da partição /home: o problema é que mesmo se conseguir acessar, será em modo texto e não saberá se os dados estão intactos mesmo. Talvez dê para criar uma partição menor e copiar os dados para da partição maior, mas convenhamos que teoricamente isso é mais arriscado. Para evitar isso, deixe a /home como está e crie uma outra partição, e vá testando para ver se o sistema instala com essa partição a mais ocupando espaço que poderia ser da partição raiz do Linux. E vocês verão que essa partição separada pode ser /home/você/x.
Mão na massa!
Claro que o primeiro passo será escolher "particionar manualmente" quando o instalador perguntar se quer fazer manualmente ou instalar em todo disco (se sua distribuição não pergunta, e aciona particionadores como Fdisk, dos Slackware, também acho que não ficará perdido).
Crie uma nova partição (no Ubuntu -instalação texto-, dê enter sobre "espaço livre", se não tiver delete alguma partição que aparecerá, no Ubuntu de instalação gráfica é a mesma coisa mas um pouco mais clara para os leigos).
Se você não tiver o /home, após definir o tamanho aparecerá os dados gerais, aí vá em "ponto de montagem" e aparecerão algumas opções, selecione "/home".
Se você já tiver o /home, não tema e escolha "definir manualmente o ponto de montagem". Aparecerá uma caixa já com o "/" fica a seu critério, mas eu por exemplo deixei "/home/celio/1".
Não, eu não criei uma partição dentro de uma partição, eu criei outra partição paralela ao /home, mas com ponto de montagem em /home/celio/1. Se você encarar os pontos de montagem apenas como endereços, tais como sites de internet, vai conseguir visualizar isso: uma página não está dentro da outra, mas no endereço está organizado como um portal e subseções do portal.
E como fica na hora de navegar entre diretórios? Bem, aí sim a pasta "/1" é subpasta de "/celio", que é subpasta da "/home", que é subpasta de "/". Mas em termos de partições, "/" é a partição para o sistema, "/home" é partição para dados os usuários, e "/home/celio/1" é uma partição só para a pasta "1" do usuário "celio".
Mas na instalação, o particionador vem antes do programa que cria conta de usuários e senhas, não dá conflito? Felizmente não. na árvore de pastas o "/celio/1" foi criado antes mesmo do usuário celio aparecer e ganhar sua pasta no "/home", mas não houve problema algum. Depois, na interface gráfica, o nautilus (gerenciador de arquivos) diz que em /home/celio tem uns 230MB de espaço livre, mas dentro do /home/celio/1 diz que tem 100 pois acessa uma outra partição de 120MB (como uma não é dentro da outra, seria possível uma subpasta ter mais espaço livre que a pasta pai).
Ah, sim, mas a pasta "1", apesar de estar dentro de "celio", o usuário celio não pode escrever nele. É preciso abrir o nautilus como root e ir nas propriedades da pasta 1 e onde no campo "dono", selecionar "celio" onde estiver marcado "root". Assim, a permissão para usar a pasta foi passada do dono root para o novo dono, celio.
Bem, é desse modo que você pode criar uma partição que seja um "suplemento" da /home. é menos arriscado que usar os particionador para copiar os dados de uma partição para outra maior. Na verdade você também poderia, como root, criar uma pasta dentro da raiz e nas propriedades da nova pasta colocar como dono um usuário para que ele possa ir ocupando espaço da partição do sistema. Mas em termos de administração é mais seguro que o usuário não tenha a possibilidade de encher a partição do sistema e as vantagens da partição separada é que se for reinstalar o sistema não precisa formatar a partição de dados (na reinstalação, o próprio particionador marca o /home como "não formatar e manter os dados").
Agora, sobre definir os tamanhos, não foi mole definir os tamanhos. Felizmente quando não dava, deixava o /home intacto e diminuía a partição suplementar. Pois é, antes tinha uns 450 de espaço livre no sistema, por isso primeiro tentei criar uma partição suplementar de 300, depois 200, 100, 150 e finalmente 120! Vi assim, dolorosamente, que o sistema precisa de espaço livre sobrando pelo menos durante a instalação: Acessava o Partition Magic pelo Windows e no primeiro caso de insucesso, realmente toda a partição Linux tava cheia, mas no outro caso de insucesso ainda tinha espaço vazio e mesmo assim a instalação tinha parado por falta de espaço!
OBS: Lembre-se: o instalador modo texto do Ubuntu deixa uma marca de smiles quando as partições tipo Linux estão prontas para uso. Se o swap por exemplo estiver com caveirinha, apague-o para recriar manualmente ou pelo "particionamento automático do espaço livre". Veja se todos (com exceção da partição Windows) estão com seus pontos de montagem e o smiles (smiles é partição pronta para ser formatada e smiles preenchido é partição que será usada sem formatação).
E não entendo bem de partições primárias e lógicas, mas na versão final (funcionando) ficou assim: 3 partições: Windows, /home e a suplementar como primárias e a outras 2, / (bootável - símbolo de raio) e swap como lógicas.