Acho que ajuda na nossa inspiração repensar sobre o modo texto e gráfico para as
Interfaces de Usuário (UI).
Os mais famosos sistemas em modo texto são o DOS e os Unix-like, incluindo o
Linux. Mas o DOS é mono-tarefa, enquanto que os unix-like são multi-tarefa. Um usuário iniciante pergunta: "Mas como se no modo texto não tem janelas?". Pois é isso mesmo: no Linux, mesmo sem ter instalado a interface gráfica, com as teclas Ctrl+Alt+F1, F2, F3, F4, F5 e F6, pode-se executar tarefas diferentes em cada dos 6 terminais texto.
(Dica: esses terminais continuam disponíveis na maioria dos Linux modernos. Se quiser desativar e economizar umas unidades de memória RAM, acesse o /etc/inittab e ache um conjunto de linhas numeradas de 1 a 6 com "respawn". Preserve apenas o 1° e no começo das outras 5 acrescente "#").
Esse é um modo dos Linux-server contornar o sistema de janelas, deixe isso anotado.
Com a chamada interface gráfica vieram as as janelas e ícones, e aproveitaram para uniformizar as barras, botões e menus que existiam no modo texto, mas cada programa tinha um padrão (por exemplo: um usava preto & verde; outro preto & cinza, ou vermelho, azulão... aquelas cores bem fortes que os que usam o modo texto conhecem bem).
Eis um 2° ponto a ser anotado: o sistema de janelas veio para uniformizar o visual dos programas. Mas como atualmente alguns programas (tocadores de mídia, por exemplo) fazem questão de terem um visual que foge das janelas retangulares, ou usam o modo full-screen (ao invés de janelas maximizadas), isso significa minimamente que alguns enjoaram desse visual (e uma reação curiosa é que nisso alguns redescobriram o prazer do modo texto, usando por exemplo o lynx para internet).
Foi uma alegria para os consumidores quando chegou o Mac ou o Windows 3.0. Junto deles começaram a serem vendidos os mouses, um novo hardware que se casou perfeitamente com a GUI (Graphical User Interface).
Ao invés de digitar comandos, se clicava em ícones, e as janelas (devidamente redimensionadas e dispostas lado-a-lado) permitiam ver muitas tarefas numa tela só, o que era impossível no modo texto multi-tarefa.
A interface gráfica é sempre melhor? Nem sempre.
Por exemplo, se você tem 6 janelas maximizadas, você alterna entre elas clicando na barra de tarefas (popularizado a partir do Windows 95), ou teclando Alt+Tab, ou, no Windows Vista, o enfeitado "botão do Windows"+Tab que faz o mesmo em 3d.
Mas isso acaba dando no mesmo que usar 6 programas em modo texto e alternar entre os terminais usando Ctrl+Alt+F1 a F6.
E, as vezes perde: descobri recentemente que criar arquivos de backup e restaurá-los é muito mais simples no modo texto. No modo texto (Linux) para criar um arquivo de backup (digamos com extensão .bk), o comando é:
cp arquivo arquivo.bk
Aí os 2 arquivos ficam no mesmo diretório. Se fosse no modo gráfico, clica-se no arquivo com botão direito e escolhe-se "copiar", mas para colar a cópia tem de ser em outro diretório. Aí se cola e renomeia, para depois recortar e colar no diretório original. A outra opção é usar o "salvar como", mas isso só abrindo o arquivo com um programa.
E para restaurar o backup, sobrescrevendo o arquivo:
mv arquivo.bk arquivo
Se fosse no modo gráfico, seria aquele monte de cliques para remover e renomear, ou copiar e colar de outro diretório, ou "salvar como" sobrescrevendo usando o programa para o arquivo.