Neste artigo falaremos sobre a relação entre a sociedade da colaboração com a tecnologia da informação e o software livre e como o Linux, um produto idealizado, faz frente ao modelo comercial dominante de software, caracterizado pelos produtos da Microsoft.
Software Livre refere-se a liberdade dos usuários executarem, copiarem,
distribuírem, estudarem, modificarem e aperfeiçoarem o software. Está
baseado em quatro tipos de liberdades:
A liberdade de executar o programa;
A liberdade de estudar como o programa funciona, e adaptá-lo
para as suas necessidades;
A liberdade de redistribuir cópias de modo que você possa
ajudar ao seu próximo;
A liberdade de aperfeiçoar o programa, e liberar os seus
aperfeiçoamentos, de modo que toda a comunidade se beneficie.
Estes conceitos estão, cada vez mais, penetrando nas decisões da
sociedade da informação. É uma tendência inexorável.
O Linux, então, está na boca do povo. Mas o que isso significa? É um
avanço. Não apenas do ponto de vista tecnológico. O grande diferencial
está no modo de produção. Foi criado pela colaboração entre pessoas
comuns. Envolveu centenas de programadores espalhados pelo mundo. Linus
Torvalds, um universitário finlandês, queria construir um sistema
operacional para rodar no seu computador. Ele sabia que os melhores
'hacks' começam como soluções pessoais para os problemas diários. Linus
Torvalds estava iluminado quando disponibilizou seus rascunhos na rede.
"Release early and release often" passou a ser um indicador do modo de
produção colaborativo. Centenas de milhares de pessoas aderiram ao
Linux. O resto fica para a história.
O Linux é subversivo, pois transforma a estrutura imposta pela revolução
industrial. Na era da internet, desponta como o primeiro produto
idealizado e concebido pela sociedade da informação. A distinção do
Linux frente ao modelo comercial dominante de software, caracterizado
pelos produtos da Microsoft, é antes de tudo sua abertura. Embora, a
grande inovação do Linux, ao contrário do que muita gente pensa, não
está no aspecto técnico e sim no social. Compartilhar informações e
conhecimento foi o que permitiu a maioria dos grandes avanços da ciência.
Do mesmo modo que pesquisadores científicos permitem a todos os demais
em seus campos de estudo, examinar e utilizar suas descobertas, para
serem testadas e desenvolvidas além do ponto em que se encontram, os
participantes do projeto Linux permitem a todos os demais utilizar,
testar e desenvolver seus programas. Isso é conhecido como ética
científica. Na programação, ela recebe o nome de código-fonte aberto, ou
open source.
Mas o que isso tem a ver com uma sociedade da colaboração? Estamos
falando de tecnologia da informação. No entanto, percebemos que a cada
dia essas idéias penetram no modelo de organização da sociedade. Temos
que prestar atenção em alguns indicadores quase imperceptíveis para
pensar numa sociedade diferente. Onde a produção do conhecimento corra
livre. Software livre é apenas a ponta do iceberg do paradigma hacker. O
conhecimento quer ser livre.
[1] Comentário enviado por engos em 28/07/2004 - 08:11h
Não gostei, deu várias voltas e não falou nada que não fosse obvio. Esse é um assunto muito mais amplo, contendo muito mais filosofia, regras e inovações do que foi apresentado.
[2] Comentário enviado por hdhd em 28/07/2004 - 09:06h
engos, não é para gostar. mas de óbvio não tem nada aí. pelo contrário, estou tentando navegar pelo que está abaixo da linha da visibilidade.
abs, hdhd
[3] Comentário enviado por Ragen em 28/07/2004 - 10:19h
Costumo dizer que quem não é favoravel ao modelo do SL/OSDL só pensa com o bolso... Mas por outro lado os que são favoraveis pensam com a cabeça e com o bolso...
Como vc bem disse o Linux é subversivo, e é verdade, pois ele contraria os interesses de grandes empresas que fazem parte do sistema dominante. Mas o ponto que eu quero chegar não é esse...
OBS: Não sou comunista, socialista ou capitalista... Mas sou SIM a favor desse modelo (que pode ser entendida tambem como etica cientifica)
Mas ai fica a pergunta: Esse modelo não seria uma forma comunismo/socialismo digital?
[4] Comentário enviado por fabio em 28/07/2004 - 11:52h
Bom, eu não considero comunismo ou socialismo digital e sim democratização da tecnologia. Coloque-se como uma software house e seu cliente lhe solicita um webmail completo. Você ou sua empresa teria estrutura para produzir um software desse porte a um preço competitivo? Creio que não.
É aí que entra a força do software livre, você vai conseguir atender seu cliente cobrando pelos honorários gastos na personalização de um webmail já pronto e todos ganham com isso, você por ter conseguido entrar nesse mercado sem precisar reinventar a roda e seu cliente por adquirir um software de qualidade por um preço bem razoável.
O software livre é a oportunidade dos pequenos competirem com os grandes, dos pequenos virarem médios. SL significa o fim do monopólio e da ditatura tecnológica, significa maior satisfação dos clientes e evolução mais acelerada na qualidade dos software em geral.
Estou citando somente algumas as vantagens "comerciais" desse ramo. Se entrarmos em qualificação acadêmica ou científica, aí a gente pode ficar dias discutindo alguma coisa por aqui. :P
Bom, ressalvo que essa é somente minha opinião sobre uma teoria subversiva.
[5] Comentário enviado por Ragen em 28/07/2004 - 17:17h
Fabio,
Concordo com o que vc disse...
"O software livre é a oportunidade dos pequenos competirem com os grandes, dos pequenos virarem médios. SL significa o fim do monopólio e da ditatura tecnológica, significa maior satisfação dos clientes e evolução mais acelerada na qualidade dos software em geral. "
Mas isso que você falou nao lembra os ideiais socialistas/comunistas (Refriso que estou citando os IDEAIS)?
[6] Comentário enviado por andreguerra em 28/07/2004 - 17:46h
Olá pessoal,
Parabens Hernani. As criticas normalmente ocorrem, nao se perturbe.;-) Compartilho totalmente suas idéias, sou a fvor do SL por razoes filosoficas, deixando as tecnicas em segundo plano. Vivemos num pais onde 70%(isso mesmo, 70%) dos professores primarios jamais "viram" a Internet... Nossa esperança ( e expectativa) é que co o trabalho de muitos, pessoas comuns como vc disse, esse quadro possa ser mudado, afinal nada mais justo do que compartilhar o conhecimento, um bem que pode natureza deveria já ser de todos...
Valeu pessoal, abraço aos que fazem tanto com tâo pouco.. Principalmente a vc Fábio pelo excelente trabalho " materializado" nesse site...
[7] Comentário enviado por andreguerra em 28/07/2004 - 17:46h
Olá pessoal,
Parabens Hernani. As criticas normalmente ocorrem, nao se perturbe.;-) Compartilho totalmente suas idéias, sou a fvor do SL por razoes filosoficas, deixando as tecnicas em segundo plano. Vivemos num pais onde 70%(isso mesmo, 70%) dos professores primarios jamais "viram" a Internet... Nossa esperança ( e expectativa) é que co o trabalho de muitos, pessoas comuns como vc disse, esse quadro possa ser mudado, afinal nada mais justo do que compartilhar o conhecimento, um bem que por natureza deveria já ser de todos...
Valeu pessoal, abraço aos que fazem tanto com tâo pouco.. Principalmente a vc Fábio pelo excelente trabalho " materializado" nesse site...
[8] Comentário enviado por claudio_65 em 28/07/2004 - 20:22h
As polêmicas e os preconceitos sobre socialismo e comunismo nada edificam. É flagrante o caráter democratizante da filosofia de software livre. É uma filosofia cujo potencial - se averiguarmos mais atentamente - já significa enorme revolução no que concerne à quebra de um grande monopólio. Penso que a evolução da humanidade não prescinde desta filosofia, apesar de a maioria esmagadora dos participantes desta verdadeira revolução ainda não ter percebido o seu real significado.
Parabéns pelo belo artigo e porque não parabenizar também a todos que mesmo sem perceberem, atual como importantes células deste complexo e perfeito "organismo" que é o Software Livre.
[9] Comentário enviado por oki em 29/07/2004 - 06:08h
O Linux e o universo Open Source vão além do software, além do shell representam um conjunto de novos conceitos. Podemos dizer que são uma alternativa para o cáos social existente. Não existe, e nunca existirá um software pra resolver o cáos sócio-político, mas se não houverem idéias e iniciativas o cáos jamais deixará de ser meramente caótico.
Saber abstrair este tipo de conceito e conseguir visualizar os ideais entremeadas ao código fonte não é tarefa para programador, mas sim para o bom observador.
Vou usar uma frase pra tentar explicar isso "Não existe colaboração sem generosidade", Hernani Dimantas.
[10] Comentário enviado por fabmas em 29/07/2004 - 13:00h
Boa visão sobre o tema, Hernani. Esta é uma visão, que eu acredito ser, essencial para realmente eliminarmos a exclusão digital.
Aqui no Brasil, ha muito tempo vivemos sempre a expectativa do 'país em desenvolvimento...'
Se continuarmos a nos submeter aos 'mandos e desmandos' dos gigantes da informática, continuaremos cada vez mais, a ser um 'país em desenvolvimento...'
E software livre é isto: começa com uma idéia boa, que vai se aprimorando e criando forma, a medida que cada um contribui...
[11] Comentário enviado por wronieri em 30/07/2004 - 08:33h
Muito bom o artigo o SL veio para ficar é muito bom ver o que dá para fazer em termos de inclusão digital e social com software livre sem gastar um tostão do bolso.