Uma frase interessantíssima é que "...para 95% dos usuários, a
melhor relação custo-benefício ainda é o Windows", ou seja, com
uma "interface imatura" indicando o
Linux para
especialistas o autor afirma de forma "segura" que o SO
proprietário seria melhor. Como o usuário pode ter certeza disso
se não comparou os dois???
Julgar a maturidade de um SO apenas pela sua interface
desqualifica qualquer observação deste nível em relação ao
Linux ou qualquer outro.
Bem, quanto ao custo x benefício, podemos ainda fazer uma
pequena conta:
Um PC tudo-onboard "típico" para edição de textos, internet e
a tão famosa multimídia (entenda: cd no drive com caixas de
som péssimas), sempron 2.2, 128MB de RAM, monitor e periféricos
(sem impressora) sai em torno de R$ 1.300,00 nos anúncios de
qualquer caderno de informática nos principais jornais do país.
Nestes mesmos espaços negocia-se o WinXP OEM por R$ 380,00 em
média. Este responderia por 22% do custo total. Bem, uma cópia
do Conectiva 10 sai por R$ 99,00 e seu percentual no custo
final é de 7%. Qual o melhor custo x benefício em questão?
Enquanto o Windows "instala apenas o Windows", no Linux tem-se
uma série de softwares de apoio, como editores de texto, navegadores,
cd players, ripadores, compiladores, debugadores, servidores e
outros produtos instalados conjuntamente, dependendo do perfil
escolhido. Se formos analisar a aquisição do MS Office, por exemplo,
o custo total de compra do PC saltaria para R$ 3.180,00 e os
softwares da Microsoft corresponderiam a 59% (R$ 1.500,00 + 380,00).
Quanto pagamos pelo
OpenOffice, pelos Mozillas
Firefox
e
Thunderbird,
Gimp,
XINE,
XMMS? Podemos
ao menos forçar um argumento baseando-se na qualidade destes
softwares com a finalidade de dizer que as soluções proprietárias
são melhores? NÃO!!!
Continuemos comparando:
1) As principais distros já centralizaram a sua configuração num
"centro de controle" específico, podendo-se trabalhar tranqüilamente
em modo gráfico.
2) Muitas das configurações no Linux são realizadas diretamente na
instalação: teclado, mouse, vídeo, dvd, cd, cdrw, som, impressora,
rede (TCP/IP, DHCP), etc, sendo que neste último tópico necessita-se
o mesmo nível de conhecimento para ter a rede funcionando. Não
necessita-se, na maioria das vezes, de instalar-se drivers do
fabricante.
3) O sistema de atualização via internet é tão completo quanto a da
alternativa paga. O
apt-get e correlatos cumprem o mesmo
papel, bastando apenas a configuração do servidor onde baixar-se-á
os pacotes desejados.
4) No Linux, muitas configurações podem ser feitas "na unha" ou então
com programas gráficos; no Windows, muitas mexidas no sistema têm de
ser feitas "na marra", pois não há nenhum utilitário para isto. Veja
aqui um exemplo banal.
5) A grande maioria dos usuários de Windows não tem a menor idéia
de como fazer o manejo de seu sistema; diria com certeza de que
até um simples desfragmentar de disco não é realizado freqüentemente,
nem se tem noção da sua existência (sem alguém duvida, faça algum
teste num site qualquer sobre Windows).
6) Os dois sistemas podem ser manejados via "menu iniciar",
"meu computador" e outras áreas similares, intuitivas para quem vem
do mundo proprietário.
7) O Linux estimula a adoção de novos conceitos, como permissão de
arquivos, superusuário, usuário comum, entre outros, típicos de um
sistema - não mais fechado - mais restrito aos abusos que o
operador às vezes deseja. Em suma: se você vai usar um PC numa
empresa para editar textos, para quê vai querer instalar programas
que são muitas vezes cópias não autorizadas dos originais?