O que você está ouvindo agora?

1993. Re: O que você está ouvindo agora?

Sergio Teixeira - Linux User # 499126
Teixeira

(usa Linux Mint)

Enviado em 06/10/2013 - 07:52h

Sempre apreciei muito o Pink Floyd, muito embora não o tenha propriamente acompanhado muito de perto.
É certamente uma banda de respeito, não apenas pela qualidade sonora, mas pela obra intelectual.
Curiosamente percebo que, quando éramos músicos profissionais, jamais tocamos uma só música do Pink Floyd, embora tenhamos tocado bastante Chicago, Grand Funk Railroad, Deep Purple, Genesis, Beatles, Creedence e outros...


  


1994. Re: O que você está ouvindo agora?

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(usa Nenhuma)

Enviado em 06/10/2013 - 08:38h

Teixeira escreveu:

Sempre apreciei muito o Pink Floyd, muito embora não o tenha propriamente acompanhado muito de perto.
É certamente uma banda de respeito, não apenas pela qualidade sonora, mas pela obra intelectual.
Curiosamente percebo que, quando éramos músicos profissionais, jamais tocamos uma só música do Pink Floyd, embora tenhamos tocado bastante Chicago, Grand Funk Railroad, Deep Purple, Genesis, Beatles, Creedence e outros...


A grandeza do Floyd dos anos 70 é indiscutível! sem apelar para o Pop nem exagerar com os experimentalismos da turma do Progressivo, recomendo pelo menos a audição dos 4 albums que citei anteriormente: Dark Side, Wish You, Animals e The Wall.

Lembro que conheci o Floyd e o Van Halen com um primo que tinha aqueles pequenos LPs de 45 RPM, um continha Another Brick in the Wall, o outro o single Jump do Van Halen.

Mais um clássico do Floyd:




1995. Re: O que você está ouvindo agora?

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(usa Nenhuma)

Enviado em 06/10/2013 - 13:19h

edps escreveu:

A grandeza do Floyd dos anos 70 é indiscutível! sem apelar para o Pop nem exagerar com os experimentalismos da turma do Progressivo, recomendo pelo menos a audição dos 4 albums que citei anteriormente: Dark Side, Wish You, Animals e The Wall.

Lembro que conheci o Floyd e o Van Halen com um primo que tinha aqueles pequenos LPs de 45 RPM, um continha Another Brick in the Wall, o outro o single Jump do Van Halen.
...


"Hey You" tem lugar especial em minha videoteca.

Edinaldo, "aqueles pequenos LPs de 45 RPM" eram simplesmente chamados de compactos.

Lembro que alguns comercias que lançavam bandas/músicas diziam no final do "reclame": À venda em "long play" e compacto.

rsrs


1996. Re: O que você está ouvindo agora?

Sergio Teixeira - Linux User # 499126
Teixeira

(usa Linux Mint)

Enviado em 06/10/2013 - 19:30h

Edinaldo, "aqueles pequenos LPs de 45 RPM" eram simplesmente chamados de compactos.

Lembro que alguns comercias que lançavam bandas/músicas diziam no final do "reclame": À venda em "long play" e compacto.


A qualidade sonora dos "compactos" (45 RPM) sempre foi superior à dos LPs (33 RPM).
Compactos em geral, no padrão norteamericano, tinham um furo central de 1 polegada (do tamanho de nossa atual moeda de R$ 0,25), bem maior que o furo normal dos discos fonográficos.

Porém o disco ideal era o de 78 RPM "inquebrável", pois quanto maior a rotação, maior a fidelidade sonora.

Isso no entanto fazia aumentar o tamanho e a espessura do disco, o que fazia com que aumentasse também a quantidade de material empregado em sua confecção, elevando os custos (*).

Havia um "pulo do gato" para compensar os ruídos (chiados, estalos, etc.) introduzidos pelo atrito entre a agulha e o disco propriamente dito:
Ampliavam-se os sons do topo dos agudos e depois aplicava-se uma forte atenuação nessas frequências com o sinal de polaridade inversa.
Isso cancelava esses ruídos, pois como sabemos, a sobreposição dos canais A e B com polaridades opostas resulta na inaudibilidade de cada um desses canais - esse é, aliás, o princípio que tornou possível o Karaokê.

A curva resultante dessa atenuação é que é chamada de R.I.A.A., a qual é patenteada e tudo o mais.

Aqui no Brasil, optou-se por diminuir a rotação dos compactos para 33 RPM (a mesma velocidade dos LPs) e alargar o passo do corte, fazendo com que se pudesse colocar "mais som" sem distorcer.
E isso também propiciou o lançamento dos "compactos duplos", com duas faixas de cada lado.

Da mesma forma que os CDs e DVDs, ha uma certa distorção com referência aos sinais gravados naquela parte que fica mais próxima do centro, já que ali o espaço fica mais "apertado".
A indústria fonográfica resolveu o problema através de uma técnica de torno chamada de "passo variável", onde:
- Sinais gravados mais próximos do centro exigem maior velocidade radial;
- Ao fazer uma gravação, próximo à cabeça de corte existe uma segunda cabeça, onde o sinal chega algumas frações de segundo mais cedo. Quando o sinal chega aí muito forte, essa cabeça faz com que o passo do torno aumente proporcional e imediatamente, fazendo com que o corte não se sobreponha jamais à linha gravada anteriormente.


VOCÊ SABIA?

- Discos fonográficos não tem cor: O polímero é mais ou menos transparente, podendo no entanto apresentar falhas na coloração.
Então acrescenta-se a ele um corante chamado "Negro de Fumo" (que é o mais comum), ou outro corante de outra cor;

- O disco-matriz é gravado de um lado só, face por face.
Em seguida, é feita uma fôrma galvânica, e dessa fôrma um molde de níquel, através do qual será feita a prensagem dos discos;

- No processo de prensagem, entra na prensa uma bolachinha de plástico pouco maior que o rótulo do disco, com cerca de 0,5cm de altura, e que após prensada assume a altura do disco final.
Os dois rótulos já fazem parte do processo de prensagem a quente: Eles não são colados!

- Um LP tem geralmente 30,5cm de diâmetro, o que equivale mais ou menos a 12".
Porém, com o esforço necessário para a prensagem, é normal que os moldes vão crescendo um pouco; Dessa forma, ninguém estranhe se o disco que tivermos em mãos tiver 31cm ou até mesmo um pouco mais.

- Nenhum disco é gravado "ao contrário". Para que consigamos tal efeito, temos de trabalhar na fita-mãe, e não no disco ("master blank").

- Os "master blanks" são feitos de alumínio, sobre o qual é depositado um filme à base de acetato de butila, o qual tem de ter qualidade suficiente para aguentar o corte micrométrico e submeter-se posteriormente ao processo de galvanoplastia.
Cada fabricante tem seus segredos para conseguir um produto de qualidade, e por essa razão são pouquíssimos os fabricantes mundiais desse material.
Se o material não tiver qualidade, será comprado uma única vez, e nunca mais.

- No princípio doas gravações fonográficas, a gravação era feita "a seco", ou como dizemos "à vera", e orquestra e cantores agiam todos juntos, ao mesmo tempo em que se gravava uma matriz em cera de carnaúba.
Como a coisa era "pra valer", se alguém errasse, "já era"...
Hoje em dia, existem edições e mais edições, facilitando bastante o trabalho.

-----

(*) Na verdade, os altos custos de uma obra fonográfica não tem muito a ver com "matéria prima", e sim com "direitos" os mais diversos, e uma tremenda margem de lucro estimado, previsão de encalhes, etc., enfim, coisas próprias de marketing.


(**) A palavra forma (ô) está grafada com acento circunflexo, apenas para não ser confundida com o vocábulo forma (ó).
Nenhum desses vocábulos, graças a essa bendita unificação (reforma, sei lá o que), tem mais o indispensável acento que os distinguia.


1997. Re: O que você está ouvindo agora?

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(usa Nenhuma)

Enviado em 06/10/2013 - 20:32h

izaias escreveu:

edps escreveu:

A grandeza do Floyd dos anos 70 é indiscutível! sem apelar para o Pop nem exagerar com os experimentalismos da turma do Progressivo, recomendo pelo menos a audição dos 4 albums que citei anteriormente: Dark Side, Wish You, Animals e The Wall.

Lembro que conheci o Floyd e o Van Halen com um primo que tinha aqueles pequenos LPs de 45 RPM, um continha Another Brick in the Wall, o outro o single Jump do Van Halen.
...


"Hey You" tem lugar especial em minha videoteca.

Edinaldo, "aqueles pequenos LPs de 45 RPM" eram simplesmente chamados de compactos.

Lembro que alguns comercias que lançavam bandas/músicas diziam no final do "reclame": À venda em "long play" e compacto.

rsrs



Obrigado pela informação Izaias!


Teixeira escreveu:

Edinaldo, "aqueles pequenos LPs de 45 RPM" eram simplesmente chamados de compactos.

Lembro que alguns comercias que lançavam bandas/músicas diziam no final do "reclame": À venda em "long play" e compacto.


A qualidade sonora dos "compactos" (45 RPM) sempre foi superior à dos LPs (33 RPM).
Compactos em geral, no padrão norteamericano, tinham um furo central de 1 polegada (do tamanho de nossa atual moeda de R$ 0,25), bem maior que o furo normal dos discos fonográficos.

Porém o disco ideal era o de 78 RPM "inquebrável", pois quanto maior a rotação, maior a fidelidade sonora.

Isso no entanto fazia aumentar o tamanho e a espessura do disco, o que fazia com que aumentasse também a quantidade de material empregado em sua confecção, elevando os custos (*).

Havia um "pulo do gato" para compensar os ruídos (chiados, estalos, etc.) introduzidos pelo atrito entre a agulha e o disco propriamente dito:
Ampliavam-se os sons do topo dos agudos e depois aplicava-se uma forte atenuação nessas frequências com o sinal de polaridade inversa.
Isso cancelava esses ruídos, pois como sabemos, a sobreposição dos canais A e B com polaridades opostas resulta na inaudibilidade de cada um desses canais - esse é, aliás, o princípio que tornou possível o Karaokê.

A curva resultante dessa atenuação é que é chamada de R.I.A.A., a qual é patenteada e tudo o mais.

Aqui no Brasil, optou-se por diminuir a rotação dos compactos para 33 RPM (a mesma velocidade dos LPs) e alargar o passo do corte, fazendo com que se pudesse colocar "mais som" sem distorcer.
E isso também propiciou o lançamento dos "compactos duplos", com duas faixas de cada lado.

Da mesma forma que os CDs e DVDs, ha uma certa distorção com referência aos sinais gravados naquela parte que fica mais próxima do centro, já que ali o espaço fica mais "apertado".
A indústria fonográfica resolveu o problema através de uma técnica de torno chamada de "passo variável", onde:
- Sinais gravados mais próximos do centro exigem maior velocidade radial;
- Ao fazer uma gravação, próximo à cabeça de corte existe uma segunda cabeça, onde o sinal chega algumas frações de segundo mais cedo. Quando o sinal chega aí muito forte, essa cabeça faz com que o passo do torno aumente proporcional e imediatamente, fazendo com que o corte não se sobreponha jamais à linha gravada anteriormente.


VOCÊ SABIA?

- Discos fonográficos não tem cor: O polímero é mais ou menos transparente, podendo no entanto apresentar falhas na coloração.
Então acrescenta-se a ele um corante chamado "Negro de Fumo" (que é o mais comum), ou outro corante de outra cor;

- O disco-matriz é gravado de um lado só, face por face.
Em seguida, é feita uma fôrma galvânica, e dessa fôrma um molde de níquel, através do qual será feita a prensagem dos discos;

- No processo de prensagem, entra na prensa uma bolachinha de plástico pouco maior que o rótulo do disco, com cerca de 0,5cm de altura, e que após prensada assume a altura do disco final.
Os dois rótulos já fazem parte do processo de prensagem a quente: Eles não são colados!

- Um LP tem geralmente 30,5cm de diâmetro, o que equivale mais ou menos a 12".
Porém, com o esforço necessário para a prensagem, é normal que os moldes vão crescendo um pouco; Dessa forma, ninguém estranhe se o disco que tivermos em mãos tiver 31cm ou até mesmo um pouco mais.

- Nenhum disco é gravado "ao contrário". Para que consigamos tal efeito, temos de trabalhar na fita-mãe, e não no disco ("master blank").

- Os "master blanks" são feitos de alumínio, sobre o qual é depositado um filme à base de acetato de butila, o qual tem de ter qualidade suficiente para aguentar o corte micrométrico e submeter-se posteriormente ao processo de galvanoplastia.
Cada fabricante tem seus segredos para conseguir um produto de qualidade, e por essa razão são pouquíssimos os fabricantes mundiais desse material.
Se o material não tiver qualidade, será comprado uma única vez, e nunca mais.

- No princípio doas gravações fonográficas, a gravação era feita "a seco", ou como dizemos "à vera", e orquestra e cantores agiam todos juntos, ao mesmo tempo em que se gravava uma matriz em cera de carnaúba.
Como a coisa era "pra valer", se alguém errasse, "já era"...
Hoje em dia, existem edições e mais edições, facilitando bastante o trabalho.

-----

(*) Na verdade, os altos custos de uma obra fonográfica não tem muito a ver com "matéria prima", e sim com "direitos" os mais diversos, e uma tremenda margem de lucro estimado, previsão de encalhes, etc., enfim, coisas próprias de marketing.


(**) A palavra forma (ô) está grafada com acento circunflexo, apenas para não ser confundida com o vocábulo forma (ó).
Nenhum desses vocábulos, graças a essa bendita unificação (reforma, sei lá o que), tem mais o indispensável acento que os distinguia.



E vemos aqui mais uma aula de informação do mestre Teixeira, meu muito obrigado por compartilhar seu vasto conhecimento! :)



1998. Re: O que você está ouvindo agora?

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(usa Nenhuma)

Enviado em 06/10/2013 - 22:04h

Então, eu sei porque meu vovô que disse, não que eu seja dessa época não. rs

Não cheguei a colecionar muitos LPs, não eram poucos mas também não comparava a uma estante cheia (cheia mesmo!) como tem até hoje meu cunhado.


1999. Re: O que você está ouvindo agora?

Delcimar Bezerra
LedDel

(usa Outra)

Enviado em 07/10/2013 - 10:38h

Teixeira escreveu:

Edinaldo, "aqueles pequenos LPs de 45 RPM" eram simplesmente chamados de compactos.

Lembro que alguns comercias que lançavam bandas/músicas diziam no final do "reclame": À venda em "long play" e compacto.


A qualidade sonora dos "compactos" (45 RPM) sempre foi superior à dos LPs (33 RPM).
Compactos em geral, no padrão norteamericano, tinham um furo central de 1 polegada (do tamanho de nossa atual moeda de R$ 0,25), bem maior que o furo normal dos discos fonográficos.

Porém o disco ideal era o de 78 RPM "inquebrável", pois quanto maior a rotação, maior a fidelidade sonora.

Isso no entanto fazia aumentar o tamanho e a espessura do disco, o que fazia com que aumentasse também a quantidade de material empregado em sua confecção, elevando os custos (*).

Havia um "pulo do gato" para compensar os ruídos (chiados, estalos, etc.) introduzidos pelo atrito entre a agulha e o disco propriamente dito:
Ampliavam-se os sons do topo dos agudos e depois aplicava-se uma forte atenuação nessas frequências com o sinal de polaridade inversa.
Isso cancelava esses ruídos, pois como sabemos, a sobreposição dos canais A e B com polaridades opostas resulta na inaudibilidade de cada um desses canais - esse é, aliás, o princípio que tornou possível o Karaokê.

A curva resultante dessa atenuação é que é chamada de R.I.A.A., a qual é patenteada e tudo o mais.

Aqui no Brasil, optou-se por diminuir a rotação dos compactos para 33 RPM (a mesma velocidade dos LPs) e alargar o passo do corte, fazendo com que se pudesse colocar "mais som" sem distorcer.
E isso também propiciou o lançamento dos "compactos duplos", com duas faixas de cada lado.

Da mesma forma que os CDs e DVDs, ha uma certa distorção com referência aos sinais gravados naquela parte que fica mais próxima do centro, já que ali o espaço fica mais "apertado".
A indústria fonográfica resolveu o problema através de uma técnica de torno chamada de "passo variável", onde:
- Sinais gravados mais próximos do centro exigem maior velocidade radial;
- Ao fazer uma gravação, próximo à cabeça de corte existe uma segunda cabeça, onde o sinal chega algumas frações de segundo mais cedo. Quando o sinal chega aí muito forte, essa cabeça faz com que o passo do torno aumente proporcional e imediatamente, fazendo com que o corte não se sobreponha jamais à linha gravada anteriormente.


VOCÊ SABIA?

- Discos fonográficos não tem cor: O polímero é mais ou menos transparente, podendo no entanto apresentar falhas na coloração.
Então acrescenta-se a ele um corante chamado "Negro de Fumo" (que é o mais comum), ou outro corante de outra cor;

- O disco-matriz é gravado de um lado só, face por face.
Em seguida, é feita uma fôrma galvânica, e dessa fôrma um molde de níquel, através do qual será feita a prensagem dos discos;

- No processo de prensagem, entra na prensa uma bolachinha de plástico pouco maior que o rótulo do disco, com cerca de 0,5cm de altura, e que após prensada assume a altura do disco final.
Os dois rótulos já fazem parte do processo de prensagem a quente: Eles não são colados!

- Um LP tem geralmente 30,5cm de diâmetro, o que equivale mais ou menos a 12".
Porém, com o esforço necessário para a prensagem, é normal que os moldes vão crescendo um pouco; Dessa forma, ninguém estranhe se o disco que tivermos em mãos tiver 31cm ou até mesmo um pouco mais.

- Nenhum disco é gravado "ao contrário". Para que consigamos tal efeito, temos de trabalhar na fita-mãe, e não no disco ("master blank").

- Os "master blanks" são feitos de alumínio, sobre o qual é depositado um filme à base de acetato de butila, o qual tem de ter qualidade suficiente para aguentar o corte micrométrico e submeter-se posteriormente ao processo de galvanoplastia.
Cada fabricante tem seus segredos para conseguir um produto de qualidade, e por essa razão são pouquíssimos os fabricantes mundiais desse material.
Se o material não tiver qualidade, será comprado uma única vez, e nunca mais.

- No princípio doas gravações fonográficas, a gravação era feita "a seco", ou como dizemos "à vera", e orquestra e cantores agiam todos juntos, ao mesmo tempo em que se gravava uma matriz em cera de carnaúba.
Como a coisa era "pra valer", se alguém errasse, "já era"...
Hoje em dia, existem edições e mais edições, facilitando bastante o trabalho.

-----

(*) Na verdade, os altos custos de uma obra fonográfica não tem muito a ver com "matéria prima", e sim com "direitos" os mais diversos, e uma tremenda margem de lucro estimado, previsão de encalhes, etc., enfim, coisas próprias de marketing.


(**) A palavra forma (ô) está grafada com acento circunflexo, apenas para não ser confundida com o vocábulo forma (ó).
Nenhum desses vocábulos, graças a essa bendita unificação (reforma, sei lá o que), tem mais o indispensável acento que os distinguia.


Rapaz, eu lendo esse seu artigo aqui e viajando no tempo. Um preço que se pagou, e caro, pelo avanço tecnológico foi que com a "morte" do vinil, morreu também todo aquele ritual de acompanhava a compra do mesmo. Entrar na loja e fuçar nas prateleiras atrás das novidades, pegar o vinil, abrir o cara, folhear os encartes, admirar a arte da capa, dar um trato nos discos com um pano e óleo de peroba ou linhaça ( sim ! eu passava isso nos meus e ficava com um brilho maneiro) e depois o prazer de colocar a agulha no bichinho e ouvir aquele som maravilhoso...Enfim, é o preço que se paga. Hoje vc compra um cd caríssimo e na terceira manuseada a capa já foi pro saco, o cd já tá riscado, o encarte é uma coisa de feio e miúdo. Na minha época de vinil eu tirava "furo" e disco com agulha de costura da minha mãe. Ficava jóia. Técnicas que a gente aprendia na marra. Altas lembranças, hehe !


2000. Re: O que você está ouvindo agora?

Sergio Teixeira - Linux User # 499126
Teixeira

(usa Linux Mint)

Enviado em 08/10/2013 - 11:10h

Rapaz, eu lendo esse seu artigo aqui e viajando no tempo. Um preço que se pagou, e caro, pelo avanço tecnológico foi que com a "morte" do vinil, morreu também todo aquele ritual de acompanhava a compra do mesmo. Entrar na loja e fuçar nas prateleiras atrás das novidades, pegar o vinil, abrir o cara, folhear os encartes, admirar a arte da capa, dar um trato nos discos com um pano e óleo de peroba ou linhaça ( sim ! eu passava isso nos meus e ficava com um brilho maneiro) e depois o prazer de colocar a agulha no bichinho e ouvir aquele som maravilhoso...Enfim, é o preço que se paga. Hoje vc compra um cd caríssimo e na terceira manuseada a capa já foi pro saco, o cd já tá riscado, o encarte é uma coisa de feio e miúdo. Na minha época de vinil eu tirava "furo" e disco com agulha de costura da minha mãe. Ficava jóia. Técnicas que a gente aprendia na marra. Altas lembranças, hehe !

O mundo moderno tem suprimido de nós alguns "rituais" que enriqueciam a vida de muitos.

Eu me lembro de meu padrinho fazendo cigarros de palha: Seu prazer não era propriamente o de apenas fumar o cigarro, mas o de picar o fumo comprado especialmente, pegar a palha de milho selecionada, cortá-la no tamanho adequado, alisá-la, enrolar o cigarro, dobrar a ponta, e somente então acendê-lo - preferencialmente com uma binga, que é aquele isqueiro super-primitivo.
Tudo ordeira e pacientemente.

Para ouvir discos de vinil também havia esse ritual básico, muitas vezes enriquecido em muitos outros detalhes, desde o perfeito balanceamento do braço da pickup, até a procura de produtos exóticos para limpar os sulcos do disco.

Tive um amigo japonês que tinha dois conjuntos de som, um para ouvir jazz e outro para ouvir clássicos, cada qual com sua equalização, potência, caixas acústicas e pickups diferentes, sendo um deles valvulado (para aquele som mais "macio", e outro transistorizado, para aquelas respostas mais rápidas e "secas").

Outro amigo, dedicava os sábados inteiros para lavar e lubrificar, ele mesmo, seu automóvel.
Mangueira, xampu, pincel, panos, cera, tudo na ordem preestabelecida, que culminava na aplicação de óleo de mamona por baixo do carro, e a ida até uma estrada de terra para que a poeira aderisse ao chassis, o que segundo ele, garantia uma proteção extra contra corrosão.

Meu primo cuidava da piscina como se fosse seu xodó.
Aliás, a piscina dele é muito mais bem cuidada que a de qualquer clube conhecido, e essa dedicação parece que é hereditária, pois um de seus filhos o segue já há muitos anos nessa mesma dedicação.

Hoje em dia parece que "não temos tempo para ter paciência" nem mesmo para cuidar de detalhes prazeirosos, e o próprio Freud nos expulsaria de seu consultório (embora gentilmente, com bastante "Freundlichkeit" assim "na base do espanador"), porque certamente teria mais o que fazer...


2001. Re: O que você está ouvindo agora?

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(usa Nenhuma)

Enviado em 08/10/2013 - 13:31h




2002. Re: O que você está ouvindo agora?

Delcimar Bezerra
LedDel

(usa Outra)

Enviado em 08/10/2013 - 15:32h

Teixeira escreveu:

Rapaz, eu lendo esse seu artigo aqui e viajando no tempo. Um preço que se pagou, e caro, pelo avanço tecnológico foi que com a "morte" do vinil, morreu também todo aquele ritual de acompanhava a compra do mesmo. Entrar na loja e fuçar nas prateleiras atrás das novidades, pegar o vinil, abrir o cara, folhear os encartes, admirar a arte da capa, dar um trato nos discos com um pano e óleo de peroba ou linhaça ( sim ! eu passava isso nos meus e ficava com um brilho maneiro) e depois o prazer de colocar a agulha no bichinho e ouvir aquele som maravilhoso...Enfim, é o preço que se paga. Hoje vc compra um cd caríssimo e na terceira manuseada a capa já foi pro saco, o cd já tá riscado, o encarte é uma coisa de feio e miúdo. Na minha época de vinil eu tirava "furo" e disco com agulha de costura da minha mãe. Ficava jóia. Técnicas que a gente aprendia na marra. Altas lembranças, hehe !

O mundo moderno tem suprimido de nós alguns "rituais" que enriqueciam a vida de muitos.

Eu me lembro de meu padrinho fazendo cigarros de palha: Seu prazer não era propriamente o de apenas fumar o cigarro, mas o de picar o fumo comprado especialmente, pegar a palha de milho selecionada, cortá-la no tamanho adequado, alisá-la, enrolar o cigarro, dobrar a ponta, e somente então acendê-lo - preferencialmente com uma binga, que é aquele isqueiro super-primitivo.
Tudo ordeira e pacientemente.

Para ouvir discos de vinil também havia esse ritual básico, muitas vezes enriquecido em muitos outros detalhes, desde o perfeito balanceamento do braço da pickup, até a procura de produtos exóticos para limpar os sulcos do disco.

Tive um amigo japonês que tinha dois conjuntos de som, um para ouvir jazz e outro para ouvir clássicos, cada qual com sua equalização, potência, caixas acústicas e pickups diferentes, sendo um deles valvulado (para aquele som mais "macio", e outro transistorizado, para aquelas respostas mais rápidas e "secas").

Outro amigo, dedicava os sábados inteiros para lavar e lubrificar, ele mesmo, seu automóvel.
Mangueira, xampu, pincel, panos, cera, tudo na ordem preestabelecida, que culminava na aplicação de óleo de mamona por baixo do carro, e a ida até uma estrada de terra para que a poeira aderisse ao chassis, o que segundo ele, garantia uma proteção extra contra corrosão.

Meu primo cuidava da piscina como se fosse seu xodó.
Aliás, a piscina dele é muito mais bem cuidada que a de qualquer clube conhecido, e essa dedicação parece que é hereditária, pois um de seus filhos o segue já há muitos anos nessa mesma dedicação.

Hoje em dia parece que "não temos tempo para ter paciência" nem mesmo para cuidar de detalhes prazeirosos, e o próprio Freud nos expulsaria de seu consultório (embora gentilmente, com bastante "Freundlichkeit" assim "na base do espanador"), porque certamente teria mais o que fazer...


Concordo em gênero, número e grau. Mas uma coisa que a "modernidade" nunca vai nos tirar são as boas lembranças e a oportunidade que tivemos ao ter contato com estas tecnologias, coisa que gerações mais novas nunca vão ter. Enfim, digo tudo isso não como uma crítica à tecnologia, que é importantíssima, mas ao descaso que ela faz do que passou e um dia foi importante como se aquilo nunca tivesse existido. Sorry.


2003. Trivium

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(usa Nenhuma)

Enviado em 10/10/2013 - 20:58h




2004. Tião Carreiro e Pardinho

Alex Silva
l0g1in

(usa FreeBSD)

Enviado em 10/10/2013 - 23:21h

Tião Carreiro e Pardinho

Musica "A Vaca foi pro Brejo"






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