Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 19/03/2012 - 11:00h
Pois é, né?
Passei por um "infalto do minhocáldio" no dia 4 de fevereiro.
Pela manhã, que é quando sói acontecer.
Se eu tivesse visto os videos que tem na internet a esse respeito
antes de infartar, eu teria certamente morrido, mas
de pânico...
Tá certo que a coisa é feia, mas quando se deixa o assunto para ser contado por repórteres britânicos, eles costumam "exagerar um pouquinho"...
Num desses videos o cidadão infarta durante 15 minutos, e é um verdadeiro caos. Dá para fazer um filme-catástrofe...
Eu passei todo o dia 4 solenemente infartado (não tinha ninguém em casa ou nos vizinhos), e somente fui medicado no dia 5 às 14:00 horas.
Intuitivamente, não me deitei (isso seria um erro grave) e fiquei recostado o tempo todo.
Tá, eu virei um "pincushion" humano: Todo mundo que chegava perto de mim tinha a clara intenção de me espetar - fosse para injetar medicamentos, para colher sangue, para colocar acessos a soro, etc.
Só faltou mesmo algum acupunturista querendo praticar...
Fora os espetos, fui muito bem atendido e fiz muitas amizades com o pessoal da área da saúde. Afinal, estive em nada menos de três hospitais até finalmente fazer a tal angioplastia, em "uma cidade vizinha" (onde antigamente se dizia que a galinha ciscava para frente).
O ato de infartar é extremamente doloroso (como se diz tecnicamente, "
dói pra burro") e boa parte dessa dor permanece por muito tempo.
Portanto, não façam isso em casa.
O ministério da saúde adverte: Infartar faz mal à saúde.
Nem tudo é o que parece ser. Fui indagado se era alérgico a frutos do mar. E eu fiquei imaginando se iriam me dar lagosta no jantar.
Mas não: Além de ficar em jejum, ainda me injetaram um contraste à base de iodo, para fazer o tal de cateteteterismo, que é o ato de enfiar um arame pelas artérias adentro até chegar ao local desejado (algo que lembra o roto-rooter).
E me enganaram mais uma vez, dizendo que iriam colocar duas "molinhas".
Eu fiquei imaginando aquela mola em espiral (que seria "spring"
* ou até mesmo "coil"), mas depois que vi o nome "stent" desconfiei e averiguei que na verdade trata-se de uma pequena tela, expansível através de um balão inflável que vai junto com o "arame". Depois que ela se expande, permanece com o diâmetro que lhe foi determinado, e não tem nenhuma ação de "mola".
Pelo contrário, a ação da mola daria uma grande amolação.
O tal "arame" - que na verdade é de plástico ou revestido de plástico, sei lá, tem a cor azul, que lembra os cabos RJ-45 que tanto conhecemos...
Talvez o grande problema de quem infarta seja, no caso de se tratar daquelas pessoas que gostam de botar nomes sofisticados nos filhos, a imensidão de "sugestões" que os nomes dos medicamentos e procedimentos podem dar.
Já existem pessoas com nome de Cafiaspirina, etc.
Mas já pensaram Clopidogrel de Almeida, Sinvastatina de Albuquerque e Silva, Catéter Saldanha da Gama, Miocárdio Cardoso...
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Infarto também é cultura!
(Quando se sobrevive, né?)
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Remarks:
* - Estamos
no verão. Como é que eles pretendem colocar uma "
spring" (a mesma palavra para "mola" e "primavera") em alguém nessa época?