GNU/Linux - Benefícios na Área Administrativa

Neste artigo, mostro alguns benefícios que uma empresa ganha ao migrar para o GNU/Linux.

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Por: Perfil removido em 01/08/2012


Um relato rápido



Já é bem conhecida as histórias de softwares proprietários. No ramo da Administração, encontramos diversas micro e pequenas empresas, com O.S. proprietário com falta de licença.

Quando comecei a dar suporte, pude ver que todos usavam o que era comum e de fácil usabilidade. Estranhei, pois se observarmos bem, todos os O.S. são relativamente parecidos para que possamos ter uma pequena familiaridade inicial diante do O.S.

Comecei a aprofundar pesquisas sobre o por que das empresas tinham esta necessidade de O.S. proprietário.

Suas justificativas eram muito simples: "Eu aprendi a usar o iniciar na barrinha azul" ou " Só esse sistema tem uma fonte X para meus textos".

Então, pela abrangência de tais reclamações e o medo do diferente, averiguei que todos compram para simplesmente não ter trabalho de mudar a forma como veem as coisas.

Quando, num certo dia, um cliente de uma empresa média viu em meu ACER um O.S. rápido, que abria qualquer pendrive e que não importava o que me dessem de arquivos, ele simplesmente abria e executava, houve um interesse da parte dele em saber do que se tratava aquele O.S., se tinha um ambiente para designer, se dava para acessar a Net, se pegava vírus, se tinha sistema office para escritório... Perguntas que todo iniciante tem.

Perguntei a ele, de fato, o que era que ele precisava. Sentamos por algumas vezes para dialogar sobre toda a portabilidade do O.S. dele para este novo. Até que ele colocou um documento grande em folha corrida na mesa com os gastos entre licença, suporte online e local, consultoria, esses serviços comuns que o 'Grande Irmão' costuma cobrar.

Girava por média de 4 zeros ao mês. Pasmei com aquilo tudo, pois inclusive, determinados recursos administrativos financeiros tinham que rodar com net para gerar cálculo de imposto, entre outras coisas.

E ele questionou quanto pagaria para ter o software que eu tinha. Acreditei que ele visava apenas a estabilidade e prevenção contra vírus. Eu, de imediato, disse para ele que se tratava de um Debian, um GNU/Linux, que não teria custos com licenças e que teria condições de manter quase tudo que ele me apresentou com uma única distro, que ele só iria gastar com suporte local e que até as atualizações eram gratuitas.

Para ele, tal notícia era no mínimo confusa, pois ele pagava por máquina uma licença de Windows e outra de Office, mais suporte e atendimento online, e toda vez que uma máquina apresentava um problema qualquer por contaminação, que em certas vezes era um mal contato da tomada, por exemplo, a solução cabível era formatar.

Os 4 técnicos que trabalhavam lá só faziam isso. Quando ele, às 2 da manhã, me liga e diz que queria que eu me encontrasse com ele cedo na porta da empresa, fui com meu equipamento sempre a tiracolo, e quando lá cheguei, ele estava com tudo pronto para que eu começasse a instalar.

Foi uma loucura, pois tudo tinha que estar funcionando em sincronia com o que ainda não estava pronto, nada podia parar.

Era eu pegando um PC e o usuário indo para o do colega. No final, ele teve uma economia de 93% ao mês, em torno de R$ 45.000.

Benefícios

Agora, mostrarei o que houve de benefícios:
  • A distribuição que usei desde o servidor até a estações de trabalho foi o Debian;
  • Como todos usavam Windows XP SP0, como gerenciador de janelas usei o KDE;
  • Fiz um pequeno treinamento relâmpago sobre o OpenOffice e GNU/Linux para os funcionários (o mais jovem tinha 18 e o mais velho 49, e todos tiveram o mesmo aproveitamento, mantendo todo o desempenho de suas atribuições, homens e mulheres.);
  • Para os softwares que não existiam versão para GNU/Linux, utilizei o Wine, que deu conta do recado tranquilamente. Inclusive para comunicação via rede e Internet;
  • De 4 pessoas do suporte, passou a ter uma só que recebe investimentos em cursos de especialização em GNU/Linux com regularidade;
  • O lucro com a migração para GNU/Linux foi dividido 50% para a empresa e os outro 50% para aumento no salário dos funcionários;
  • Com a agilidade dos processos internos de dados, a empresa passou a ganhar mais clientes e mais rendimento;
  • Os usuários passaram a trabalhar mais, em menos tempo, com mais tempo de almoço, e o rendimento e satisfação dobrou por parte deles;
  • Em 2 anos de funcionamento, só houveram 3 formatações e nenhuma perda de um TXT que fosse.

Esta foi uma experiência que quis compartilhar com vocês. O GNU/Linux abriu-me e abre até hoje portas.

Sou um Fã de GNU/Linux à quase 10 anos, e desde que fui apresentado a ele que não deixo ele por outro O.S.

Já usei Windows e MacOS, mas não troco GNU/Linux por nenhum outro.

Sem descartar que também ganhei em economia com o GNU/Linux, além de estabilidade e desempenho. Todos em casa usam, desde jogos até programação e edição de vídeo.

Ninguém aqui quer outra coisa.

Abraço a todos.

   

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Comentários
[1] Comentário enviado por danielsath em 01/08/2012 - 11:19h

Bem, acho que todos enfrentamos problemas com às mudanças, apesar de ser novo em GNU/Linux percebo resistência ao S.O. por pura ignorância e quando falo que utilizo um S.O. GNU/Linux as pessoas me olham estranhos e algumas criticam, falam: "Linux é ruim, lento, e difícil de ser utilizado" ou, "Linux é para HACKER, ou desenvolvedor de sistema". Quanto a usabilidade é lentidão, não a nada que todos os usuários sabem que é mentira como sobre exigir capacidade anormal dos usuários, tirando excessões como ArchLinux. Nessas horas eu brinco, dizendo que não sou um Hacker eles que não sabem como é ter o controle sobre o computador.

[2] Comentário enviado por danniel-lara em 01/08/2012 - 12:09h

Parabéns pelo Artigo muito bom


[3] Comentário enviado por valter.vieira em 01/08/2012 - 23:06h

Excelente artigo, sou partidário de que esta solução funciona. Posso acrescentar que fiz um projeto há 4 anos
em uma imobiliária com 247 estações rodando Windows XP e NT e Office, customizei o Ubuntu gerei um CD de acordo
com as necessidades e configurações que eles precisavam incluindo Wine para rodar algumas aplicações desenvolvidas em Visual Basic. Migramos 4 servidores para Linux com CentOS.

A economia obtida foi de R$810.000,00 pois não houve necessidade de troca de equipamentos e compra de novo sistema operacional e as devidas licenças, sem mencionar o custo dos anti-virus.

O pessoal envolvido no suporte, foi treinado para instalar configurar e trabalhar com Linux, já que não havia mais necessidade de suporte constante e equipe com 5 pessoas tiveram tempo para se especializar em desenvolvimento via WEB, a imobiliaria pagou todos os custos.

Após 3 anos esta equipe conseguiu implantar um sistema via web de para compra e locação de imóveis, que até então o site não passava de 50 consulta/dia, hoje tem em média 1.149 consultas/dia.

De vez em quando faço uma visita, o diretor financeiro só tem elogios pelo trabalho bem feito, e o mais importante, o sistema não para e não tem nenhuma reclamação do usuário.

Parabéns José pelo seu artigo, quando as empresas forem menos resistentes ao Software Livre elas poderão verificar os beneficios financeiro e a verdadeira utilização da T.I. que é trabalhar em prol da empresa, e não gastar na manutenção e licenças desnecessáriamente quando puder ser evitados.

Abraços,

Valter
Necton.us

[4] Comentário enviado por liota em 02/08/2012 - 17:40h

Ótimo artigo, foi pro meus favoritos.

Isso só mostra cada vez mais que o Linux pode competir de igual pra igual com sistemas proprietários.

A uns dois meses migrei um cliente (uma pequena construtora de blocos de concreto) para o Linux, foi apenas uma máquina que era velha e não estavam utilizando porque a o Windows ficava muito pessado nela, e eles tinham que usar o notebook da filha deles para fazer a geração de NFs, acessar a internet, ler e-mail e visualizar as imagens DWG dos blocos enviados pelo engenheiro, coloquei o Mandriva com LXDE nesse computador velho e até o momento eles só tem elogios ao sistema, estão conseguinto fazer tudo que faziam no Windows, desde de emissão de NF-e a até as visualizações das imagens DWG como o software DraftSigh.


[5] Comentário enviado por rambo em 04/08/2012 - 14:35h

Eu tive a mesma experiencia e fiz tudo da mesma forma, mas nem Cristo agradou a todos.
até hoje existe gente me apunhalando e dizendo que o sistema é uma droga.
tem pessoas que nunca quer progredir ou crescer ou até mesmo aprender algo diferente.
a resistencia existe e sempre irá existir em questao de politica, religiao ou tecnologia.
O linux nasceu com esta resistencia e nunca sairá dela.
O linux é um sistema extremamente perfeito, mas os humanos nunca foram e nunca vao ser, por isso sempre teremos a resistencia em relaçao ao linux.


Celso Alves
Diretor da Planet Security

[6] Comentário enviado por haereticus em 10/08/2012 - 10:29h

Alguém já conseguiu uma migração de um escritório contábil para o linux ?

[7] Comentário enviado por removido em 13/08/2012 - 12:43h

Sim, e existem inclusive softwares próprios para isso. Até o IPRF tem versão para GNU/Linux.

[8] Comentário enviado por phrich em 28/08/2012 - 12:41h

Concordo com o rambo, mesmo vc apresentando um projeto muito bom e tocando no bolso das pessoas, elas sempre terão uma resistência...

[9] Comentário enviado por removido em 10/09/2012 - 09:08h

Claro que terão. Se todos observarem, só busca alguma solução quem de fato estiver tendo interesse em mudanças e estiver disposto a mudar. Não se trata só de convencer. As vezes funcionamos como sementes e os clientes como terreno. Alguns irão germinar mas outros não. Existe duas formas de ver essa situação: Olhar para todos os que não aceitam ou tem resistência ou Olhar para os que migram pra o GNU/Linux com alegria pois a nossa vitória está nesses e não nos que não querem. Devemos entender a limitação da geração passada e dessa. Mas dos nossos filhos em diante já teremos uma outra visão e muitos irão aprender mais e mais. Essa resistência é principalmente por comodismo da geração anterior a nossa.


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