Um olhar sobre o Portage-tools - Parte I

O presente mostra como o Portage do Gentoo trabalha com suas diversas ferramentas, possibilitando-nos uma administração mais profunda deste sistema. É um olhar discreto sobre o que aprendi ao longo do tempo com esta belíssima distro, mas também, um olhar técnico sobre suas ferramentas.

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Por: Luiz Santos em 07/03/2016


Prefácio



Nesta primeira parte, veremos conceitos de ebuilds, atoms e alguns arquivos de configuração. É uma introdução superficial, pois precisamos conhecer primeiro o terreno em que estamos adentrando. As próximas partes (demais artigos), teremos mais conteúdo técnico.

Embora grande parte da informação aqui contida tenha vindo diretamente da documentação de cada ferramenta (man pages, sites, documentos nos diretórios locais etc), não se trata de uma tradução das mesmas. Não é minha intenção e, se assim o parecer, peço desculpas antecipadamente.

Trata-se sim, de horas e horas dispendidas para juntar informações à respeito, configurações, testes e mais testes, para chegar à algo que se pareça com um bom conteúdo para ser postado aqui no VOL.

Espero que gostem e que critiquem construtivamente, pois assim criamos grandes conteúdos.

Introdução

O Portage não é um simples gerenciador de programas, de uma certa forma, ele é o Gentoo. Um não funciona sem o outro. Suas funcionalidades estão tão interligadas ao sistema de tal forma, que é impossível falar de Gentoo sem falar do Portage. Veremos alguns pequenos detalhes sobre este software incrível:
  • Portage é completamente escrito em linguagem Python e Bash Script.
  • É geralmente tido como a mais notável inovação no gerenciamento de software para GNU/Linux.
  • É baseado no conceito dos ports do BSD, de uma forma melhorada. O que isto significa? Significa que os pacotes são baixados e distribuídos com instruções específicas através de makefiles para o compilador. A partir daí, em uma instalação de algum programa, por exemplo, o mesmo será compilado de acordo com a arquitetura da máquina, gerando um ganho no desempenho. A flexibilidade disto é enorme e as possibilidades, quase infinitas. Alterar instruções em tempo de compilação, para melhorar aqui e ali em um software, é uma coisa corriqueira. Por outro lado, como nem tudo são flores, o grande problema de um sistema assim é o tempo de compilação dos programas, sendo que pode chegar a horas e horas, até mesmo dias, dependendo da arquitetura da máquina. Entretanto, após compilado, o ganho é visível.
  • Está licenciado sob a GPLv2.

O Portage não é um único software, como os tradicionais gerenciadores de programas, trabalhando para o todo, ele é um conjunto de softwares como o próprio emerge, qapplets, gentoolkit, ebuilds etc. Durante este e os próximos artigos veremos de perto, tecnicamente e não tecnicamente, cada um destes softwares que formam o Portage.

Também há uma (algumas na verdade) interface gráfica para o Portage - o Porthole. Porém este não é utilizado entre a maioria dos Gentooístas, pois não fornece toda a flexibilidade da linha de comando, além do que, qualquer operação feita pelo Porthole, o mesmo não informará ao usuário sobre quebra de dependências, quebra de pacotes etc. Seu uso é considerado um risco ao sistema e desencorajado.

Para o Portage, há três fases de estabilidade para cada ebuild. São elas:

estável: a versão estável compreende que não há qualquer tipo de problema no pacote, qualquer falha de segurança ou qualquer outra falha que porventura venha a prejudicar o sistema.

keyword masked: os pacotes que estão nesta fase ainda não foram testados exaustivamente nas arquiteturas, bem como nem todos os testes de segurança foram feitos. A instalação de pacotes, deste nível, é possível no Gentoo, porém é considerado um risco por parte do usuário. Coisas estranhas podem acontecer. Os pacotes deste nível são marcados com o prefixo (~). Ex.:

ebuild N     ~ dev-perl/Term-Screen-1.30.0

- hard masked: pacotes nesta fase ainda estão no "limbo". São pacotes quebrados, com várias falhas de segurança. São pacotes que oferecem perigo real ao sistema e ao usuário. Embora seja possível, não é aconselhável, de forma alguma, a instalação de pacotes hard masked. Os pacotes deste nível são marcados com o prefixo (#). Ex.:

[ebuild     U #] x11-base/xorg-server-1.11.99.2 [1.11.2-r2]

Quando instalamos o Gentoo, é necessário baixar o snapshot mais recente da árvore do Portage para o sistema, desta forma teremos todos os ebuilds, de todos os pacotes (incluindo pacotes testing e hard masked), nos diretórios locais. Num primeiro momento a operação é demorada, pois é preciso baixar todas estas informações do Portage. Isto é feito com o seguinte comando:

# emerge-webrsync

Após a instalação do sistema, para atualizar nosso repositório local, tudo que temos que fazer é:

# emerge --sync

Assim, estamos sincronizando nosso repositório local com o repositório oficial do Portage. Segue uma imagem que explica o processo de sincronização:
Linux: Um olhar sobre o Portage-tools - parte I
Não entrarei em maiores detalhes sobre o Portage em si, no momento, isto ficará para um outro artigo. O foco aqui será as ferramentas utilizadas no mesmo, ou como as chamo: Portage Tools.

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Páginas do artigo
   1. Prefácio
   2. Emerge
   3. ATOM - parte I
   4. ATOM - parte II
   5. Ebuild - Introdução
   6. SET
   7. TBZ2
   8. Finalizando
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Um olhar sobre o Portage Tools - Parte II

Um olhar sobre o Portage-Tools - Parte III

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Comentários
[1] Comentário enviado por removido em 07/03/2016 - 20:24h

Foi sim, bastante abrangente.
Falta agora eu separar um tempo para mexer com Gentoo.
Parabéns.

----------------------------------------------------------------------------------------------------------------
http://24.media.tumblr.com/tumblr_m62bwpSi291qdlh1io1_250.gif

# apt-get purge systemd (não é prá digitar isso!)

Encryption works. Properly implemented strong crypto systems are one of the few things that you can rely on. Unfortunately, endpoint security is so terrifically weak that NSA can frequently find ways around it. — Edward Snowden

[2] Comentário enviado por luiztux em 07/03/2016 - 20:33h

Obrigado caro @listeiro! Vem mais por aí =D
Posso te garantir que você não vai se decepcionar com o Gentoo.

Abraços.
-----------------------------------''----------------------------------
Computer users fall into two groups:-
those that do backups
those that have never had a hard drive fail.

[3] Comentário enviado por spylinux em 07/03/2016 - 23:20h

Parabéns @luiztux,
Artigo de qualidade, bem explicado.
Ancioso pelo próximo!

Abraços
[]'s spylinux
Comunidade Manjaro Geek -www.manjaro-geek.org

[4] Comentário enviado por luiztux em 08/03/2016 - 05:01h


[3] Comentário enviado por spylinux em 07/03/2016 - 23:20h

Parabéns @luiztux,
Artigo de qualidade, bem explicado.
Ancioso pelo próximo!

Abraços
[]'s spylinux
Comunidade Manjaro Geek -www.manjaro-geek.org


Obrigado meu caro!
Um abraço.

[5] Comentário enviado por albfneto em 08/03/2016 - 13:25h

Artigo excelente! Favoritado.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Albfneto,
Ribeirão Preto, S.P., Brasil.
Usuário Linux, Linux Counter: #479903.
Distros Favoritas: [i] Sabayon, Gentoo, OpenSUSE, Mageia e OpenMandriva[/i].

[6] Comentário enviado por luiztux em 08/03/2016 - 13:58h


[5] Comentário enviado por albfneto em 08/03/2016 - 13:25h

Artigo excelente! Favoritado.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Albfneto,
Ribeirão Preto, S.P., Brasil.
Usuário Linux, Linux Counter: #479903.
Distros Favoritas: [i] Sabayon, Gentoo, OpenSUSE, Mageia e OpenMandriva[/i].


Opa..valeu meu amigo!

Sendo você uma autoridade no assunto, fico muito feliz que tenha gostado.

Grande abraço.

[7] Comentário enviado por AdiosKid em 12/03/2016 - 21:51h

Parabéns ótimo artigo!

[8] Comentário enviado por luiztux em 13/03/2016 - 20:43h


[7] Comentário enviado por Otaku em 12/03/2016 - 21:51h

Parabéns ótimo artigo!


Obrigado!! Estou fazendo outros...espero que fiquem bons e que goste.

Abraços.

[9] Comentário enviado por GlauberAnjos em 02/04/2016 - 00:43h

Belíssimo artigo, isso vai me ajudar muito a entender o funcionamento do Portage.
Meus parabéns!!

[10] Comentário enviado por enricolo4 em 22/07/2016 - 17:09h

Caramba!!!! Que artigo show... Favoritado!!!

Estou querendo voltar a usar o Gentoo e este artigo só me deu mais vontade.

[11] Comentário enviado por luiztux em 22/07/2016 - 20:16h


[10] Comentário enviado por enricolo4 em 22/07/2016 - 17:09h

Caramba!!!! Que artigo show... Favoritado!!!

Estou querendo voltar a usar o Gentoo e este artigo só me deu mais vontade.


Olá meu caro. Poxa, que bom que gostou. Tem a parte 2 e 3..espero que goste também.
O Gentoo é demais não é? Espero que volte a utilizá-lo. Está cada vez melhor, do jeitão de sempre, mas super robusto e estável como conhecemos.
Grande abraço.


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