Este artigo é um apanhado geral do que é software livre, os benefícios de quem o utiliza, as portas que podem se abrir e como isso pode ser refletido na nossa cidade, falando de desenvolvimento e educação.
O acesso ao conhecimento e o crescimento da indústria local
O acesso sem restrições ao código fonte e a liberdade de mudá-lo e melhorá-lo oferece possibilidades enormes para criadores e empreendedores de qualquer região do mundo. Cabe a poucas, mas ainda sim competentes "mentes pensantes" o trabalho de desenvolver programas que executem praticamente qualquer atividade que pode ser executada atualmente num computador.
Essa liberdade de publicação, de conhecimento e de acesso é um de seus pilares das ciências modernas. O software livre, assim como a ciência, permite o crescimento colaborado (voluntário) e cumulativo. Não há porque reinventar a roda mais de uma vez. O esforço e a criatividade podem ser dedicados a fim de implementar novas funções e caminhos mais rápidos para o objetivo.
Já existem antecedentes muito semelhantes que mostram que a fonte completa do código de acesso permite a criação de indústrias locais em termos iguais às regiões bem avançadas tecnologicamente: a HTML. Agradeça à defesa quase fanática de seus criadores e do W3C de consórcio que qualquer visitante possa ler e aprender com o código fonte da página. Não há qualquer diferença em criatividade artística nem sofisticação técnica entre uma página desenvolvida em Valença-BA =) a outra desenvolvida no coração do Vale de Silício.
Os exemplos como o anterior tem ocorrido sempre que novas tecnologia aparecem e são acessíveis sem discriminações. Rodovias tornam-se um bem público, permitem a aparição e crescimento de novas indústrias: construção de estradas, automóveis, comércio regional em grande escala, etc. As mudanças são profundas, algumas negativas e outras muito positivas, por exemplo, a criação de uma nova liberdade: a mobilidade pessoal à longas distâncias.
A mesma coisa ocorre com a comunidade do software, que não só desenvolve o software, mas remodela a própria natureza do mesmo. O conhecimento que há neles não são mais um "produto", mas um "bem público".
[1] Comentário enviado por fabio em 21/10/2004 - 07:51h
Muito boas suas colocações Albert. Coincidência ou não, ontem participei de um debate sobre software livre onde foram colocadas exatamente as idéias desse artigo.
Enfim, estamos na era da informação, do conhecimento livre. As normas do software proprietário vão completamente contra o fluxo natural da evolução da humanidade. Analisando os benefícios que o software livre nos traz, tanto financeiramente quanto em termos intelectuais (o mais importante), não há quem possa negar que o caminho do software livre já esteja traçado e que esse é um caminho sem volta.
Com o conhecimento livre, os profissionais e estudantes de informática finalmente passaram a ter acesso à códigos de programação de alto-nível que em outras épocas ele só teria a oportunidade de estudar se trabalhasse numa grande empresa. Vivendo no mundo do SL o estudante passa a ter a oportunidade de se tornar um baita profissional antes mesmo de se formar numa universidade por exemplo.
No mundo do SL, o profissional passa a ter acesso a informações que antes provavelmente ele teria de desbravar para conseguir. No mundo do software proprietário a essência é reter a informação, se você é um bom profissional, tem um problema e não tem acesso à informação que vai lhe ajudar, com certeza após pesquisas e quebradas de cabeça você conseguirá "fabricá-la". Agora, se você tem o problema e passa ter acesso à informações vividas por outros profissionais, como é o que acontece no mundo do conhecimento livre, ninguém sairá prejudicado, você será beneficiado por ter poupado um bocado de tempo, quem disponibilizou a informação terá seu reconhecimento (se não tivesse o feito, você chegaria lá e ele não seria reconhecido) e, se colocarmos em largas proporções, a humanidade passa a se auto-desenvolver numa velocidade muito mais acentuada.
[2] Comentário enviado por icatorze em 21/10/2004 - 13:31h
Imaginem agora a humanidade, caso, em alguma época de sua história, uma grande empresa tivesse patenteado a roda, e a lei não deixasse que outros a usassem ou a aperfeçoassem!!
O conhecimento, e o uso e divulgação dele, jamais deverão ser deixados em alguma gaveta, pra o uso de alguns. A informática é um exemplo bem sucessedido desta quebra de grilhões. Mas para a humanidade realmente progredir, mais conhecimento deve ser compartilhado.