Depois de pesquisar bastante a respeito do
Linux, incluindo a compra e leitura de pelo menos boa parte de vários livros a respeito, a grande barreira a superar foi conseguir instalar alguma distribuição em NoBo, que é muito portátil e em contrapartida apresentava grandes dificuldades, até mesmo hoje em dia, para inicializar a partir do CDROM player acoplado ao NoBo por cartão PCMCIA. Isto porque a ativação do PCMCIA, no caso especifico daquele NoBo e talvez ainda até hoje, só ocorre em fase subsequente aos primeiros passos do processo. Com isto não havia a ativação do CDROM player quando era preciso dar a partida dos programas iniciais de carregamento do Linux.
Tentei várias distros, entre as que me lembro da época, Red Hat, Debian, Slackware, Caldera, OpenLinux e finalmente consegui botar a mão no Mandrake, que apesar de ser uma derivação do Red Hat, permitiu finalmente a instalação no NoBo Sharp.
A instalação ainda assim não foi fácil, pois a versão do kernel na época não tinha suporte nativo a cartões PCMCIA como mencionei acima e era a via de acoplamento do CDROM player.
Depois de ler até o fim praticamente tudo que havia em termos de arquivos readme e instruções de instalação, listas de "cheatcodes" que não sabia a real utilidade, descobri que havia uma opção altamente não recomendada para iniciantes, a partir da cópia descompactada do conteúdo dos arquivos baixados em um diretório no hdd do micro candidato a instalação. Como não podia bootar a partir do CDROM, precisava ainda gerar disquetes de boot Linux para poder iniciar a instalação a partir deles, gatilhando a leitura do conteúdo da distro localizada no diretório no hdd.
Levei muita surra do terminal, tive que apreender "na marra" a fazer a instalação passo a passo em modo "expert", que eu absolutamente não era e continuo não sendo, pois também devido às limitações de suporte nativo do kernel, precisava desabilitar alguns outros itens do hardware para poder configurar apenas depois da instalação.
Apenas o modo "expert" de instalação no Mandrake permitia estas alternativas, já que mesmo naquela época esta distro tinha um processo de instalação muito automatizado e a prova de "burros" como eu. Obviamente cometi muitos erros e passei noites instalando e reinstalando o Mandrake até conseguir uma instalação limpa e operacional.
Como já sabia dos vários "gatilhos" e cheatcodes a usar, fiz da mesma maneira e seguindo os mesmos passos várias reinstalações do velho Mandrake, atualizando o mesmo a cada nova versão, até a 9.2 na esperança de conseguir a versão de kernel que finalmente tivesse suporte a cartões PCMCIA.
Se não me engano, esperei quase dois anos até que isto ocorresse e ainda assim, não conseguia bootar direto do CDROM depois de instalar as primeiras versões dos módulos correspondentes. Na verdade não era culpa do Linux nem dos pacotes de suporte a PCMCIA, senão particularidades da configuração do conjunto cartão PCMCIA e CDROM player que eram de um modelo algo raro. Só consegui acesso a CDROM usando um gravador de CDROM do mesmo fabricante do Zip-Disk, que acoplava ao NoBo via porta paralela ou serial, já não lembro mais.
Faço estes comentários apenas para reforçar a ideia de que a barreira do suporte nativo do kernel a itens de hardware já foi um ponto crítico comparado com o que ocorre atualmente quando praticamente tudo já é reconhecido e configurado automaticamente na primeira tentativa de instalação, salvo ainda algumas raras exceções.
De qualquer maneira é preciso ser teimoso e seguir tentando até conseguir, pois a recompensa vem depois. Após conseguir vencer a barreira da instalação naquele NoBo, fiquei valente e parti para vários testes em desktops com configuração de hardware do estilo "feijão com arroz", verificando que era na verdade muito fácil, principalmente com o velho Mandrake.
Fica aí o lembrete para quem pretende começar direto com NoBos que pode ser "pedreira", embora hoje em dia esteja muito mais fácil.