Sugestões sobre distros Linux e particionamento de HD

Comprou um computador e pretende instalar e testar vários sabores de Linux? Este texto apresenta sugestões sobre distribuições Linux e particionamento de HD por um simples usuário, sem ambições de ser expert.

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Por: j g meinhardt em 30/04/2009


Introdução



Este texto apresenta sugestões sobre distros e particionamento de hd, apenas por um simples usuário sem ambições de ser expert, por falta de conhecimento e tempo disponível ao aprendizado mais aprofundado.

Para todos aqueles que estão dando os primeiros passos no Mundo do Software Livre e mesmo para aqueles que já levam alguma milhagem, o ideal em termos de organização de Sistema Operacional (SO) ou sistemas operacionais instalados. Para quem também dispuser de espaço em hd sobrando, o que hoje em dia é bem mais comum que em passado recente, a sugestão será instalar alguma das distros estáveis e com período de renovação/maturação (atualização/upgrade) relativamente longo como sistema "básico" e deixar uma ou algumas partições extras disponíveis para experiências e testes.

Com a disponibilização dos CDs e DVDs Live, isto ficou mais fácil ainda, pois é possível experimentar sem instalar, sabendo ainda que ao instalar no hd o rendimento será normalmente melhor.

O Mundo Linux é muito dinâmico e você não precisa ficar refém de uma única distro, de distros comerciais ou apenas do outro. Viva a liberdade!

Para aqueles que além disto já usam o Linux como sistema básico de trabalho, este arranjo é ainda mais importante, pois não precisarão ficar fazendo com relativa frequência a migração de seus dados e configurações/personalizações a cada troca de sistema ou atualização de maior porte.

Dicas na escolha de distro

Aqui vão algumas dicas para ajudar na decisão da distro a ser instalada como base, lembrando sempre que isto é apenas sugestão de quem é apenas um simples usuário normal, não um expert, que entretanto já sofreu a experiência da descontinuidade de algumas distros ou precisou trocar de distro por limitações de seu equipamento (hardware).

A escolha desta distro "Base" é chave, devendo ser eleita alguma daquelas que tenha:
  • uma boa base de usuários;
  • bom suporte em termos de manuais e principalmente algum(s) fórum(ns) bem ativos e grande número de participantes.
  • versão de kernel atualizado é fator de suma importância, considerando o suporte nativo a uma mais ampla gama de itens de hardware.

Para quem decidir por uma distro menos popular, a coisa não está perdida. É importante lembrar também que existe um forte espírito comunitário entre os usuários Linux onde quem sabe mesmo apenas um pouquinho mais, sempre pode passar dicas básicas a quem está apenas iniciando.

O processo de aprendizagem é constante e permanente a partir do momento em que você decida sair da massa apenas "clicadora" de mouse.

Existem inúmeras alternativas e para todos os gostos, seja em termos de aplicativos disponíveis e instalados por padrão, como em termos de interfaces gráficas disponíveis.

O ideal também será usar alguma das distros que permita a atualização sem necessidade de reinstalação total da mesma a cada nova versão.

Para isto, aguardamos as "dicas" de seus usuários em comentários, pois com a riqueza de opções disponíveis fica difícil e arriscado sugerir nomes específicos, sob pena de incorrer em erros grosseiros e cometer injustiças.

Vale aí também levar em conta o aspecto nacionalista, considerando a importância de prestigiar as distros nacionais, valorizando o trabalho voluntário de seus desenvolvedores.

Neste aspecto apenas o suporte ao português do Brasil deixa de ser o fator chave caso o candidato a usuário tenha limitações de idioma, porém isto fica por conta dos mais engajados e politicamente conscientes.

A leitura de material disponível na forma de artigos nos sites como Viva o Linux, GDH, BR-Linux.org, SoftwareLivre.org, entre outros, permite acesso a informações claras e não tendenciosas neste sentido.

Apenas como exemplo, no caso do GDH, basta clicar em distros Linux e você já terá acesso a um resumo descritivo e comentário imparcial de várias alternativas, inclusive com screenshots, endereços para download etc. Além disto existe também amplo material disponível em publicações online de reconhecida utilidade e linguagem simples sem precisar entender o jargão "Informatiquês".

Com a popularização dos NoBos e Netbooks, é conveniente lembrar que em geral as distros Linux são preparadas para sistemas Desktop, sendo quase sempre necessário alguma configuração posterior ao processo de instalação para poder dispor de sistema totalmente funcional nos portáteis.

Dicas de particionamento em hd de 120GB

Aqui vai apenas uma sugestão para um caso de uso específico em NoBo com hd com 120GB para usuário que pretende dispôr de espaço operacional para 3 distros, sendo uma de testes e duas totalmente funcionais, além do XP usado ainda que apenas eventualmente.

Para dar o meu exemplo prático de um simples usuário, o particionamento do hd de 120 GB do meu NoBo atualmente está com:

1. 15GB na primeira partição primária (sda1), onde ainda está instalado o XP, de uso apenas eventual.

2. Partição estendida (sda2) com o restante do espaço do hd sendo subdividida como abaixo:

2a. Partição de dados "comunitária" formatada em FAT32 com 60GB, onde ainda estão dados do XP além de outros criados desde as distros Linux, já que o Linux também pode ler e escrever/gravar na mesma.

Quando o espaço eventualmente fica pouco em alguma das partições /home de alguma das distros Linux, basta transferir alguns diretórios ou arquivos grandes para esta partição "comunitária".

Por segurança, também está nesta partição o swap do XP (pagefile.sys).

2b. Partição para o raiz (root) (/) da primeira distro Linux (sda5), aquela "básica" que falei acima, com 7GB.

2c. Partição para os dados e configurações da primeira distro Linux (/home) (sda6) com 15GB.

2d. Partição para raiz (root) (/) da segunda distro Linux (sda7) com 7GB.

2e. Partição para os dados e configurações da segunda distro Linux (/home) (sda8) com 7GB.

2f. Partição para raiz (root) (/) da terceira distro Linux (sda9) com 8GB. Esta é a partição de teste, um pouquinho maior, pois não instalo a distro de teste com partição /home separada.

2g. Partição swap do Linux, que é usada/ativada por qualquer das distros Linux instalada sem precisar de swap dedicado a cada uma delas, com 1GB, já que o NoBo tem 2GB de RAM.

Apesar do relativo pouco espaço disponível (120GB), já que mesmo para NoBos, 160GB, 250GB ou mais no hd já são muito comuns, é possível manter perfeitamente duas distros ativas e uma de teste, além do XP em processo de eliminação.

Para quem dispõe de maior espaço livre em hd, o ideal seria reservar algo em torno de 10GB para cada distro e outros tantos para as respectivas partições de dados (/home).

Além do swap comum às várias distros, também é possível consolidar as partições de dados (/home) em uma só, bastando para isto durante o processo de instalação não ativar a formatação desta partição consolidada na etapa do particionamento e usando nome de usuário diferente para cada uma das distros.

Com certeza, por falta de experiência, não tomei todos os cuidados necessários no passado e ao tentar fazer uso de uma /home consolidada para mais de uma distro instalada terminou dando confusão. Optei por esta razão pela manutenção de uma partição "híbrida" maior, acessível por todos os SO's, usando apenas partições menores como /home para cada uma das distros.

Comentários finais

Como além de dispor de duas distros ativas e funcionais, o objetivo é também poder testar outras alternativas instaladas no hd para poder sentir o rendimento "na unha", vale tomar alguns cuidados com relação ao gerenciador de inicialização (boot).

Neste sentido, para não precisar ficar atualizando tudo a cada nova instalação de alguma nova distro em teste, mantenho cópia atualizada do arquivo /boot/grub/menu.lst gravada naquela mesma partição "comunitária", de onde depois de instalada esta distro em teste, posso copiar e colar as entradas das outras distros sem grandes complicações, reeditando o /boot/grub/menu.lst que estiver em uso.

Saliento novamente que a matéria acima é de um simples usuário comum e não expert que vem buscando a migração total ao Linux, desde o ano 2000, ainda na época do Windows 98.

Por limitações de suporte nativo de kernel a cartões PCMCIA na época, a única distro que consegui instalar "na marra" a partir da ISO gravada antecipadamente no hd e com boot a partir de disquete foi o Mandrake 6.0. Isto não era aconselhável para iniciantes, tanto que esta opção de instalação aparecia apenas no final das instruções para alternativas de instalação. Tentei antes a instalação de várias distros sem sucesso.

O NoBo que usava na época era um Sharp Actius A-280, muito prático, leve e pequeno, porém com todos os periféricos externos e no caso do CDROM player, acoplado ao NoBo por cartão PCMCIA.

Depois disto, com o advento do Live CD em algumas distros, passei a utilizá-las, pois o hd era muito pequeno (8GB) para dois SO em boot múltiplo. Passei a andar com algumas cópias e Live CD.

Apenas em 2007 parti para a migração total ao Linux, reduzindo ao máximo o espaço destinado ao XP.

Novamente não pude fazer a migração total porque as versões de kernel da época ainda não tinham suporte nativo a placa wifi deste NoBo da assinatura.

Só depois de 6 meses de pesquisa, tentativas e erros, instalações e reinstalações, recompilação de módulos proprietários no kernel disponível, consegui ativar e configurar o WiFi.

Agora com kernel 2.6.29 a coisa ficou muito mais fácil.

Acer Aspire 5570z - P4 Dual Core - T2080 - 1.73Ghz - DDR2 2GB - hdd 120Gb - wifi Atheros AR5007EG
BigLinux 4.2 - (2.6.24-23)
Kurumin NG - (2.6.24-23)
sidux - 2009-01 Ouranos (2.6.29-0.slh)
Win XP

   

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Comentários
[1] Comentário enviado por pinduvoz em 01/05/2009 - 16:02h

O seu artigo é quase uma continuação do meu (link ao final), onde eu sugiro que a primeira instalação do Linux pelos interessados seja feita em uma VM dentro do Windows, permitindo que o usuário teste os processos de particionamento e instalação e se familiarize com eles.

Acho que quem guardar os dois textos vai entrar sem maiores problemas no Universo Linux e, como eu e você, vai gostar dele.

Abraço e parabéns!

http://vivaolinux.com.br/artigo/Instalando-o-GNU-Linux-numa-maquina-virtual-(e-aprendendo-sem-correr...

[2] Comentário enviado por GilsonDeElt em 02/05/2009 - 11:07h

Congratulations, cara

artigo muito bom, simples e direto

será uma "mão na roda" pra quem tá chegando no Linux

parabéns mesmo, pelo artigo

vlw

[3] Comentário enviado por felipe73 em 03/05/2009 - 22:14h

Sou iniciante, uso o Ubuntu e estou aprendendo muito com ele!

[4] Comentário enviado por meinhardt_jgbr em 20/05/2009 - 11:31h

Pinduvoz,

Não querendo discordar do seu artigo, dependendo do nível de conhecimento do potencial candidato a novo usuário Linux, de repente a instalação por experiencia em VM pode ser meio complicada. A grande maioria dos usuários comuns de Windows faz parte da multidão partidária do NNF (next, next, finish), sem muita intimidade com a necessidade de configurações mais elaboradas como são os casos de VM em geral.

Por outro lado, a maioria das distros em seus respectivos sites, apresenta um bom passo a passo como exemplo de instalação passando inclusive em detalhes sobre a critica etapa do particionamento, de maneira que o candidato a usuário Linux já terá uma boa noção quando partir para a instalação.

Além disto, se optar por exemplo por testar usando o sidux, ficará absolutamente surpreendido com a rapidez e facilidade de instalação, com possivelmente todos os itens do seu hardware devidamente reconhecidos instalados e configurados, "de primeira", sem necessidade de re-configurações pós-instalação. Isto tudo sem nem mesmo falar no excelente desempenho.

[5] Comentário enviado por augustouser em 24/06/2009 - 19:57h

Legal o artigo. Só um detalhe que talvez possa ser mais interessante pra alguns é criar apenas uma /home para todas as distros.

[6] Comentário enviado por jossy em 01/07/2009 - 13:30h

Sou um dos que tentam fugir do NNF, e estou me aventurando no Linux. Instalei em meu laptop de trabalho, particionando o HD, uma distro do Linux Mint 7, a qual me encantou pela aparência e facilidade de uso. Porém, a ordem do dual-boot coloca o Mint como o SO a carregar em caso de não haver ação do usuário (aliás esta é uma ação comum a todas as distros de Linux que experimentei, a maioria baseada no Ubuntu). Também não sei se este é o melhor forum a expor minha necessidade, mas gostaria de saber se há como alterar esta ordem de boot, pois infelizmente o XP ainda é necessário para mim de forma mais forte que o Linux,

[7] Comentário enviado por meinhardt_jgbr em 01/07/2009 - 15:59h

Existem algumas maneiras de fazer esta alteração, uma editando o arquivo menu.lst localizado em: /boot/grub/ a partir do terminal que não é das formas mais amigáveis. A edição do arquivo menu.lst deve ser feita como root (administrador).

Outra forma será abrindo um editor de textos como por exemplo o kedit como root e abrindo o arquivo menu.lst para desde ai fazer a edição do mesmo.

Para quem está iniciando entretando, existe uma forma mais camarada que seria usando algum aplicativo que permita fazer isto a partir de interface gráfica.

Acredito que no Linux Mint, deva estar disponível para instalação diretamente a partir dos repositórios padrão da distro, usando o gerenciador de pacotes (apt-get, synaptic, aptitude, kpackage, etc), alguns dos aplicativos conhecidos que podem ser usados para isto.
Dentre os que lembro, posso indicar o startup manager e o GrubEditor. Depois de instalado o aplicativo, bastará abri-lo e marcar o XP como alternativa padrão de inicialização em vez do Mint.

Caso você não encontre no gerenciador de pacotes, você também poderá instala-lo através do terminal.

1 - logar como superusuário (root), usando os códigos su, sudo ou sux de acordo com a sua distro, colocando a senha de root depois. O prompt vai mudar de $ para # que é o indicativo de que você está logado como root.
2 - # apt-get update
3 - # apt-get install startupmanager

Nestes dois comandos você apenas usa os códigos, sem digitar ou copiar e colar o sinal #.

Instalado o editor do gerenciador de boot, basta fazer a alteração sugerida antes, marcando o sistema que você deseja iniciar por padrão depois de um determinado tempo de espera.






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