No tocante à ANATEL, tenho algumas considerações a fazer:
De uns tempos para cá muita coisa mudou.
Há relativamente pouco tempo atrás aquela agência era um órgão totalmente imprestável, considerando-se a razão de sua própria existência.
Hoje muita coisa mudou - e para melhor.
Porém por tratar-se de um organismo gigantesco por ser agência do Governo (embora a máquina administrativa do Governo também tenha se tornado bem mais eficaz de uns tempos para cá), a ANATEL ainda não tem a agilidade e a eficácia que deveria ter, chegando em muitos momentos a ser novamente negligente.
Um argumento que poderia ser usado a favor da Anatel no caso de sua "falta de agilidade" seria o fato de que ela "não adivinha" e que portanto as reclamações têm de ser tempestivamente relatadas pelos respectivos usuários eventualmente prejudicados.
Esse argumento seria perfeitamente válido se não existisse em Administração a figura da profilaxia ou seja, prever o mal que pode surgir, com base em dados históricos.
É muito fácil prever a maioria das situações adversas que podem ocorrem no relacionamento entre as empresas concessionárias de telecomunicações e os seus usuários.
Não vamos dizer que "qualquer macaco faz isso", mas qualquer pessoa de formação técnica, administrativa ou jurídica pode perfeitamente prever determinadas situações que uma Lei, uma Portaria, um Decreto, ou um evento qualquer possam causar.
Para que se tenha uma idéia: Estou desde o dia 1 de março sem poder usar meu telefone da Vivo, pois alguém fez uma portabilidade para a operadora Claro e informou o meu número, provavelmente por engano.
As duas operadoras "comeram mosca" e concretizaram a tal portabilidade indesejada.
Logo que descobri, no dia seguinte, entrei em contado com as duas operadoras (foi assim que descobri o que havia ocorrido) e com a Anatel, para dar-lhe ciência, a qual me deu o prazo de 5 dias úteis para uma solução.
Não veio solução alguma. Inicialmente as duas prestadoras fizeram um jogo de empurra, cada uma jogando a responsabilidade para cima da outra, ao mesmo tempo em que informavam à Anatel que "estava tudo bem" - cada uma com suas próprias palavras.
Fui cobrar da Anatel a solução da minha reclamação protocolada no dia 2 de março e eles perguntaram se eu desejava REABRIR a reclamação...
No dia 9 fui contactado por telefone pela Claro, que informou que o número já estava disponível para que a Vivo providenciasse o estorno da tal portabilidade.
O Atendente da Vivo, ingenuamente me informou que iriam mandar o número do meu protocolo via SMS.
Legal!
Mas vão mandar PARA QUAL telefone? Meu celular continua exibindo a mensagem "REJEITADO PELA REDE" ou seja, não é nem Vivo nem Claro. Está certamente na operadora "Limbo"...
Hoje cedo liguei o celular e a mensagem continua lá, do mesmo jeito.
Daqui a pouco o celular vai dar aquele efeito de "terminal de aeroporto" (o fósforo fica manchado no lugar onde há texto parado por muito tempo).
A ANATEL tem aceitado de bom grado QUALQUER RESPOSTA que as operadoras lhe dão, e sempre dá o caso por encerrado, mesmo que não tenha havido solução alguma.
ISSO ainda precisa melhorar.
Se eu estivesse em condições de me locomover (estou convalescendo de um infarto), teria ido logo no dia 2 a uma loja oficial dessas operadoras, e a coisa demoraria apenas 3 a 5 dias.
Meu cardiologista "me mata" se eu pelo menos tentar me locomover dentro do prazo inicial de 90 dias.
Bem, vocês já sabem a solução óbvia (e essa demora, mas já que entrei no prejuízo)...
a propósito, que assim o desejar, e apenas para ter uma noção da confiabilidade tantos da Vivo quando da Claro quanto da própria Anatel, é bom dar uma olhadela nos ÍNDICES que essas empresas alcançaram no site
www.reclameaqui.com.br :
Todas três ostentam o anti-smiley roxo com cara de enfezado com os dizeres "Não Confiável".
O índice geral de soluções via Anatel é inferior a 1% - LASTIMÁVEL !