A configuração aqui apresentada é bastante básica, mas serve para dar uma ideia e um início para quem quiser se aprofundar no assunto uma vez que depende da distribuição na qual se está configurando e da rede em si.
Os protocolos IPv4 e IPv6 estão funcionando concomitantemente. Porém, em um futuro não muito distante (de cinco a dez anos, isso é um futuro não muito distante), o protocolo IPv6 será o único em toda a internet (com ou sem NAT).
Os blocos de endereços IPv6 estão sendo distribuídos pela IANA por delegação através dos cinco RIRs (Regional Internet Registry - Registros Regionais para a Internet).
O bloco 2800::/12, por exemplo, corresponde ao espaço reservado para o LACNIC alocar na América Latina. O NIC.br por sua vez, trabalha com um /16 que faz parte deste /12. O NIC.br faz a cobrança e a reserva dos endereços IPv6 para os ISPs e para as empresas.
O NIC.br recomenda aos ISPs e às empresas utilizarem:
- /64 a /56 para usuários domésticos :: Para usuários móveis pode-se utilizar /64, pois normalmente apenas uma rede é suficiente. Para usuários residenciais recomenda-se redes maiores. Se o provedor optar por, num primeiro momento, oferecer apenas /64 para usuários residenciais, ainda assim recomenda-se que no plano de numeração se reserve um /56.
- /48 para usuários corporativos. Empresas muito grandes podem receber mais de um bloco /48.
Os endereços IPv6 da sub-rede fe80::/10 são endereços locais que servem somente para a rede local e não são endereços válidos na internet, sendo calculados a partir do endereço fe80::/64 concatenado ao endereço MAC da placa de rede, portanto, a placa de rede conterá dois IPs, um endereço link-local e um endereço real.
Existe ainda a possibilidade de autoconfiguração, tanto com DHCP, como no IPv4, como sem uso de DHCP através da autoconfiguração stateless. A autoconfiguração stateless é uma novidade do IPv6.
Para o processo de configuração automática de endereços, o protocolo IPv6 utiliza dois mecanismos:
- Autoconfiguração Stateful :: as máquinas obtêm endereços ou configurações de um servidor. É o processo que ocorre no IPv4.
- Autoconfiguração Stateless :: um endereço é automaticamente gerado pela própria máquina usando uma combinação de informações locais e informações divulgadas pelos roteadores.
No IPv6 você pode utilizar os dois mecanismos acima ao mesmo tempo, portanto, em uma placa de rede poderá aparecer três endereços IPv6 diferentes, aliás, no IPv6 é possível atribuir múltiplos endereços para uma única interface, independentemente do tipo de endereço (unicast, anycast ou multicast).
Por isso, se você fixar o IPv6 em uma placa de rede, ao executar ifconfig ela irá aparecer com dois endereços IPv6 no campo "endereço inet6".
No planejamento da rede há que se considerar que para cada rede física ou LAN com IPv6 é preciso reservar um /64. Esse é o tamanho padrão e algumas funcionalidades, como a autoconfiguração, dependem dele.
O maior problema atualmente é que as grandes operadoras não estão fornecendo endereços IPv6. Mesmo você configurando o modem/roteador e o computador para tal, ainda assim poderá não conseguir acesso aos sites via IPv6. Algumas operadoras fornecem IPv6, mas seus DNSs não resolvem esses endereços e mesmo fazendo um tunelamento, ainda assim conseguirá acesso a alguns sites apenas. Além do que, o tunelamento IPv6 faz cair bastante o desempenho da navegação, pois a sua conexão passará por mais um provedor além da sua operadora.
E isso, é lógico, acarreta em mais um controle da sua navegação.
Ou seja, ao invés de melhorar...
E mesmo que você, como bom usuário
GNU/Linux, crie seu próprio provedor e faça seu próprio túnel IPv6, ainda assim enfrentará o problema da queda de desempenho.
Donde conclui-se, endereçamento IPv6 ainda é uma realidade distante para os pobres mortais usuários dessa internet discada sofisticada que chamam de banda larga aqui no Brasil e que é a mais cara do mundo.
Ferramentas de cálculos:
Referências: