Futuro do software livre após as eleições

Os ataques direcionados pelas empresas de software proprietário ao software livre (principalmente ao Linux), empresas que querem a qualquer custo manterem sua "fatia" de mercado e outros problemas que a mídia noticia em vésperas de eleições. Como será que isso afeta o futuro do software livre e, conseqüentemente, o Linux?

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Por: Júlio Henrique em 01/07/2004


Introdução



Gostaria de começar dizendo que sou a favor da livre concorrência.

Se uma determinada empresa acha que os produtos proprietários satisfazem a sua necessidade, ótimo, implemente-os e pague por isso.

Se os recursos são limitados (o que geralmente acontece), ou se os produtos proprietários não se adequam, ou ambos, o Linux (e demais SL) são bem vindos.

Porém, o comportamento de algumas empresas que querem manter o monopólio a qualquer custo é algo lamentável. Seja essa empresa brasileira ou estrangeira, é algo que não pode-se tolerar.

Os Governos Brasileiros (Federal, Estadual e Municipal) estão contribuindo fortemente para a consolidação do SL na Administração Pública, o que possivelmente irá atrair ainda mais empresas privadas a seguirem o exemplo, economizando recursos e tendo sistemas mais adequados. Isso pode gerar demanda por serviços, tais como implementação, migração, desenvolvimento de aplicações customizadas, etc. Para os profissionais que trabalham com software livre, haverá muito trabalho. Para o governo, haverá maior arrecadação de impostos por parte desses profissionais. Vejo, então, vantagem para todos.

Porém, a mídia tem noticiado que os "funcionários" (que na verdade, nem funcionários são) dos Telecentros implementados pela Prefeitura de São Paulo estão com os pagamentos de Junho atrasados; situação que se repete mês a mês desde o final do ano passado.

Em conjunto com os "ataques" que as empresas de software proprietário têm direcionado ao governo, com a iniciativa de apoiar o Software Livre, isso não tende a diminuir a confiabilidade dos atuais usuários, e desencorajar os novos? Será que não haverá manipulação da "massa eleitoral" para eleger novos governantes e, conseqüentemente, "matar" os projetos de SL?

Deixo "aberta" a discussão, que por enquanto, ainda é livre...
   

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Comentários
[1] Comentário enviado por eltern em 01/07/2004 - 08:18h

Seu comentário foi muito oportuno.
Vejo algo do tipo (embarcação furada) em muitos pontos dos planejamentos de Software livre, mas algo, de experiencia posso afirmar.. se o Governo em um futuro proximo se retrair aos principios e atitudes relacionadas ao SL, muito pouco provável isso acarretará em prejuizos a comunidade, ou mesmo ao progresso do SL ou de seus usuários.

Aqui na empresa por exemplo, independente de a+b seremos utilizadores do SL e suas soluções de alto desempenho, escabilidade e custos Reduzidos. Tadavia seu comentário pode ser um fato concreto.

[2] Comentário enviado por ShamanBoy em 01/07/2004 - 10:21h

O movimento SL no Governo ganha impulso por causa de pensadores como Sergio Amadeu esse que foi procesado pela Gigante M$, acredito que o movimento SL no governo ta difundido e acredito que ele não será dissolvido. O que pode acontecer por questões políticas o movimento ganhar um pouco de fragilidade por que existem pessoas que não entendem o ideal de liberdade e a tecnologia que o movimento trás.
Trabalho em um telecentro e as dificuldades se dá pelo fato das pessoas se apegarem em win e tbm muita coisa feita na rede é feita para Win e com isso vc acaba tendo que ser um pouco de macgayver e procurar as alternativa.

[3] Comentário enviado por adell em 01/07/2004 - 10:35h

Uma coisa que esta acontecendo e eu acho terrivél é a associação do SL com o PT, isto é lastimavél, todos devem saber que o PT (nem qualquer outro partido) domina todo o pais politicamente e também tem adversarios em todo o territorio nacional (como todo partido), então a prefeitura que é de oposição vai contra SL porque o PT é a favor, ou quando entrar outro prefeito muda tudo, como esta gradativamente acontecendo no Rio Grande do Sul.

[4] Comentário enviado por jeffestanislau em 01/07/2004 - 11:40h

É, realmente isto pode ser um problema, esta questão de associação de Partidos com o SL, pois sabemos que a massa eleitoral é facilmente confundida.

[5] Comentário enviado por jhenrique em 01/07/2004 - 13:55h

Sim, é verdade. Mas, no Brasil, infelizmente, os governantes que "entram" geralmente interrompem as obras que o governante que "saiu" tinha começado.
E sem "puxar a sardinha" para este ou aquele partido, todos sabemos que o SL já era bastante divulgado há três ou quatro anos atrás (antes das últimas eleições), e que muitas empresas começaram a testar e implementar software de plataforma aberta nesta mesma época.
Mas projetos vindos da Administração Pública deram uma grande contribuição à causa. Se não me engano, os governos da região sul do país foram os pioneiros.
Apesar de diversas empresas privadas atualmente terem "despertado" para o Linux, sabemos que muitas ainda tem aquele velho tabú de "não mexer em time que está ganhando" (mesmo à base da tela azul), e que os usuários finais estão acostumados aos produtos "OEM" (ou, como andam dizendo, "genéricos") que já vem com o equipamento (e também estão acostumados à telas azuis). Sem o exemplo de orgãos ligados ao governo, temo que haja menos argumentos para convencer usuários de produtos proprietários à migrarem para SL.

[6] Comentário enviado por semacom em 02/07/2004 - 11:37h

Concordo plenamente. O Brasil não é um país políticamente confiável. Nada aqui pode ser levado tão a sério quanto desejamos. Infelizmente, se essa é a questão, devemos continuar nosso trabalho sério em prol do SL e arrolar mais integrantes para nossas fileiras sem nos preocuparmos se os governos vão ou não considerar o que é melhor ou não para o país e para o povo.
Todas as iniciativas são e serão bem vindas, sejam essas do governo ou da iniciativa privada, de pessoas simples ou de grupos.
QUEM VIVER, VERÁ!!!

[7] Comentário enviado por gransoft em 03/07/2004 - 15:43h

ARAGUARI-MG, 03 de julho de 2004.

Prezados Srs.,

O uso indiscriminado de S.O. e Aplicativos não oficiais por Empresas, tende a esbarrar em outra situação prevista na Legislação: O PED, ou "Emissão de Documentos Fiscais por Processamento Eletrônico de Dados" exige identificação do Hardware, do S.O., do Aplicativo e seu Responsável Técnico.

Com a obrigatoriedade do uso do ECF p/Cupons Fiscais, e a geração do arquivo de movimentação fiscal para o SINTEGRA, a situação atual, tende a se modificar.

Qual Contador, Empresário ou Administrador de Empresas que apresentará à Adm.Fazendária informações sobre produtos não oficiais ?

Quem poderá garantir que, agora, a Microsoft, perdendo espaço entre os Servidores de Rede e Desktops para o GNU/Linux, não acionará os Órgãos competentes exigindo maior empenho na fiscalização de Softwares, utilizando-se desta informação/declaração dos próprios usuários ?

Verdade seja dita, explícita e sustentada:

- As diligências fiscais locais sobre uso de Softwares Piratas somente tem sido realizadas sob denúncias, e quando o fiscalizado "dá IBOPE";

- A última fiscalização aqui no Triângulo Mineiro, realizada pela ABES, pareceu mais um "lobby" com os distribuidores oficiais locais, que faziam contato por telefone com empresários, alertando sobre a tal fiscalização e suas conseqüências, oferecendo descontos especiais na aquisição do Windows XP, mesmo para os que já usavam Windows 98 não oficial. Atingidas as metas de vendas...

Vamos analisar os próximos acontecimentos. Atualmente, acompanho cada capítulo da "Novela TEF". Se alguém se interessar pelo assunto, trata-se de matéria para um Artigo inteiro.

Atenciosamente,
Janis Peters Grants.

http://www.gransoft.com.br
gransoft@zipmail.com.br

[8] Comentário enviado por Jbmartins em 06/11/2004 - 10:20h

É muito bom este comentario, por que qualquer político sempre procura alguma coisa para se dar bem mesmo que seu ato esteja incorreto, mesmo prejudicando terceiros, devemos ficar de olhos abertos para estes atos contra o SL

[9] Comentário enviado por _m4n14c_ em 04/06/2006 - 16:16h

Lastimavel a posicao de alguns companheiros a respeito da relacao do software livre com os partidos politicos. A defesa do SL, contra o monopolio da M$, eh um ponto programatico progressivo, assim como sao a reforma agraria, o nao pagamento da divida externa, o aumento das verbas para educacao, etc... Quanto mais apoiadores houverem, melhor.

O que esta em discussao, no caso dos politicos, eh que nenhum partido, nem mesmo o PT, eh capaz de impulsionar uma politica de inclusao social eficiente (que so pode ser implementada com SL). Isso porque o governo consome mais de 60% do que arrecada com o pagamento dos servicos da divida externa, promovendo cortes na saude, educacao, e demais areas sociais. Por isso um pais continental como o Brasil, com pouquissimos desastres naturais e rico em recursos continua sendo um dos mais pobres e ignorantes do planeta.

O PT e a oposicao de direita (PSDB/PFL) defendem o superavit primario mais alto que o do FMI, retirando dinheiro das areas sociais. Para garantir uma base eleitoral, investem em politicas sociais compensatorias nos setores mais probres da populacao (bolsa-familia, prouni, etc). Devemos exigir a reversao dessa politica, garantindo investimentos sociais generalistas e em grande escala.

Nao devemos ceder a pressao facil do apartidarismo. Boicotaremos sim os inimigos e os traidores, como o PT e os velhos partidos de direita, mas jamais abriremos mao da bandeira da inclusao digital como parte da luta pela inclusao social.

Abandonar as lutas sociais e seus partidos eh colocar o movimento pelo software livre no gueto, a merce das multinacionais que investirao nele (por ser mais estavel e economico). Por esse caminho a maior parte da populacao brasileira continuara a passar a vida sem jamais tocar em um computador, e se assim for, de nada serve o SL.

[10] Comentário enviado por rwpatriota em 27/08/2007 - 10:47h

Já dizia o poeta cazuza: "transformam o país inteiro num pu7&r0, pois assim se ganha mais dinheiro..."


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