Escrevendo com LaTeX

Neste artigo vou comentar sobre o LaTeX (pronuncia-se "latéqui"), que é um conjunto de macros para o programa de diagramação de textos TeX, utilizado amplamente na produção de textos matemáticos e científicos, devido a sua alta qualidade tipográfica. Entretanto, também é utilizado para produção de cartas pessoais, artigos e livros sobre assuntos diversos. Ele foi desenvolvido por Leslie Lamport na década de 80 a partir do programa TEX criado por Donald Knuth.

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Por: Rogério Fernandes Pereira em 01/08/2017 | Blog: http://lattes.cnpq.br/2591891614935762


Introdução



LaTeX (pronuncia-se "latéqui", pois esse último χ é o "chi" do alfabeto grego), é um conjunto de macros para o programa de diagramação de textos TeX, utilizado largamente na produção de textos científicos e matemáticos, devido a sua alta qualidade tipográfica. Porém, também é muito utilizado para criação de artigos, livros sobre assuntos diversos e cartas pessoais. Sua flexibilidade possibilita integração com diversas linguagens de programação, por exemplo, o Python. Ele foi desenvolvido por Leslie Lamport na década de 80 a partir do programa TEX criado por Donald Knuth.

Os processadores de texto podem ser divididos em duas classes. A primeira classe e mais comum são dos editores que vão mostrando a formatação em tempo real, ou seja, vai se digitando e formatando ao mesmo tempo. No final o que será impresso no papel é praticamente o que está sendo mostrado na tela. Esta metodologia é conhecida como "what-you-see-is-what-you-get" ou simplesmente WYSWYG, que significa "o que você vê é o que você obtém".

A segunda classe, a qual o LATEX faz parte, o processamento do texto é realizado em duas diferentes etapas. Na primeira etapa o texto é redigido em um arquivo texto e os comandos de formatação são escritos em um arquivo fonte, ambos usando um editor de texto como o Vi, Vim, Emacs, Gedit, Wordpad, etc, onde esses arquivos não devem conter nenhum tipo de formatação e serem escritos em texto puro, de preferência utilizando a codificação UTF8.
Linux: Escrevendo com LaTeX

Finalidade

O LaTeX foi criado com objetivo de facilitar o uso do TeX por meio de comandos para diferentes funções. O TeX foi criado por Donald Knuth na década de 70 com o objetivo de aumentar a qualidade de impressão baseando-se nas impressoras da época. Foi concebido originalmente para a área matemática, possuindo diversos comandos para montar fórmulas e processar textos, gerando esses com alta qualidade tipográfica.

Os comandos foram criados para o LaTeX utilizando diversos estudos sobre diagramação, fazendo com que a intenção do autor possa ser entendida, diferenciando um texto matemático de uma citação. Segundo esses estudos, existem formatos que deixam o texto mais legível e agradável. O tamanho das letras, tipo da fonte, espaçamento entre as linhas, etc., possuem uma medida ideal que facilita a leitura.

Na maioria dos casos, quando alguém utiliza um processador visual, comete muitos erros por não conseguir adequar uma boa estética à uma estrutura lógica e bem compreensível. A ideia central do LaTeX é afastar o máximo possível da apresentação visual da informação, pois a preocupação recorrente com a formatação tira a atenção do conteúdo que está sendo escrito. O usuário é estimulado a trabalhar com conceitos mais lógicos ao invés de trabalhar com ideias visuais. Utilizando o LaTeX o texto não terá somente um bom arranjo visual, mas também um bom conteúdo. O que facilita também e ajuda na produtividade é que com a troca de um comando, qualquer coisa pode ser mudada com rapidez e facilidade, permitindo fazer a edição do texto com muito mais flexibilidade.

Uma grande vantagem que o LaTeX leva em cima dos editores tipo WYSWYG é sua estabilidade, ou seja, a possibilidade de se encontrar um bug nele é mínima, justamente por ser software livre seu sistema é aberto, o que permite que qualquer um com conhecimentos técnicos possa corrigir possíveis erros ou que possa adaptá-lo às suas necessidades. A cada momento surgem novos pacotes com funções criadas por usuários espalhados por todo o mundo. Além disso não há incompatibilidade de versões, pois o conteúdo é criado em arquivo texto puro e "compilado" em qualquer versão do TeX abrindo-o perfeitamente, independente de qualquer sistema operacional, possuindo instalações para Unix, Linux, MacOS e Windows.

A facilidade para lidar com a bibliografia, índices, seções e paginações o torna muito atraente, pois essa formatação pode ser criada em um arquivo de estilo ou template e apenas ser compilado com o texto redigido. Tudo sairá formatado do jeito programado sem risco de quebrar a programação visual do texto. Por não estar o tempo todo renderizando a formatação em tempo real de edição o consumo de recurso de hardware e memória são muito menores, aumentando perceptivelmente o desempenho na sua utilização.

São inúmeras vantagens que o torna atraente, mas como tudo, existe também algumas desvantagens, que são bem menores que as vantagens. Uma delas é a curva de aprendizado que é um pouco maior por se parecer um pouco com programação HTML, mas atualmente existem ferramentas que facilitam muito sua utilização. Outra desvantagem é na utilização de figuras e imagens em documentos que precisam ser inseridas de modo manual, porém também existem ferramentas que facilitam muito esse trabalho hoje em dia.

Para o Brasil foi desenvolvido o abnTeX (ABsurd Norms for TeX) que é uma classe LaTeX e estilo bibliográfico compatíveis com as normas da ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas). A suíte abnTeX2 é composta por uma classe, por pacotes de citação e de formatação de estilos bibliográficos, por exemplos, modelos de documentos e por uma ampla documentação.

O CTAN (Comprehensive TeX Archive Network) é um extenso banco de dados sobre o TeX e o LaTeX, similar a um repositório. É nessa fonte que pode-se buscar pacotes, documentos e outras aplicações relacionadas ao LaTeX.

Uma observação é que realmente o LaTeX exige um certo domínio para montagem de templates (conhecimento de código), mas é onde está o grande poder dele. Depois de estar definido o modelo de um trabalho, por exemplo, uma formatação padrão de monografia exigida por uma universidade (geralmente uma variação da ABNT), a preocupação estará exclusivamente em escrever o conteúdo e não ficar ajustando o layout. Sumário, notas de rodapé, resumo, bibliografia, etc., são feitos de forma quase automática depois de estruturado o código. A mudança de um parágrafo ou uma linha não quebra toda a formatação e o ajuste é realmente automático.

Conclusão

Não vou aprofundar nas minúcias sobre o LaTeX porque existem diversas referências e muitos livros sobre essa fantástica ferramenta. Aos que estiverem interessados, recomendo a leitura e a pesquisa sobre o assunto, pois informações e ajuda não faltam para o domínio dele. Uma coisa eu garanto. Depois que descoberto e criado o hábito de usá-lo, fazer monografias, pesquisas e artigos nunca mais deixará de usá-lo. Experiência própria.

Apaixone-se pela produtividade!

Abraço à todos.

   

Páginas do artigo
   1. Introdução
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Comentários
[1] Comentário enviado por Fellype em 01/08/2017 - 10:50h

Artigos sobre LaTeX são sempre úteis. Eu preciso deixar a preguiça de lado e começar a usar isto :-P
Acrescentando informação, existe (pelo menos) um frontend para LaTeX que é da classe WYSIWYM (What You See Is What You Mean) - o LyX [1]. Conheço algumas pessoas que o usam, e eles dizem que é a melhor opção para usuários de processadores de texto WYSIWYG que querem migrar para o LaTeX.

Parabéns pelo artigo!

[1] https://www.lyx.org/

[2] Comentário enviado por nicolo em 10/08/2017 - 16:46h

Eu não vou dizer com o que se parece esse artigo........A gente olha mas não pode por a mão.


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