Senhas são a parte mais fraca de qualquer sistema de segurança, pois pessoas que não conhecem os riscos causados por senhas fracas são responsáveis por criar tais senhas. Auditar as senhas que seus usuários utilizam para acessar os servidores é necessário para se garantir o mínimo de segurança nesse quesito. Com uma ferramenta como o John The Ripper, isso fica muito fácil.
Aqui vou mostrar apenas o uso básico do John. Explorar todas as opções e otimizar o desempenho da descoberta de senhas é a parte mais legal, por isso vou deixar para você mesmo fazer isso.
Nos exemplos que vou mostrar abaixo, vou considerar que você está utilizando o /etc/passwd e o /etc/shadow da sua máquina. Junte estes arquivos utilizando o script unshadow. Também vale lembrar que, se você vai quebrar senhas Windows (LM ou NTLM), você vai precisar de uma ferramenta que faça dumps de hashes destes tipos de senhas. O JtR utiliza o dumper desenvolvido por Jeremy Allison, que pode ser encontrado aqui.
Ok, agora você já tem o arquivo com as senhas e usuários que você fez utilizando o unshadow vamos começar a brincar de cracker. :)
O modo mais simples de se usar o John é especificar o arquivo que tem as senhas e usuário e deixar ele fazer tudo automaticamente. Ele irá começar com o modo single crack, depois irá passar para o modo wordlist e finalmente irá passar para o modo incremental. A linha de comando fica assim:
$ ./john senhas.txt
Se você, ao analisar o arquivo, achar que alguns usuários possuem shell inválidas como o /bin/false, você pode fazer com que o John não perca tempo tentando quebrar a senha de tais contas assim:
$ ./john --show --shells=-/bin/false senhas.txt
Assim, todo usuário que o John encontrar e que possuir a(s) shell(s) listada será ignorado e ele passará para o próximo.
Se você quiser quebrar a senha de vários arquivos ao mesmo tempo no modo single crack, por exemplo, utilize a seguinte linha de comando:
$ ./john --single senhas.txt senhas2.txt
Na linha acima, de acordo com as opções explicadas anteriormente, --single poderia ser abreviado para --si pois assim não haveria nenhuma ambiguidade em relação a este comando.
Se você quiser especificar o algoritmo a ser usado para quebrar as senhas:
$ ./john --show --format=DES --single senhas.txt
Substitua o DES pelo formato correto das senhas presentes no arquivo.
[1] Comentário enviado por y2h4ck em 13/06/2007 - 08:36h
"Definir um tamanho mínimo de senhas de 8 ou 10 caracteres;" Isto é bem relativo, dependendo principalmente do algoritmo utilizado.
Existem métodos para se quebrar senhas de usuários windows no padrão NTLMv1, inclusive comerciais, que conseguem quebrar uma senha de até 15 caracteres em no máximo 10 minutos.
[5] Comentário enviado por acollucci em 13/06/2007 - 17:52h
Otimo artigo. Agora quanto ao comentario do y2h4ck, sim existem metodos para se quebrar senhas fortes, porem senhas fortes dificultam ataques do tipo wordlists, ou de engenharia social.
[13] Comentário enviado por elgio em 30/01/2009 - 10:50h
A leitura do teu artigo sobre VPN hoje me fez olhar os demais artigos que escreveste. Muito interessante, a gente meio que se interessa pelos mesmos assuntos ;-)
Sobre senhas, reforço o que meu amigo Anderson (y2h4ck: depois de alguns mal entendidos com ele, ambos concordamos em nos tratarmos como amigo! :-D hehehe Forte abraço): para senhas lmpasswd nenhuma senha (NENHUMA NENHUMA) é segura. De nada adianta colocar 14 cars de senha no lmpasswd (e é o máximo que ele aceita. Mais que isto é truncado), pois ele divide a tua senha em duas partes de 7, logo uma força bruta é sobre 7 cars. John the Ripper sempre conseguirá quebrar as senhas e creio que em questão de horas com os processadores domésticos de hoje.
Ntpasswd é melhor pois usa o MD4 e não tem os vícios do LM, mas a falta de salt numbers torna ele também não confiável pois perece ao ataque de Rainbow Tables (muito embora uma tabela de RB completa até 8 cars custe $499 e tem o tamanho de 52G - http://ophcrack.sourceforge.net/tables.php ). A princípio senhas maiores que 9 caracteres para o NTpasswd são seguros pois parece (PARECE) que ninguém ainda conseguiu compilar uma Rainbow tables para tantos cars.
No Linux porém, que usa MD5 com salt numbers, qualquer senha maior do que SEIS cars torna INVIÁVEl o força bruta (cuidado, estou falando de força bruta, não de outros ataques. Mesmo que tu use 15 cars de senha ela será estúpida se for apenas números, como este artigo explica).
A presença de salt numbers torna inviável a técnica de Rainbow tables.