Atualizando o Passado:
Linux no Lenovo G460 em 2025 - Uma Alternativa Real à Obsolescência Imposta pelo Windows 11
Sumário
1. Introdução
2. O Paradigma da Obsolescência Digital
3. Conheça o Notebook
4. O Linux na Prática
5. Sobre a reprodução de vídeos em alta resolução
6. Superando Limitações
7. Questão Ambiental e Econômica
8. Reflexões Finais
Introdução
Vivemos em uma era onde a obsolescência programada digital se tornou uma estratégia de mercado. O Windows 11, com seus requisitos restritivos, somado ao fim do suporte do Windows 10, empurra milhões de computadores perfeitamente funcionais para o lixo. Este documento mostra, de forma prática e técnica, como um Lenovo G460 de 2010 segue ativo e funcional em 2025 utilizando Linux.
Desktop do Sistema
O Paradigma da Obsolescência Digital
Empresas como a Microsoft impõem limites artificiais através do software. Processadores que funcionam perfeitamente passam a ser "inadequados" por falta de TPM 2.0 ou Secure Boot. Isso não reflete limitações técnicas reais, mas uma estratégia de mercado. O Linux rompe esse ciclo. É leve, livre, seguro e eficiente. Sistemas como
Ubuntu,
Mint,
Fedora,
Zorin OS, entre outros, permitem que hardware considerado obsoleto funcione plenamente.
Conheça o Notebook
- Modelo: Lenovo G460 (2010)
- CPU: Intel Core i3 M 380 @ 2.53GHz
- RAM: 8GB DDR3
- Armazenamento: SSD Kingston SA400S37480G (480GB)
- Drive Óptico: Blu-ray Matshita BD-RE UJ260AF
- Rede: Linksys EC-1000 ExpressCard Gigabit Ethernet
- Tela: 1366x768
- Sistema: Ubuntu Unity Remix 22.04.5 LTS (Kernel 6.8)
Notebook fechado com a placa de rede gigabit Linksys:
Apresentação do Notebook
Notebook aberto com adesivo Linux:
Detalhe da placa ExpressCard em funcionamento:
O Linux na Prática
O G460 executa: Navegação (Brave), Escritório (LibreOffice), Aulas online (Zoom), Streaming (YouTube e outros 1440p @30fps), Gravação de mídias (CD, DVD, Blu-ray), Transferências via rede gigabit. O ambiente Unity + Compiz oferece interface leve, estável e moderna.
Monitor de sistema durante vídeo em 1440p:
Sobre a reprodução de vídeos em alta resolução
Apesar do alto uso da CPU durante a reprodução de vídeos em 1440p, não há travamentos. O G460 consegue reproduzir bem vídeos em 60 quadros por segundo até a resolução 1080p, que também apresenta alto uso da CPU e mesmo assim sem comprometer a performance, sendo totalmente possível aproveitar os conteúdos multimídia disponíveis nos serviços de streaming. Para essa geração de processadores, é perfeitamente aceitável esse uso de CPU porque não há decodificação por hardware nessas primeiras gerações de processadores Intel, entregando uso sem saturação de memória ou swap, e mantendo fluidez na rede gigabit via ExpressCard.
Superando Limitações
Graças ao Linux, supera-se a falta de suporte a redes gigabit internas usando uma placa Linksys ExpressCard. O SSD garante boot rápido e fluidez, enquanto a RAM permite multitarefa sem uso de swap.
Gnome Discos mostrando as informações do SSD e drive óptico instalados:
Questão Ambiental e Econômica
Cada notebook salvo da obsolescência evita lixo eletrônico e consumo desnecessário de recursos naturais. Usar Linux é um ato de liberdade, economia e responsabilidade ambiental. Ao prolongar a vida útil de equipamentos considerados "antigos" pela indústria, reduz-se a demanda por extração de minérios, energia e processos industriais altamente poluentes. Isso significa menos descarte de materiais tóxicos, como metais pesados e componentes não recicláveis, que comprometem o solo, a água e a saúde pública.
Impacto ambiental da fabricação de um notebook novo: O mito de que Linux é difícil não se sustenta. Com ele, computadores ditos "obsoletos" voltam à vida, produtivos, estáveis e seguros. Hoje, a maioria das distribuições Linux oferece interfaces gráficas amigáveis, intuitivas e personalizáveis, muitas vezes mais leves, rápidas e organizadas que os sistemas comerciais tradicionais. Além disso, o vasto ecossistema de software livre cobre praticamente todas as necessidades do usuário comum, profissional ou educacional, desde navegação, edição de documentos, multimídia, programação até design gráfico e engenharia.
Adotar Linux é romper com o ciclo de dependência imposto por grandes corporações, que forçam atualizações, mudanças de interface e custos recorrentes sem entregar, muitas vezes, melhorias reais. É assumir o controle sobre sua própria tecnologia, seu próprio hardware e seus próprios dados.
Mais do que uma simples escolha técnica, usar Linux é uma postura de autonomia, sustentabilidade e resistência contra a obsolescência programada e o consumismo digital. É a prova de que é possível sim ter uma computação eficiente, moderna e segura, sem abrir mão da liberdade e da responsabilidade social e ambiental.
Se o computador ainda liga, ele ainda tem valor. E o Linux está pronto para provar isso.
- Energia consumida na fabricação: cerca de 300 kWh, equivalente ao consumo mensal de uma casa pequena.
- Emissão de CO2: aproximadamente 200 kg de CO2, o equivalente a dirigir um carro popular por cerca de 1.100 km.
- Água utilizada: cerca de 10.000 litros, considerando processos de mineração, limpeza e resfriamento.
- Minérios extraídos: aproximadamente 30 kg, incluindo metais como alumínio, cobre, níquel, cobalto, estanho, ouro e terras raras.
- Resíduos tóxicos gerados: aproximadamente 15 kg, incluindo ácido sulfúrico, metais pesados e solventes industriais.
Fonte: United Nations University - Global E-waste Monitor (2020), Greenpeace, iFixit e Electronics TakeBack Coalition.
O impacto ambiental do uso do Linux e Considerações Finais
Impacto ambiental de manter um notebook em uso com Linux:
- Energia para manutenção (uso anual): cerca de 60-100 kWh, dependendo do perfil de uso.
- Emissão de CO2 anual (uso): aproximadamente 40-70 kg, muito menor que a pegada de produção de um novo dispositivo.
- Geração de lixo eletrônico: praticamente zero, exceto por eventuais substituições de peças (bateria, HD, cooler).
- Consumo de recursos naturais: zero na fabricação, apenas para reposição eventual de componentes.
Fontes: Global E-waste Monitor e Electronics TakeBack Coalition.
Reflexões Finais
O mito de que Linux é difícil não se sustenta. Com ele, computadores ditos "obsoletos" voltam à vida, produtivos, estáveis e seguros. Hoje, a maioria das distribuições Linux oferece interfaces gráficas amigáveis, intuitivas e personalizáveis, muitas vezes mais leves, rápidas e organizadas que os sistemas comerciais tradicionais. Além disso, o vasto ecossistema de software livre cobre praticamente todas as necessidades do usuário comum, profissional ou educacional, desde navegação, edição de documentos, multimídia, programação até design gráfico e engenharia.
Adotar Linux é romper com o ciclo de dependência imposto por grandes corporações, que forçam atualizações, mudanças de interface e custos recorrentes sem entregar, muitas vezes, melhorias reais. É assumir o controle sobre sua própria tecnologia, seu próprio hardware e seus próprios dados.
Mais do que uma simples escolha técnica, usar Linux é uma postura de autonomia, sustentabilidade e resistência contra a obsolescência programada e o consumismo digital. É a prova de que é possível sim ter uma computação eficiente, moderna e segura, sem abrir mão da liberdade e da responsabilidade social e ambiental.
Se o computador ainda liga, ele ainda tem valor. E o Linux é a prova disso.
"Computadores não envelhecem. Quem os torna obsoletos são as empresas de software."