Área de Trabalho Aristocrática

Comentários em cima de um artigo que faz críticas aos ambientes de trabalho "tradicionais".

[ Hits: 9.923 ]

Por: Xerxes em 03/10/2017


Dê fim ao clique-duplo



Quando eu comecei a instalar o melhor desktop possível para Maria e João, ainda estávamos na era GNOME 2.X. O GNOME 3 resolveu minhas preocupações anteriores. Não da maneira que eu imaginava, mas resolveu de qualquer maneira. Não há mais ícones da área de trabalho, mais ícones de bandeja.

Mas agora que estou apresentando Maria e João ao GNOME 3, ainda tenho algumas preocupações. E uma dessas principais preocupações é o infame clique-duplo!

Você se lembra? João é uma mente muito brilhante, apesar de ele nunca ter usado um computador durante toda a vida. Como cientista de raciocínio, ele estava tentando encontrar a lógica por trás do meu ensino.

Durante uma de nossas primeiras lições, "Usando o mouse", a conversa foi assim:
  • Como sei se tenho que clicar normal ou clicar duas vezes?
  • Bem, você clica duas vezes no ícone e clica normal nos links e botões.
  • Como eu sei o que é um botão ou um ícone?
  • ...

Desde então, tentei muitas vezes encontrar uma lógica por trás de um único clique ou duplo. Não há. Você deve aprender com a experiência. E é totalmente, totalmente inútil.

Eu também percebi que apenas o clique simples era algo muito difícil para João. Alcançar para clicar em um determinado ponto e, sem mover o mouse, clicar... é realmente difícil para pessoas mais velhas. Em seguida, peça-lhes que cliquem duas vezes, com uma velocidade completamente arbitrária, sem mover o mouse, nem rapidamente, nem lentamente. Impossível.

Maria, entretanto, estava fazendo clique-duplo em todos os lugares. E, surpreendentemente, funciona a maior parte do tempo.

Então, por que temos dois cliques em alguns lugares? Porque queremos selecionar um item sem "ativá-lo". Com que frequência isso acontece? Nunca para João. Muito raramente para Maria.

Para resumir, estamos fazendo a ação mais frequente muito difícil, e a ação menos usada mais fácil.

Tentei desativar completamente o duplo clique no Nautilus.

Você sabe o que houve?

Funcionou. Até para mim. Eu tive dor crônica na minha mão e desativar o duplo clique foi um alívio. Eu expliquei a Maria para nunca mais clicar duas vezes. Ela ainda faz duplo clique de vez em quando, mas tudo funciona ainda melhor do que antes. João foi eventualmente capaz de abrir um arquivo dentro do Nautilus.

E quanto à seleção de arquivos? Expliquei a Maria para desenhar um quadrado com o mouse. E, sim, achou isso absolutamente intuitivo. A única desvantagem que encontrei até agora foi a inconsistência com as listas, onde ainda é necessário clicar duas vezes. Maria me ligou um dia porque tentou tocar uma música específica no Rhythmbox. Não estava funcionando. Eu percebi que ela teve que clicar duas vezes na música. "Mas você me disse para nunca mais clicar duas vezes!". Desculpe Maria.

Eu sou incrivelmente frustrado com qualquer sistema que precise de um clique duplo. Por que ainda temos um duplo clique por padrão no GNOME3?

Página anterior     Próxima página

Páginas do artigo
   1. Introdução
   2. Home é Desktop
   3. Não há ícone de bandeja no GNOME
   4. Dê fim ao clique-duplo
   5. Conclusão
Outros artigos deste autor

Para quem não conhece, eis o LMDE e umas palavras sobre Refisefuquis

Minha primeira visita ao iTown

DOOM clássico (quase) vanilla e um pouco melhorado

GNU e Linux: amigos para sempre

Todos os atalhos do Cinnamon

Leitura recomendada

Sistemas Operacionais - Experiência

Dificuldades com o Debian Etch/Test

AFT : Tecnologia para Formatação Avançada - Conceitos básicos

A sociedade em rede

Informativo: novos recursos no fórum

  
Comentários
[1] Comentário enviado por albfneto em 03/10/2017 - 17:05h

Tá muito bom seu artigo! Favoritado.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Albfneto,
Ribeirão Preto, S.P., Brasil.
Usuário Linux, Linux Counter: #479903.
Distros Favoritas: [i] Sabayon, Gentoo, OpenSUSE, Mageia e OpenMandriva[/i].

[2] Comentário enviado por madrugada em 03/10/2017 - 18:28h

Belo artigo pra compartilhar! Tem meu joinha!!!

*Mas continuo não gostando do gnome3, kkk.

Aqui vale o pensamento: menos é mais. Realmente não adianta querer encher o Desktop de firulas se isso diminui a usabilidade.

[3] Comentário enviado por xerxeslins em 03/10/2017 - 21:01h


[1] Comentário enviado por albfneto em 03/10/2017 - 17:05h

Tá muito bom seu artigo! Favoritado.
¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨¨
Albfneto,
Ribeirão Preto, S.P., Brasil.
Usuário Linux, Linux Counter: #479903.
Distros Favoritas: [i] Sabayon, Gentoo, OpenSUSE, Mageia e OpenMandriva[/i].


Valeu albfneto!

[4] Comentário enviado por xerxeslins em 03/10/2017 - 21:02h


[2] Comentário enviado por madrugada em 03/10/2017 - 18:28h

Belo artigo pra compartilhar! Tem meu joinha!!!

*Mas continuo não gostando do gnome3, kkk.

Aqui vale o pensamento: menos é mais. Realmente não adianta querer encher o Desktop de firulas se isso diminui a usabilidade.


kkkkk!

O bom é que no Linux tem como escolher a interface gráfica com facilidade, né?

Abraço!

[5] Comentário enviado por GabrielMS86 em 04/10/2017 - 09:42h

Muito bom artigo.
Pessoalmente concordo 100% com a parte sobre os ícones de bandeja - systray.
Aquilo realmente é uma bagunça.
Veja por exemplo, se vc espetar um pendrive ou hd externo na porta USB, no Windows será adicionado um ícone (oculto na maior parte das vezes) para controlar o status do dispositivo e desmontá-lo/retirá-lo de forma segura.
No Nautilus basta clicar com o botão esquerdo sobre o nome do dispositivo na listagem de locais à esquerda e selecionar "remover com segurança". Bem mais racional a meu ver pois é ali - no gerenciador de arquivos - que vc usa de fato o dispositivo, e não na bandeja do sistema.

[6] Comentário enviado por guipsp em 06/10/2017 - 09:42h

Muito interessante, obrigado por compartilhar e traduzir.

[7] Comentário enviado por nicolo em 08/10/2017 - 17:52h

Esse raciocínio é algo similar ao, ou inspirado pelo, sistema de qualidade nipônico, baseado na escassez de recursos. A mantra é: "Fornecer tudo o que é necessário e não mais que o necessário". Fica estabelecido que o necessário tem que estar à mão de quem usa e não em outro planeta atrás da sintaxe do command line. O pensamento nipônico começaria por examinar as reais necessidades do usuário, como ele utiliza o produto e o que ele faz com o produto. A partir dessas informações o produto seria elaborado "sem falhas e a prova de falhas" afim de obter a máxima satisfação do usuário. Este raciocínio se aplica nas relações fornecedor (Especialista em informática) e o cliente (usuário). Como no exemplo do artigo os usuários são gênios em suas especialidades mas não deliram de paixão por computadores. O Linux (Nominalmente Ubuntu a agora o Mint) partiram para atender as necessidades do usuário, ainda que forma abrangente e universal na tentativa de agradar gregos e troianos, mineiros e baianos. Esta parte de elaboração do produto é responsabilidade das distros. Outras distros partiram para a excelência em aplicação para o servidor, e isso é igualmente importante e aplicam-s os mesmos princípios reconhecendo que o usuário de servidor é bem diferente do doutor em cirurgia cardíaca. Esse raciocínio, se aplicado na prática poderia contribuir muito para a popularidade do Linux , pois o Linux tem a vantagem de ter quantas distros forem necessárias para agradar gregos e troianos, mineiros e baianos.

[8] Comentário enviado por removido em 08/10/2017 - 23:47h

Por isso uso linuxmint
Não preciso ser um mega nerd fodaum em informática para usar
Vc quer instalar e usar sem muitas preocupações

[9] Comentário enviado por xerxeslins em 09/10/2017 - 10:45h


[7] Comentário enviado por nicolo em 08/10/2017 - 17:52h

Esse raciocínio é algo similar ao, ou inspirado pelo, sistema de qualidade nipônico, baseado na escassez de recursos. A mantra é: "Fornecer tudo o que é necessário e não mais que o necessário". Fica estabelecido que o necessário tem que estar à mão de quem usa e não em outro planeta atrás da sintaxe do command line. O pensamento nipônico começaria por examinar as reais necessidades do usuário, como ele utiliza o produto e o que ele faz com o produto. A partir dessas informações o produto seria elaborado "sem falhas e a prova de falhas" afim de obter a máxima satisfação do usuário. Este raciocínio se aplica nas relações fornecedor (Especialista em informática) e o cliente (usuário). Como no exemplo do artigo os usuários são gênios em suas especialidades mas não deliram de paixão por computadores. O Linux (Nominalmente Ubuntu a agora o Mint) partiram para atender as necessidades do usuário, ainda que forma abrangente e universal na tentativa de agradar gregos e troianos, mineiros e baianos. Esta parte de elaboração do produto é responsabilidade das distros. Outras distros partiram para a excelência em aplicação para o servidor, e isso é igualmente importante e aplicam-s os mesmos princípios reconhecendo que o usuário de servidor é bem diferente do doutor em cirurgia cardíaca. Esse raciocínio, se aplicado na prática poderia contribuir muito para a popularidade do Linux , pois o Linux tem a vantagem de ter quantas distros forem necessárias para agradar gregos e troianos, mineiros e baianos.


Interessante! Obg por comentar.

[10] Comentário enviado por jaac em 13/10/2017 - 09:28h

Valeu por compartilhar!
Pensar em incluir todas as pessoas no mundo digital é um grande desafio.
Artigo favoritado ;D

[11] Comentário enviado por xerxeslins em 13/10/2017 - 11:33h


[10] Comentário enviado por jaac em 13/10/2017 - 09:28h

Valeu por compartilhar!
Pensar em incluir todas as pessoas no mundo digital é um grande desafio.
Artigo favoritado ;D


Valeu!


Contribuir com comentário




Patrocínio

Site hospedado pelo provedor RedeHost.
Linux banner

Destaques

Artigos

Dicas

Tópicos

Top 10 do mês

Scripts