raserafim
(usa Slackware)
Enviado em 19/08/2017 - 11:16h
RLFontan escreveu:
Olá senhores tudo bem?
"A própria wiki oficial do Slackware tem escrito em um dos seus pontos filosóficos:"
A distribution where system configuration and administration is done through simple ncurses helper scripts or by directly editing well-commented configuration files through a text editor.
e eu descobri que na verdade o assunto é bem controverso, vejam lá:
"Artigo do Alien BOB comemorando o aniversário do Slackbuilds e olhem você mesmos o que ele diz:"
The fact that the SlackBuild scripts of SBo remained so basic allowed several “third party” tools to be conceived that wrap themselves around the SBo content as it were, providing queue control and automation for the process of building your own packages as well as all their dependencies. Well-known examples are sbopkg, sbotools and slpkg. The queue management feature is special. Slackware is a distro that does not concern itself with dependency management – you install the full distro, it is small enough, and that fulfills all the dependencies. Working with 3rd party packages and scripts is different though, and these tools around SBo have found ways to build and install all the required dependencies along with the package that you want to have in the first place. All of that is made possible by the SBo “info” file which is part of every submission. It contains the essential information about the software that is to be packaged, it is easily parseable and therefore ideal source material for the 3rd party tools:
Há um tempo atrás eu também abordei o assunto no Slackware Brasil no Facebook, e teve até o Piter Punk aparecendo para defender as ferramentas de automatização:
Ele comenta inclusive, que o próprio AlienBOB faz uso dessas ferramentas.
não vejo nenhuma contradição entre as posições que o colega "RLFontan" mencionou.
uma SlackBuils é exatamente um script facilmente configurável que gera um pacote compilado no formato do gerenciador de pacotes do Slackware. tudo é simples (no sentido de ser objetivo) e transparente em uma SlackBuilds.
Aliás, a utilização de SlackBuilds é considerado uma forma "padrão" para a administração de uma das dimensões dos pacotes em um sistema Slackware.
já há muito tempo é possível encontrar arquivos SlackBuilds (ou build) nos repositórios oficiais do slackware (no 14.1, por exemplo, tem do "flash", do "chrome"...)
vejamos, também por exemplo, o que diz o SlackBook sobre o SlackBuild:
"Fortunately for many Slackware packages, you can find SlackBuild scripts in the package's source code.
So what is a SlackBuild script? SlackBuild scripts are executable shell scripts that you run as root to configure, compile, and create Slackware packages. You can freely modify these scripts in the source directory and run them to create your own versions of the default Slackware packages."
(tradução livre: "Felizmente, para muitos pacotes do Slackware, você pode encontrar os scripts do SlackBuild no código-fonte do pacote.
Então, o que é um script SlackBuild? Os scripts SlackBuild são scripts de shell executáveis que você executa como root para configurar, compilar e criar pacotes Slackware. Você pode modificar livremente esses scripts no diretório de origem e executá-los para criar suas próprias versões dos pacotes Slackware padrão.)"
http://www.slackbook.org/html/package-management-making-packages.html#PACKAGE-MANAGEMENT-SLACKBUILD-...
o "sbopkg" é uma ferramenta de modo texto que nos permite baixar uma SlackBuilds e os pacotes a ela relacionada (sem precisar entrar em um navegador) e executar essa SlackBuild. além disso, nos permite gerenciar as atualizações dos pacotes que estão no repositório do slackbuilds.org -- portanto dos pacotes que não estão no repositório oficial (e o faz de modo semelhante ao "slackpkg": ferramenta que faz parte oficialmente da administração do Slackware).
(obs: sbopkg não resolve dependências; já o sbopkg+, esse sim resolve dependências.)
RLFontan escreveu:
"sbopkg e afins enquanto heresia: um mito que afastou iniciantes do slackware?"
de fato me parece haver alguns mitos em torno do Slackware (ou, no mínimo, do que se costuma chamar de "Filosofia Slack").
penso que esses mitos estão mais relacionados com as pessoas que não utilizam essa distribuição (ou aquelas que o utilizam, porém sequer compreendem a distinção entre as duas dimensões paralelas da administração do sistema) do que, propriamente, com os usuários conhecedores do Slackware.
utilizar os famigerados comandos "#./configure && make && make install" não tem nada a ver com o "jeito Slack" de instalar programas. nada!
utilizar esses três comandos para instalar um programa em qualquer distribuição que tenha um gerenciador de pacotes, por mais simples que seja, é um erro. por este método a tendência é se perder o controle da administração do sistema.
há uma enorme distinção entre fazer "trabalho braçal" e ter um "sistema simples"; ter um sistema simples não significa ausência de automação (presença de "trabalho braçal").
não podemos reduzir a compreensão de um gerenciador de pacotes com resolução de dependências, simplesmente, à automação de um "trabalho braçal".
um gerenciador de pacotes com resolução de dependências coloca uma carga adicional de complexidade no sistema: o que, por sua vez, sob determinada perspectiva, pode ser interpretado como uma infração à simplicidade.
para ser breve, vejamos...: em certo sentido uma dependência é relativa. algumas dependências só se tornam dependências a depender das FLAGS de compilação utilizadas.
por exemplo, peguemos o caso do Slackware e do Gentoo: os mesmos pacotes que no Slackware (a partir da versão 14.2) tem como dependência o PulseAudio, no Gentoo, esses mesmos pacotes não possuem essa dependência.
podemos comparar também o Slackware com o próprio Slackware, versão 14.1 com a versão 14.2: na 14.1 o ALSA era o padrão; no 14.2 o PulseAudio é o padrão; os mesmos pacotes passaram a serem compilados na 14.2 com FLAGS que deixam o pacote pronto para operar em com o PulseAudio, tornando-o uma dependência.
o que quero enfatizar com estes exemplos é que um gerenciador de pacotes com resolução de dependência, embora traga uma série de vantagens, traz também uma série de desvantagens: um gerenciador de pacotes com resolução de dependências, em geral, nos retira o poder de controle sobre uma parte do que é realmente dependência e do que não é dependência.
um sistema mínimo sem gerenciador de pacotes com resolução de dependência é, praticamente, inviável. mas um sistema mínimo não é bem a proposta do Slackware.
talvez por isso manter um sistema sem as complexidades de um gerenciador de pacotes com resolução de dependências seja mais vantajoso, ao menos no caso específico do Slackware, do que ter a complexidade, e a sua consequente perda de parte do controle, de um sistema com resolução de dependências.
por fim, mesmo podendo soar esquisito para muitos..., particularmente, utilizo o Slackware, entre outros motivos, porque não tenho muito tempo disponível para gastar com a administração do sistema!!