Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 22/02/2013 - 13:05h
EDIT: mas discordo veementemente do amigo sobre o Heavy Metal ser "a mais anárquica expressão musical". Fui do movimento Punk de Jundiaí (o mais forte da época). Você encontra a visão realmente anarquista é em Toy Dolls, Dead Kennedys, Sex Pistols, Exploited, etc,etc... não em Led Zeppelin, Black Sabbath e cia. ;)
Concordo com seu pensamento.
Mas o Chorinho, gênero musical popular que era pautado pelo virtuosismo e pela erudição musical, é considerado por mim como sendo a maior expressão jazzística brasileira, sem nada ter com o "jazz" norteamericano.
Na verdade, "jazz", "rock", "soul" e "funk" são mais apropriadamente
sentimentos que apenas ritmos musicais.
Talvez tenhamos que colocar
boa parte do assim-chamado "funk brasileiro" fora dessa classificação, pois a meu ver funk brasileiro
de qualidade existe, e até em boa quantidade, mas é coisa muito menos divulgada que essas "marchinhas de carnaval" misturadas com "ponto-de-macumba"...
E também, em contraposição às músicas européias da época, como as polkas, as valsas e as mazurkas, o Chorinho era uma expressão anárquica - embora tudo fosse "muito certinho", "muito engomadinho".
Só não era "previsível" nem "vulgar", mas
arte mesmo, que contestava a "fórmula de bolo" da música de então.
E a anarquia naquela época tinha de ser muito sutil (ou annarchia subtil, para melhormente definíl-a)... rsrs
É isso.
Quanto ao "punk" (sujo), esse é um dos movimentos mais controversos de que já tivemos notícia, pois muita gente que se intitula ou se intitulava "punk" simplesmente não tomava banho. Isso no hemisfério norte tem seus efeitos práticos minimizados, mas aqui no hemisfério sul, onde faz calor...
Contrariando essa onda, os Novos Bahianos tinham aspecto desleixado, cabelos encaracolados e barbas grandes, mas cheiravam a xampu.
Do punk surgiram os "personagens-calopsitra" e até mesmo os "emos" aproveitaram a onda para se dizer "punks".
Em alguns lugares, essa "mistura" pode dar conflitos altamente violentos.
Feitas essas considerações, espero que você entenda o que quero dizer com "anarquia", quando aliada ao "heavy metal".
Não é a "anarquia-bagunça", mas a anarquia que "foge às regras do estabelecido", que "não segue o governo vigente".
Por
esse ponto de vista, histórico, (mas jamais pelo ponto de vista dogmático-religioso), o próprio Jesus Cristo era um "anarquista".
Os "compartimentos" ou subdivisões, ou "rótulos" do rock, clássico, heavy, pauleira, acid, progressivo, erudito, etc. acabam se interpenetrando de alguma forma, e no final das contas o fonograma (produto final) é quem determina o nome que vai ter. Podemos ter heavy rock ao mesmo tempo acid e progressivo, por exemplo.
Se a peça for executada por uma banda cuja tendência seja progressiva, o fonograma será taxado de "progressivo" também.
E uma vez satisfeitas todas as vontades do público, a tal anarquia fica tão encoberta que dificilmente será notada.
Os Beatles já gravaram Heavy metal ("Revolution").
Provavelmente as pessoas não se lembram por que a peça estava embutida em um LP "normal" ou porque o modo de gravar (vozes em um canal, instrumentos no outro) descaracterizou bastante o estilo.
Mas em apresentações ao vivo era "metal" mesmo.