Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 10/04/2011 - 15:06h
Não concordo com essa idéia, simplista demais e até inconsequente (desculpe, não pretendo ser ofensivo, mas é o que eu penso).
Na prática, o povo brasileiro não "tem o direito" de votar, mas está "sendo constrangido" a votar.
Lembremo-nos que aquele que não vota está sujeito a multa e algumas penalidades de natureza impeditiva a outros direitos constitucionais.
E se acontecer alguma emergência médica, por exemplo, ele terá de justificar-se oficialmente.
Votar nessas condições portanto não é um "direito", mas sim uma grande chateação.
Principalmente quando são diplomados políticos indesejáveis e EM QUEM NINGUÉM VOTOU, por força de "pequenos ajustes" na lei eleitoral.
E para qualificar-se como eleitor - ou seja, para exercer o tal "direito" - ele tem de alistar-se previamente em um Cartório Eleitoral e ficará à mercê da determinação de tal Cartório quanto ao LOCAL onde deverá votar (muito embora haja facilidade para votar próximo a sua residência, mas não próximo ao local de trabalho).
Por aqui se imita preferencialmente dos norteamericanos tudo o que NÃO PRESTA.
Mas os sobrinhos do Tio Sam votam SE quiserem, ONDE quiserem (até no Havaí), apenas apresentando sua carta de habilitação (também conhecida como carteira de motorista).
O voto, para ser um direito, não pode ser obrigatório.
E tem outro aspecto: QUEM - e com que grau de isenção - irá avaliar se o cidadão, depois de feito o tal curso, estará apto para votar conscientemente?
Será que ele não seria induzido a votar no partido X ou no partido Y?
Claro que sim.
É por isso que tenho também uma opinião diametralmente contrária ao tal de "ensino religioso" nas escolas.
Doutrinas religiosas devem ser ensinadas em casa e nas igrejas, NÃO nas escolas.
Qualquer neutralidade nesse assunto penderá para um falso ecumenismo, que também considero nocivo para a manutenção da prática de credos religiosos diferentes, visto que essa forma de ecumenismo sempre conduz à permissividade excessiva, o que gera inevitáveis conflitos interdoutrinários.
Todavia as escolas deveriam ensinar os primeiros rudimentos de politica, ou seja, suprir esse conhecimento mínimo - porém imprescindível - das atribuições de vereadores, deputados, senadores, prefeitos, governadores, ministros, presidente, suplentes, etc.
Já ouvi gente dizer que "depois que o Lula foi presidente, as ruas de seu bairro vivem esburacadas".
Tem muita gente que não sabe quais as funções do síndico de seu prédio, e menos ainda de um Conselho Fiscal.
Isso portanto é problema de EDUCAÇÃO BÁSICA, e não de cursos de extensão.
E quando eu era ainda um escolar lá em BH, o antigo e infelizmente extinto Departamento de Trânsito mantinha campanhas permanentes junto às escolas, ensinando já às crianças como se comportar na rua e como evitar acidentes com veículos. O saudoso inspetor Pimentel visitava PESSOALMENTE cada escola, cada colégio, e era pessoa muito querida da garotada e dos adolescentes.
Pelo menos aqui no Rio de Janeiro boa parte da população hoje em dia não sabe quando um sinal ("farol" ou "semáforo") está "aberto" ou "fechado"...
Acho que também não seria necessário um "curso" para isso, porém o conhecimento empírico é indispensável.