Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 20/09/2010 - 23:58h
Eu estou no VOL desde 2006, porém iniciei no linux em 2007.
Minhas limitações de hardware me fizeram buscar uma distro minimalista, do tipo que não é nada fácil de instalar, pois é tudo "no muque" mesmo.
Conheci em Belo Horizonte um barbeiro do tipo "maluco beleza" - o Conde Belamorte - excelente profissional cuja filosofia de vida estava sempre associada à morte.
Para que se tenha uma idéia, segundo reportagens da época, ele dormia em uma urna funerária.
Em seu salão, o cabo da navalha ostentava uma caveira encrustada, e sobre o filtro de água (de porcelana preta) havia um crânio. (?????!!!!!.....)
Mas o que interessa no Conde Belamorte é que ele usava a máxima "ad summa per ardua" que traduzida livremente do Latim para o nosso Português-BR seria algo como "Aos grandes resultados através de um grande esforço".
Baseado nessa máxima, foi que resolvi customizar o Basic Linux para meu uso pessoal.
Eu realmente aprendi a montar e desmontar drives de disquetes, CD, etc. através do terminal, mas não vejo razão para ficar digitando as mesmas linhas de código para fazer sempre as mesmas coisas.
Então "pedi alguns neurônios emprestados" e elaborei aliases que fazem isso automaticamente. Isso evita algumas antices eventuais. E com apenas UM esforço.
Hoje em dia as pessoas à minha volta não falam - nem entendem - Inglês. Então uma das primeiras coisas que tive de fazer, pelo menos para mostrar convenientemente o sistema, foi passar tudo o que era possível para o nosso idioma.
As pessoas gostam de facilidades, não de dificuldades.
Diz o velho ditado que se pegam moscas com mel, e não com vinagre.
Então tudo que desejamos vender ou evangelizar (divulgar) tem de ser necessariamente atraente.
Eu jamais conseguiria atrair a atenção de alguém aqui no Brasil com um Basic Linux limitado ao modo texto ou com aquele jeitão do JWM (Joe"s Window Manager) azul escuro e totalmente "pelado", num idioma que as pessoas não entendem.
Então consegui algumas imagens pequenas que pudessem servir de papel de parede.
No site BL3 Brasil podem ser vistas screenshots mostrando um céu com grossas nuvens, ou uma Porsche Carrera, ou ainda umas folhas de Aloe Vera (babosa).
("Abrindo uns parentes", "aloe" significa "amargo" e "vera" significa "verdadeiro"; Donde podemos concluir que "aloe vera" poderia ser traduzido como "amargo prá dedéu").
Tem uma parte na Bíblia que nos ensina que quando alguém quiser nos forçar a andar tantos quilômetros, que estejamos intimamente preparados para andar o dobro daquilo (claro, com outras palavras).
O importante é que a coisa funciona!
Se você está pensando em encontrar dificuldades, imagine que essas tais dificuldades serão em dobro, todavia não desanime e vá em frente.
Tudo na vida fica bem mais fácil desta forma.
Hoje em dia, quem espera encontrar um Linux de tela preta e totalmente voltado para hackers, geeks, experts, connoisseurs e outros que tais, terá a bela surpresa de encontrar excelentes interfaces gráficas acessíveis a todos.
A falta de conhecimento ou de contato com o Linux faz com que as pessoas tenham uma idéia errada e totalmente divorciada da realidade.
Eu mesmo já postei aqui - baseado no que vi no início dos anos 90 - que o visual do linux "deixava a desejar".
Hoje a realidade é bem diferente, e o Linux consegue fazer também nos gráficos com muita leveza aquilo que o Windows ainda não consegue fazer direito, ou que consome muitos recursos para finalmente conseguir fazer.
E que ninguém tenha dúvidas: Se hoje em dia tudo é fácil, é porque teve sempre alguém anonimamente gastando seus neurônios no sentido de vencer as dificuldades existentes e nos propiciar o conforto que temos hoje.
Esse é o espírito do open source.