Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 30/11/2012 - 10:53h
"No tempo em que os bichos falavam", lá em "mil novecentos e D.O.S,", era natural os micros da IBM darem boot e entrarem automaticamente nos programas em que estavam antes de serem desligados. Havia uma característica que permitia desligar a máquina em segurança sem ter de fechar o aplicativo.
Isso era bastante útil e agradável mas, não se sabe o porquê, passou a ser negligenciado de um certo tempo para cá.
Gente, "7 segundos" é algo
muito rápido, em se tratando de um sistema operacional (núcleo + GUI + um monte de firulas) que tem de ser carregado primeiramente a partir do firmware e por último pelo HD, depende diretamente da velocidade do processamento e da quantidade de memória RAM e de VRAM disponíveis.
Eu até acredito nesses 7 segundos anunciados, porém
não com o hardware de que disponho no momento, que leva quase isso apenas para a BIOS dar o ar de sua graça.
Em computadores "a vapor" o tempo de boot não é medido por "ampulheta", mas por "calendário", ou seja, não tem um "tempo de acesso" mas um "prazo de entrega".
Isso não tem sistema operacional que dê jeito.
Portanto para dar boot e começar a realmente
funcionar em questão de segundos, o S.O. tem de ser otimizado, porém temos de ter um hardware digno de acompanhar tal otimização: Rápido, poderoso, e com bastante espaço para armazenamento.
E no caso do Windows, devido a suas conhecidas características, esse boot rápido funcionará melhor em uma instalação
nova.
Pegue-se uma máquina com alguns meses de uso e esse "boot de 7 segundos" terá passado para 8, 9, etc.
De qualquer forma, a notícia é muito boa.
Convenhamos porém que
demonstrar as coisas é uma arte.
Existem motocicletas cujo consumo é declarado por seus respectivos fabricantes como sendo de mais de 40 quilômetros por litro.
Mas como isso é medido?
Com um piloto raquítico em última marcha, deitado no banco a 40km/h, no plano, ao nível do mar e na direção do vento.
Nenhum fabricante de motocicletas jamais fez esse tipo de testes com o Jô Soares ou o Tim Maia como pilotos, subindo a serra e contra o vento...
Da mesma forma, equipamentos de som são geralmente anunciados em Watts PMPO e não em Watts RMS.
Quando começou esse
caô de PMPO, ele equivalia a 3,5 vezes a potência RMS.
Então um amplificador de 100W RMS era anunciado como "350W PMPO".
Hoje o mesmo amplificador pode ser anunciado como "1000W PMPO", "3500W PMPO" ou até mesmo "6000W PMPO" pois não existe critério para tal medição, e cada um mede segundo seus próprios critérios, seus próprios interesses...
E sobretudo não há como desmentir.
Câmeras digitais são anunciadas em "megapixels", fazendo supor que "quanto mais megapixels", melhor é a câmera (embora "enfiar" muitos megapixels em um sensor de pouco mais de 0,5cm faça a câmera piorar, e não melhorar)...
Tenho dois velhíssimos Compaq Contura 430 que
aparentemente dão boot em 5 a 6 segundos. Que ótimo, não?
Mas o que acontece é que eles têm um programa de BIOS bastante reduzido e apresentam rapidamente uma tela em screen2 "com o jeitão" do Windows.
A verdade é que aquilo ainda não é o Windows, e no momento em que a tal tela aparece, não está ainda nem chegando perto (é só para alegrar o usuário)...
O boot mesmo se completa em cerca de 1 minuto, sendo que um dos dois "irmãos" demora um pouquinho mais que o outro.
Portanto, não fiquemos tristes se nossa máquina demora alguns segundos a mais.
Até o presente momento não se pode dizer que o Windows 8 seja absolutamente "melhor" ou "mais rápido" que seu antecessor.
Nos benchmarks já realizados ele tem apresentado muitos altos e baixos em relação ao Seven.
Porém nem sempre um benchmark substitui a prática diária, medida pelo próprio usuário.
Boa sorte a todos!
PS:
Acabei de ver um video no YouTube onde um Thinkpad carrega o Windows 8 em cerca de 20 segundos.
Primeiro mostra a tela do Thinkpad, depois algo intermediário, e finalmente o sistema, pronto para uso.
20 segundos ainda é um bom tempo, bem mais realista para nós, pobres mortais.