O usuário de computador está exposto a uma série de ameaças à integridade de seu patrimônio. Seja pelos perigos apresentados pelas intempéries, seja por defeito de transmissão da linha de energia, seja por interferência eletromagnética, enfim, estando cercado de todos os lados, ele quer se proteger de eventuais prejuízos. Isso o leva a recorrer às proteções oferecidas no mercado especializado.
Falsas ou verdadeiras?
Estabilizadores
Existem praticamente dois tipos de estabilizadores de tensão:
- Os eletromecânicos (aqueles que fazem "clack-clack" periodicamente);
- E os eletrônicos (os que passam o tempo todo sem fazer barulho algum).
O primeiro tipo custa menos dinheiro, mas não protege realmente nada, sendo ele mesmo fonte de inúmeros acidentes que podem levar a incêndios de diversas proporções.
O segundo tipo é mais elaborado, e trabalhando dentro de sua faixa de atuação, é ótimo para proteger refrigeradores e outros eletrodomésticos.
Um estabilizador não "protege" um computador como deveria. A fonte do próprio computador aguenta muito mais o tranco do que qualquer estabilizador.
Vocês já repararam que quando falha a energia elétrica porque a fase está a menos de 90 volts todas as lâmpadas fluorescentes ou eletrônicas se apagam, as incandescentes ficam amareladas, mas o receptor de TV continua funcionando? É porque seu circuito-fonte foi elaborado para isso. Colocar um estabilizador no meio do percurso apenas piora as coisas.
No-breaks
Aqui reside uma grande confusão: um no-break de verdade (o termo significa "sem interrupção") serve para proteger equipamentos importantes contra lapsos de energia que podem teoricamente durar horas a fio. Em razão disso um no-break é geralmente um equipamento de porte bem avantajado, que usa baterias pesadas e em grande quantidade. Requer sua instalação em lugar bem ventilado e tem um grande inconveniente de emitir gases poluentes e corrosivos no ambiente em que se encontra.
Short-breaks
O termo aqui significa "breve interrupção", de cerca de 5ms (tempo que o circuito leva para ser acionado em caso de falha no fornecimento de energia).
É geralmente esse equipamento que adquirimos nas lojas COMO SENDO no-breaks. São providos de baterias seladas, bem menores e manos poluentes, embora bem menos poderosas.
Esses short-breaks se destinam a desktops e em geral suportam por tempo apenas suficiente para salvarmos nosso trabalho e providenciarmos o shutdown. Alguns entretanto, de maior porte, podem suportar por 20 minutos ou mais. Já usei um short-break fabricado aqui mesmo no Rio de Janeiro com uma bateria automotiva, e que suportou uma rotina de impressão de duplicatas por pelo menos 40 minutos.
No entanto, ao ser novamente ligado, constatamos que um transistor de alta potência estava queimado. É que sem o ar condicionado a temperatura foi suficiente para que, faltando-lhe a refrigeração necessária, houvesse esse tipo de dano. Portanto, temos de estar atentos à lei de Murphy.
Filtros de linha elétrica
Existem certas interferências sofridas/causadas por computadores e que são recebidas/transmitidas através da rede elétrica, especialmente os faiscamentos, os pequenos picos e lapsos.
Para diminuir os efeitos dessas interferências, existem circuitos que associam indutâncias (bobinas) e capacitâncias (capacitores ou "condensadores") de forma a melhorar a qualidade da energia elétrica nesses momentos.
Entretanto a grande maioria dos dispositivos que encontramos no comércio sob o título de "filtros de linha" não passam de meras extensões providas de tomadas, com um interruptor e um elemento fusível.
Filtros de linha telefônica
Também a linha telefônica sofre esse mesmo tipo de interferência, e portanto existem filtros de linha que funcionam sob o mesmo princípio, porém estudados de forma a deixar passar livremente o sinal telefônico enquanto as interferências são atenuadas ao máximo.
Quando colocamos esses filtros erradamente antes de um sinal DSL, pelo fato dessa banda ser mais larga que o sinal telefônico convencional, nossa banda larga simplesmente não funciona. Os filtros são para serem instalados nos telefones comuns, e não na linha telefônica em si.
Um detalhe importante é que deixamos propositadamente de citar "resistência ôhmica" junto a indutância e capacitância, porquanto há projetos diferenciados, sendo um melhor em uma certa aplicação, outro melhor em outra. Os melhores circuitos todavia utilizam varistores, para situações muito críticas ou específicas, já que o custo desse componente - embora não seja alto - pode comprometer a competitividade do produto comercial.
Hábitos do usuário
Um usuário com maus hábitos pode vir a ser o principal predador de seu próprio equipamento. O usuário desleixado é aquele que deixa tudo como está para ver como é que fica. Os arredores de seu computador parecem uma filial do Instituto Butantã, com fios parecendo um serpentário, e com muitas aranhas ao vivo. Faz seus lanchinhos periódicos literalmente em cima do teclado.
Extensões, "benjamins", tomadas "T", gambiarras de toda espécie são coisas muito comuns por ali. A CPU fica normalmente no chão - onde mais?...
Por outro lado, o usuário super-atencioso e protetor é aquele que opera o computador com a CPU protegida por plástico, fazendo com que a temperatura do gabinete suba a temperaturas muito altas, onde as ventoinhas ficam se abanando por causa do calor. Às vezes tem até um vasinho de flores em cima da CPU...
O usuário super-atencioso tapa todos os furinhos do gabinete do monitor "para não entrar insetos".