Irmãos e irmãs,
Não sejais influídos, nem enganados! Que a luz de nosso Senhor (Linus Torvalds) brilhe sobre vós, para que não sejais ludibriados pelas maquinações de nosso adversário comum!
Brincadeiras à parte colegas, vamos ao que interessa!
Estive pesquisando mais a fundo a definição e o objetivo da distribuição
Ubuntu, e percebi que eles tem como principal meta, atingir os Desktops pela facilidade de uso e simplicidade do ambiente.
De fato, o sistema é muito intuitivo e simples de utilizar, mas, ele serve para todos os níveis de usuários?
A resposta para essa pergunta é fácil é NÃO! Isso porque usuários mais experientes, se sentem presos ou mesmo limitados ao ambiente. Não tem muita simplicidade na modelagem do Desktop e poucos recursos de customização dos painéis e Dock.
O
Unity não é nem de longe um
GNOME ou
KDE, mas tem norteado os novos ambientes de Desktop, como o
Cinnamon, MATE e
Cerbere. Eu diria que todos, inclusive o Unity, são como carro conceito, servem com referência, mas "ainda" não são para uso em produção.
Ambiente de trabalho no
GNU/Linux é sinônimo de multiatividades, eu sou do tipo que usa as 4 áreas de trabalho simultaneamente usando atalhos do teclado, e por oportunidade do sistema, sou multitarefa também pela mesma razão.
Já quanto as facilidades, é correto afirmar que o Ubuntu e Unity são simplórios no que se diz sobre facilidade. É um ambiente rápido, leve e muito simples de utilizar, mas não tanto de se adaptar.
As aplicações tiveram seus menus incorporados ao painel do Unity como no MacOS X, é como se estivessem tentando obter o melhor de dois mundos, mas perderam a mão em algum ponto.
Não estou aqui para criticar a iniciativa da Canonical, que diga-se de passagem (como diz o Neto), é um baita projeto! Mas falta uma identidade visual, falta um conceito definitivo e uma estrutura realmente universal.
Organização e disposição
Visualmente, o sistema é bastante agradável, tem um tema de ícones invejável, uma combinação de cores favorável e tons relaxantes. Mas sempre parece que falta alguma coisa.
O padrão de menus de programas adotado não ajuda muito, talvez por essa razão tem surgido alguns forks do Ubuntu, como o
Linux Mint e o
elementary OS, que devo admitir, são mais compatíveis com níveis diversificados de usuário que o próprio Ubuntu com Unity.
Quanto à organização, não há muito o que dizer, o padrão de aglomeração de janelas no Dock parece que tem se tornado uma moda irresistível, algo como calça jeans. Mas é um pouco incômodo alternar entre janelas de um mesmo programa em casos assim.
Um exemplo disso é o
GIMP, Cinelerra e Jogos no
PlayOnLinux. Já quanto à disposição do sistema, podemos definir de duas formas, na camada visual e no console. A camada visual como já disse, traz um ambiente que é de fato, muito simples de utilizar, mas em contrapartida, a customização fica relativamente comprometida.
Já a nível de console, o problema é um pouco mais complexo, para ser mais específico, estou me referindo a estrutura de diretórios e scripts do sistema. Há quem diga que o Ubuntu é tudo, menos GNU/Linux!
Eu não chegaria a tanto, mas o sistema realmente foge bastante da estrutura habitual de um sistema GNU/Linux, como conhecemos. Me refiro às convenções chamadas FHS e LSB, que definem a estrutura de um sistema GNU/Linux.
Um exemplo prático é o
Unix, que por divergência de estrutura de diretórios, scripts e padrões, não pode ser considerado como GNU/Linux, apesar da semelhança e ser até a própria origem do Linux. O diretório SFW do Unix que o diga, quem conhece o Unix, sabe do que estou falando. ;)
Para os fervorosos usuários de Linux, apenas: MINIX é um Unix acadêmico, então, não venham discutir que Linux não veio do Unix, OK? :P
Pode parecer que estou sendo um pouco xiita, mas estou apenas expondo meu ponto de vista e opinião de quem usa, vive e trabalha com GNU/Linux desde o
Conectiva Guarany 3.0 em 1996.
Arrogância à parte (rsrs), eu sou um torcedor fervoroso de qualquer distribuição GNU/Linux, em especial o Ubuntu, pela gratuidade e maturidade do projeto. Mas pessoalmente, o Unity tem um potencial extraordinário, mas no momento mais se parece com um tiro no pé, do que com uma inovação real.
O Ubuntu, é um sistema muito leve e promete ser uma grande ferramenta no futuro, mas nesse momento, assemelha-se mais a um projeto em andamento. O futuro é incerto, mas uma coisa dá para afirmar, se o Ubuntu não se tornar a distribuição padrão, ou principal, de usuários GNU/Linux no futuro, certamente algum fork dele será, pois neste exato momento, estou utilizando o elementary OS, que é apenas um RC, mas é muito flexível e ágil. Também já passei pelo Linux Mint, e para ser categórico, me senti muito mais à vontade com essas duas vertentes do Ubuntu, do que com o próprio Ubuntu (culpa do Unity). :P
Se você me perguntar porque tenho explanado tantos argumentos contra o Unity, a resposta seria, pelo mesmo motivo que todos os outros usuários reclamam da interface METRO no Windows 8.
É feito para telas sensíveis ao toque, e para situações em que o mouse é simplesmente dispensável. Não dá para padronizar tudo dessa forma, se fosse um opcional, seria muito melhor, esse é o fato, e sobre fato não há argumento.
Conclusão
O Ubuntu é o projeto gratuito de maior sucesso na comunidade GNU/Linux, apesar de não ser totalmente gratuito na realidade. Mas a interface Unity não parece ser compatível com o sucesso alcançado pelo sistema em si.
Talvez essa seja a razão de surgir novas distribuições baseadas no Ubuntu com uma adoção tão vertical quanto ao dele próprio.
Eu me lembro de ter visto uma história assim antes, há pelo menos uns 15 anos atrás.
Só os anciões linuxers vão lembrar, mas o
Debian já passou por essa situação, atualmente é uma distribuição de uso acadêmico especificamente, não tem sido utilizada em produção ou uso comercial, e no final das contas, deu origem às muitas das distribuições de hoje, inclusive o Ubuntu.
Estamos vendo a história se repetir, mas esperamos que o Ubuntu recupere o prestígio que obteve até antes do Unity, com ou sem ele. Não para eu poder dizer que estava certo. Mas para que exista de fato uma distribuição que finalmente faça frente ao MacOS X e Windows sem nenhum prejuízo, seja de compatibilidade, de aplicações, qualidade e até mesmo visual.
Só quero concluir dizendo que nenhum sistema será 100% perfeito, ou que será unanimidade, mas dentro dos perfis já conhecidos, não faz sentido inventar algo novo se não vai fazer uma diferença realmente relevante.
Proponho uma resistência ao Unity e a volta do GNOME antigo, para que o Ubuntu se torne tão eficaz quanto o Linux Mint e o elementary OS.
#EnoughofUnity
#Back2Gnome