Uma das maiores dificuldades que vejo para quem não trabalha com
Linux e está tentando entrar neste universo (seja usuário final ou sysadmin) é a definição da melhor distro. A bem da verdade, mesmo quem já tem alguns anos de praia no assunto às vezes cai no terreno da dúvida. E será que isso não prejudica um pouco a divulgação do Linux? Com certeza que sim! E por isso, respondo sempre às perguntas frequentes que recebo sobre o assunto com uma resposta que não satisfaz muito ao ouvinte impaciente: "Depende." E abaixo listo o que, na minha opinião, deveria ser avaliado na hora de escolher.
1. Qual o perfil do usuário que irá utilizar o equipamento? Existem distribuições (como o Ubuntu e suas variantes, o Mint (ou Ubuntu), o openSUSE, o Fedora, entre outros, que são aprimorados para oferecer melhor usabilidade. Isso quer dizer que os recursos gráficos são melhores, a quantidade de aplicativos instalada é maior, a facilidade para se instalar novos programas é maior. Enfim, ele é todo dedicado a "melhorar a experiência do usuário". Algumas vezes, essa melhor usabilidade requer um hardware mais robusto. Antes que alguém comente, a resposta é: "Não, o Linux não opera milagres". E requer hardware adequado proporcionalmente ao tipo de recursos que se deseja ter.
2. Qual a finalidade que desejo dar ao sistema? Estou planejando montar um servidor? Existem distros que são aprimoradas para uso em servidores. É o caso do Slackware, do Red Hat, do CentOS, entre outros. Eles se preocupam em ter um suporte a hardware de servidor melhorado, performance e atualizações de software (principalmente segurança) otimizadas. Além disso, algumas delas oferecem a opção de suporte pago. Isto realmente faz diferença no ambiente corporativo.
3. Qual hardware eu tenho disponível? Conforme eu falei acima, o Linux não opera milagres. Ou seja, eu não posso esperar performance de um servidor com um HD IDE e uma placa de rede 10Mbps!
4. A distribuição escolhida está em desenvolvimento ativo? Principalmente para servidores de rede e outros equipamentos de missão crítica é fundamental optar por uma distro que esteja sendo mantida pela comunidade. É quase um suicídio instalar qualquer software hoje em dia que não tenha mais atualizações de segurança ou correção de bugs.
5. Os fóruns da distro escolhida são ativos? É muito bom dar uma olhada no tipo de problemas, perguntas e respostas sobre uma determinada distro nos sites de suporte. Isso pode mudar nossa decisão na hora de escolher.
6. Teste o máximo que puder antes de colocar em produção. No caso de servidores, vale instalar em um ambiente virtualizado para esgotar todos as possibilidades.
7. O hardware que irei utilizar é suportado pela distro escolhida? É notório que atualmente o suporte à hardware do Linux está muito melhorado. Mas ainda existem dispositivos como modems 3G e impressoras, por exemplo, que requerem drivers ou procedimentos específicos para funcionar adequadamente. A responsabilidade de disponibilizar isto é do fabricante. Então antes de instalar uma distro, verifique se o fabricante do seu hardware oferece suporte para Linux.
Para quem quiser conhecer um pouco mais sobre as distribuições Linux, recomendo visitar o site:
Por hoje é isso. Até mais.
Marta