Migração de Software Proprietário para Software Livre em Instituição Pública

Nesse artigo descrevo brevemente como ocorreu a migração na instituição onde trabalho, com o objetivo de ajudar companheiros que futuramente tenham que realizar algo semelhante. Deixo meu relato e espero poder ajudar alguém.

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Por: Evandro Renato Molski em 18/09/2009


Migração



Primeiramente: Por que migrar? Existem dois principais motivos para se efetuar uma migração.

O primeiro deles é a segurança, o Linux trabalha com o sistema de usuários e permissões de arquivos, essas permissões de arquivos se dividem em três níveis: dono do arquivo, outros usuários (que pertencem ao mesmo grupo que o dono do arquivo) e todos os demais usuários.

Quando um arquivo é criado, ele pode receber permissão de leitura e escrita para o usuário que o criou, permissão de somente leitura para os usuários do seu grupo e nenhum tipo de acesso para outros usuários, dependendo da configuração do sistema, ou seja, um usuário só vai conseguir acessar um arquivo ao qual ele tenha permissão para acessar. E por padrão, quando se baixa um arquivo no Linux ele não é executável, você tem que dar permissão para ele ser executado também.

Isso quer dizer que se você baixar um vírus, para que ele seja executado você tem que deliberadamente dar permissão para ele ser executado, e mesmo assim ele vai só danificar os arquivos do usuário que o executou, os arquivos dos demais usuários e arquivos do sistema não terão sequer notícia do vírus.

O único que tem acesso a todos os arquivos e diretórios é o usuário root, que é o administrador do sistema, e por isso é aconselhável iniciar uma sessão como usuário root só em casos de extrema necessidade, pois qualquer arquivo que entre na máquina enquanto estiver conectado como root vai ter permissões totais para execução em todos os níveis.

O segundo motivo é pela economia gerada, o termo Software Livre não quer dizer que o software seja gratuito, se bem que a maioria dos softwares de licença livre são gratuitos. Mas no caso de ser cobrado por uma distribuição, você não precisa adquirir uma para cada equipamento onde queira instalá-la, você pode fazer quantas cópias quiser e repassar para quem você quiser, pode até revender, a licença livre nos dá esse direito.

A palavra livre que consta no nome da licença se deve a liberdade de usar o software da maneira que quiser e não faz menção nenhuma quanto a poder ou não poder cobrar pela distribuição do mesmo. Mas como foi dito anteriormente, a maioria dos softwares de licença livre são conseguidos gratuitamente, através da internet principalmente, algumas empresas até enviam gratuitamente no endereço da pessoa, ou no máximo cobrando o valor do CD e da postagem.

Em 2008 os Softwares Livres geraram ao Governo Federal uma economia de aproximadamente 30 milhões de reais com licenças. A economia gerada não é perceptível só em instituições e empresas de grande porte, as de pequeno e médio porte, que não dispõem de muitos recursos para acompanhar a evolução tecnológica, em uma eventual migração de plataformas proprietárias para livres, dá um fôlego extra, porque ao invés de gastar dinheiro com sistemas de informação, podem reinvesti-lo em suas atividades fim, ou seja, naquilo que elas realmente podem ter lucratividade.

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Páginas do artigo
   1. Resumo / Introdução
   2. Migração
   3. Delimitação / Metodologia
   4. Desenvolvimento
   5. Conclusão
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Comentários
[1] Comentário enviado por maganhati em 18/09/2009 - 10:03h

Cara,

Muito bom este artigo!

Trabalho em uma prefeitura, e surgiu a idéia de migrar a plataforma para Linux, mas não sabia por onde começar.
Numa tentativa anterior, o outro técnico não teve sucesso, e acabou ficando como está. Mas estou animado pra tocar este projeto para frente!

Seu artigo é de grande utilização para todos da comunidade. Sempre que se fala em migrar para Linux os usuários já ficam com um pé atrás, fazem careta e tal... rsrsrs


Valeu Abraço!

[2] Comentário enviado por fisicorj em 18/09/2009 - 11:20h

Uma migração bem planejada não causa sustos.
O capital Humano deve ser levado em consideração, pois é o principal. O que eu faço antes de uma migração é colocar software livre para rodar no SO proprietário e habituar meu usuário a usar esses programas. Quando parto para mudança do SO muitos problemas de aceitação já estão resolvidos. O treinamento também é muito importante, principalmente da equipe técnica envolvida.

[3] Comentário enviado por pinduvoz em 18/09/2009 - 18:40h

Relato interessante, mas que merece um reparo.

O que o Linus criou foi apenas o kernel, que era o que faltava para completar o sistema operacional livre que vinha sendo desenvolvido pelo Projeto GNU, da Free Software Foundation (FSF/Richard Stallman).

Quando surgiu o Kernel Linux, o Projeto GNU, da FSF, estava, e ainda está, desenvolvendo seu próprio kernel, o Hurd.

Como não se podia usar o restante do Sistema GNU sem um kernel, assim como também não se podia usar apenas o kernel criado pelo Linus, o casamento entre os dois gerou o GNU/Linux.

Em suma, sem o GNU, o Linux era inútil. E sem o Linux, o GNU também era.

[4] Comentário enviado por evandromolski em 18/09/2009 - 19:33h

opa, tem razão pinduvoz, obrigado pela correção

[5] Comentário enviado por brunogarcia69 em 19/09/2009 - 10:06h

Usuário sempre reclama e raramente sabe alguma coisa.
Agora funcionário tem que usar e usa o que tem e não poderia e não podem reclamar!
Um exemplo notório disto são os bancos que tem os soft mais anti usuário possível e todos os milhares de funcionários bancários usam sem reclamar nada!
Digo isto pois sempre é uma queixa de que apesar de ser a mais pura mentira divulgada pela M$, sempre ouço que linux é difícil e ruim, não faz tudo que o concorrente faz, não é bonitinho e engraçadinho e nem tem, imagina você, vírus !!! Como viver sem vírus??? Que absurdo!!!
Tanta gente que não sabe usar nada de nada, nem no windows, muito menos configurar uma simples impressora que vem encher meus ouvidos dizendo que Linux é ruim e nem sabe por que!!! Ouviu isto de outro ainda mais ignorante que só sabe jogar e acha que computador e video game!
Desculpe o desabafo, mas estas pessoas choronas que só usam um navegador, msn com figurinhas ridículas, um editor de texto ( e só sabem usar no máximo 10% dos recursos) e quando muito uma planilha como se fosse um banco de dados ( que logo se perdem e não acham mais nada) vem me disser que Linux não presta que é difícil!!!
Como podem afirmar que não sabem usar o Linux se nem tentaram ou viram um e sequer sabem usar windows ou mesmo a seu celular ou uma simples calculadora ???
Linux difícil? Diga isto para meu filho de 4 anos que usa Linux desde os 2,5 anos!!!

[6] Comentário enviado por Teixeira em 19/09/2009 - 15:52h

Já por duas vezes fiz comentários quanto à feliz e bem sucedida iniciativa de uma prefeitura dos arredores do Rio de Janeiro em implantar o Linux, e em ambas as vezes fui corrigido pelos colegas, no sentido de que não apenas essa, porém MUITAS E MUITAS outras, tiveram sucesso absoluto na implantação de software livre.

Ora, se VÁRIAS tiveram sucesso e outras não, então deve haver alguma falha em algum lugar, não é mesmo?
Do hardware não é, do software também não.
Sobrou aquela peça que fica colocada entre a cadeira e o teclado, e que emperra qualquer sistema, qualquer planejamento, tudo.
O pior virus que possa existir é a má vontade, a ineficiência, o preconceito.

Estranho a afirmação de que a Caixa esteja migrando para software livre, de vez que nem mesmo o que é proprietário (plataforma Windows) funciona direito.
Deve ser problema de "goto performado" (o equivalente informático da "rebimbela da parafuseta").
Aí a coisa não funciona e o culpado será o Linux?

Tenho observado que nós brasileiros sentimos uma inexplicável necessidade de uma "computação recreativa", mesmo que isso crie sérios embaraços à parte funcional.

-Email: Todos sabemos que é muito mais producente enviar e receber email em texto plano.
No entanto, a maioria dos usuários prefere fazer trafegar pacotes enooooormes em html.

-Scraps do Orkut: Mais uma prova de que por aqui adoramos entulhar a web com lixo de toda espécie. Dessa forma não há broadband que dê jeito...
Não é sufuciente mandar uma simples mensagem (do tipo "oi, eu te amo!"): O negócio é enviar aquelas mensagens prontas, animadas, cheias de detalhes gráficos, e que levam um tempão para carregar.
Estamos usando cada vez menos a nossa capacidade de pensar e até mesmo de nos expressarmos.

HTML na construção de sites: "Ora, html está ultrapassado!". Então o negócio é copiar-e-colar os templates e os scripts que andam por aí pela web afora (seja html, css, etc.) ou fazer no Frontpage e outros que tais (sai horrível, mas não dá trabalho, não é)?

Existem muitos outros exemplos, mas esses já são mais que suficientes.

Infelizmente a preguiça mental, associada à picaretagem e à politicagem, vem assolando este país com uma velocidade assombrosa.

Acho que estamos perdendo o incentivo de exercitar nosso dom de raciocínio, em favor de apertar algum botão virtual ou de copiar coisas já mastigadas, por vezes insípidas, por vezes com o sabor amargo da ignorância e do desleixo.

Resumo da ópera:

Dá para migrar SIM, e deve migrar no sentido de conseguir os reais objetivos funcionais (e não apenas os recreativos).
Cada caso será diferente dos demais, pois as empresas sempre têm personalidades próprias. No entanto, tudo aquilo que é de natureza pública deveria por definição ser econômico, funcional e objetivo - e padronizado.
O "dever migrar" pode ter em seu bojo a opção de continuar tudo em plataforma proprietária, e essa opção deve realmente ser considerada.
No entanto, há de se considerar como prioritária a portabilidade dos arquivos produzidos, e nesse quesito é totalmente contraproducente que uma plataforma proprietária não dê suporte a um formato aberto.

Ainda ontem demos entrada em uma vasta documentação oficial onde foram exigidos todos os documentos em formato .doc , .rtf etc.
E eles simplesmente ignoram o que seja .odf

Então não adianta migrar, se o antigo ranço continua.

[7] Comentário enviado por cagesan em 22/09/2009 - 15:45h

Muito bom o artigo!

Mostra que se houver um interesse e apoio das repartições publicas em implementar soluções livres para sistemas pagos, é possível.

Podendo desta maneira fugir dos softwares proprietários, que hoje aumentam cada vez mais as despesas do Poder Publico, com implementações como esta do Evandro, poderemos redirecionar os cifras gastas com softwares proprietários para outras finalidades em prol das instituições publicas.

parabéns pela iniciativa

[8] Comentário enviado por jlmc1 em 17/09/2010 - 19:59h

Sou militar e trabalho na seção de informática do meu Batalhão, e em cumprimento ao plano de migração do Exercito Brasileiro, em 1 (um) ano foi migrada todas as maquinas de Windows para Linux Ubuntu. Esse processo se deu primeiramente com a substituição das ferramentas offices ( msoffice para broffice) e depois a substituição do sistema de Windows XP para primeiramente para a distribuição Kurumin 7 e depois para Ubuntu sendo uma distribuição mais amigável que permite ate a utilização de temas parecidos com o Windows facilitando uma maior aceitação do usuário. Tudo foi planejado para que a migração acorresse de uma forma suave e tranqüila com inicialmente problemas de resistência dos usuários, mas superadas pelas facilidades que a ambiente desktop Linux trás na atualidade nos tornando uma das poucas unidades do Exercito Brasileiro a migra 100% para Linux sendo que a seção de informática já teria migrado a mais de 5 (cinco) anos utilizando a distribuição Debian. Resultado disto:
0 (ZERO) problemas de vírus perda de arquivos formatação de computadores queda se serviços da rede sendo os servidores Linux mais leves e robustos.


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