Instalar e configurar Slackware 10.2 a 12 para um desktop

Descreve-se a otimização do Slackware para uso em desktops. Sendo um excelente sistema, sua fama de difícil entretanto tem afastado muitos usuários menos experientes. Na verdade o termo mais adequado seria "configurável". Ele serve tanto ao usuário mais simplista quanto ao provedor de internet ou emissora de rádio comercial.

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Por: Elias Zoby em 14/02/2008 | Blog: http://concordancia.webs.com


Configurações finais e extras



Senhas

Para uso doméstico restrito a uma ou duas pessoas responsáveis, as senhas mais atrapalham do que ajudam. A cada vez que seja necessário usar o root digita-se su e ele responde password.

Se já colocou senha, ela e esse pedido podem ser eliminados através do arquivo /etc/shadow. Da primeira linha elimine um grupo de letras e sinais desconexos, senha encriptada:

root:EnCl6vi6y2KjU:9804:0:::::

Para que fique parecida com esta abaixo:

root::9804:0:::::

O mesmo para usuário comum.

Interessante esse /etc/shadow. Se for aberto como usuário comum ele aparece como página em branco.

# bash /etc/rc.d/rc.messagebus restart

Para implementar a mudança.

Configurar KDE

Kuser

Coloque seu usuário nos grupos disk, plugdev, cdrom, floppy, haldaemon, power, video, wheel. Com isso ele pode fazer um bocado de coisas, sem alterar o sistema.

Control center

Elimine tudo que for transparência, animação etc. No que respeita aos ícones, fontes, figuras de fundo, barras etc., quanto maiores mais RAM de vídeo requerem.

A diminuição do uso de recursos é voltada para um micro modesto, se tem um novinho obviamente pode se dar a luxos e belezas maiores.

Appearance & themes
  • Background. O mais simples é cor única. Opções avançadas, diminua a memória reservada ao cache em background (se tiver pouca), mude a cor das letras no desktop etc.
  • Fonts. Configure anti-aliasing para full, vale a pena.
  • Launch feedback. No busy cursor; Startup notification a 2 segundos.
  • Screen saver. Não uso.
  • Splash screen. Nenhum.

Desktop
  • Multiples. Inicialmente deixe dois, depois, se vir que não usa, diminua. Sempre terá o ctrl alt F6 para resolver pepinos.

KDE components
  • Performance. Minimize o uso da memória sempre.
  • Service manager. Desabilite todos.
  • Session manager. Inicie com uma seção vazia para não correr o risco de ficar carregando ad eternum um monte de processos usados tempos atrás.

Peripherals
  • Display. Se não fez no rc.S, coloque os tempos para desligamento do monitor após desuso.
  • Mouse. Aumentar a aceleração para 4 melhora seu desempenho, mas aumenta o consumo da RAM de vídeo, podendo causar instabilidade. É para quem tem sobrando. 3 é um valor bonzinho.
    Regional
    • Keyboard shortcuts. Coloque as teclas de atalho tradicionais para reboot (ctrl alt del) e desligamento do sistema (ctrl alt end), bem como outras que desejar.

    Sound
    • Retire os sons de aviso e notificação. Habilite o sistema de som para ALSA e Full duplex.

    System administration
    • Login manager. Use modo administrador. Background em cor única, sem quadro. Conveniência para auto-login do seu usuário, para o sistema já entrar no KDE direto. Há outras opções.

    Sistema de hotpluging

    Usuários do Slack 12 não precisam preocupar-se com isso. O sistema Udev-Hal funciona bem.

    Para versões anteriores as configurações para USB pelo Udev (kernel 2.6) e Hotplug (kernel 2.4) estão descritas em dois outros artigos (ZOBY 2007).

    O Autofs promete montar e desmontar automaticamente qualquer dispositivo fixo ou removível, inclusive liberando o CD-Rom para ser ejetado a qualquer momento em que não esteja sendo acessado. Entretanto é extremamente instável, chegando a travar o Konqueror ou todo o sistema ao acessar pendrives Mp3, limitando seu uso a CD-Rom e disquete. Vem escrito para Debian e Red Hat (mesmo no CD do Slack!), mas há correções na internet (Dennis Bijwaard in RIBEIRO 2004; autofs-3.1.7-i386-zoby.tgz).

    Lendo os arquivos disponíveis nas pastas /etc/hotplug e /etc/udev dá para desconfiar que esses dois sistemas, *se plenamente configurados*, são capazes de realizar todas as tarefas de montagem e desmontagem de dispositivos removíveis. O problema é que essa configuração não vem pronta. E os que sabem fazê-lo não parecem dispostos a divulgar um passo-a-passo.

    Se compilar o kernel, coloque para carregar módulos automaticamente sob demanda, e os módulos mais usados (usb storage, modem etc.) faça-os built in. Particularmente prefiro colocar o máximo built in, mesmo isso aumentando o tamanho do kernel. Mas essa escolha é meio cega.

    CidoLoco (2007), com Slackware 11, plugou todos os seus dispositivos, comandou lsmod para saber quais os módulos usados e dependências, colocou ordem de carregamento para eles no rc.modules, desabilitou o rc.hotplug e melhorou muito o tempo de boot. Entretanto, assim rc.hotplug não pode ser usado para montar automaticamente dispositivos USB e semi-automaticamente o CD-R.

    SWAPPINESS
    http://kerneltrap.org/node/3000

    Configura a tendência do kernel >= 2.6.6 a usar swap. Para saber o valor do seu:

    $ cat /proc/sys/vm/swappiness

    O default é 60. Um número mais baixo melhoraria o desempenho se tiver muita RAM (1 Gb):

    $ su -c 'sysctl -w vm.swappiness=10'

    A linha seguinte poderia ser acrescentada ao /etc/rc.local:

    sysctl -w vm.swappiness=10

    Ou editar /etc/sysctl.conf (se tiver esse arquivo) acrescentando:

    vm.swappiness = XX

    XX deve ser um número de 0 a 100.

    Valor maior faz aumentar a alocação para swap, valor menor manterá o máximo na RAM. Se tiver muita RAM (1 Gb e mais), valor menor é melhor e vice versa. Quanto mais RAM livre, mais está disponível para aplicativos.

    Mesmo entre desenvolvedores de kernel essa questão suscita polêmica. Havendo quem mantenha o valor 100 em seu desktop com 512 Mb RAM.

    Gustavo PICOLOTO (2004), usando Fedora Core 2, encontrou 80 como o melhor valor em um notebook Toshiba com 196 Mb de RAM, tendo Mozilla, OpenOffice, Gaim e Gnome em execução. Diz que devem ser feitos testes em cada micro, com mudanças de 10 ou 20 por vez.

    Os valores 10 e 30 congelaram meu vídeo após algumas janelas e voltei ao default. Talvez isso tenha ocorrido porque tenho "pouca" RAM (para quem teve um 386 SX muito eficiente com 4 Mb, é chocante dizer que 256 é pouco).

    Para Windows 95/98 há um programinha chamado Maxmem (Analog X) que permite decidir que porcentagem da RAM permanecerá livre. Usei por vários anos e senti grande melhora ao manter mais RAM livre, na época tinha menos de 128 Mb. Provavelmente o que o programa fazia era alocar mais dados para o swap, swappiness maior.

    Compilação

    Recompilar o kernel de acordo a seu hardware não é difícil e notavelmente melhora o desempenho geral do micro. Há diversos tutoriais na Internet, uns bons e outros ruins. O erro que não pode ser cometido é colocar o sistema de arquivos do disco raiz como módulo, ele tem de ser built in. Esse é a mais freqüente causa de kernel panic. Outro erro é simplesmente recompilar com a mesma configuração, nada mudará.

    Se trocar a versão do kernel, será preciso instalar o alsa-driver substituindo a pasta /lib/modules/versão-do-kernel pelo número da sua nova versão, recompilar, reinstalar.

    Nos dois últimos CDs do Slack estão os códigos-fonte de todos os pacotes. Se forem compilados especificamente para seu processador o desempenho deve aumentar muitíssimo. Mas que trabalho! Se as atualizações não fossem tão freqüentes valeria a pena.

    Extras

    O Prelink 1.0 otimiza a ligação entre os binários e bibliotecas, assim diminuindo o tempo de abertura dos programas. Há posts em fóruns relatando melhorias esplendorosas, e outros com piora do desempenho. Em meu sistema a melhora foi compatível com o descrito na documentação do software, cerca de 30%. O que estiver muito além disso deve-se à empolgação do usuário, e as pioras a erros de uso.

    O tgz prelink-20060213-i686-1jto em http://www.linuxpackages.net/pkg_details.php?id=9132 não posiciona o .conf corretamente, deixando-o na pasta de docs junto com vários outros arquivos desnecessários. Copie /usr/doc/prelink.../prelink.conf para /etc.

    Comande:

    # prelink –amR

    E espere, não interrompa-o antes do fim. Para desfazer:

    # prelink –au

    Criei um pacote corrigido: prelink-1.0-i686-1.tgz. Para não iniciar o kdeinit desnecessariamente e melhorar mais a performance acrescente a /etc/profile:

    export KDE_IS_PRELINKED=1

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    Páginas do artigo
       1. Introdução
       2. Instalação
       3. Configurações iniciais
       4. Configurações avançadas
       5. Configurações finais e extras
       6. Conclusões e referências bibliográficas
    Outros artigos deste autor

    Por que e como referenciar artigos nos sites de informática

    Autofs-4.1.4 para Slackware 12: Compilação, instalação, configuração

    Softmodem em Linux com dois kernels

    Softmodem compatível com Smart Link em kernel Linux 2.6.24 ou superior

    Slackware 10.2 com dois kernels na mesma instalação

    Leitura recomendada

    Squid com WCCP

    Configurando o CACIC (parte 1)

    VSFTPD no CentOS 6.2 - Instalação e Configuração

    Servidor de email: Postfix + Courier IMAP + RoundCube e usuários virtuais (Debian e derivados)

    Monitoramento e controle de banda por VirtualHost no Apache

      
    Comentários
    [1] Comentário enviado por fulllinux em 14/02/2008 - 13:28h

    Blá, legal!!!

    Mas ká para nós... praticidade já é uma qualidade do Slackware, se um usuário desktop for lembrar de tudo isso em uma pós instalação ele vai pirar de prima!

    Isso otimiza inicialização e finalização de um sistema, mas não altera a agilidade de um sistema durante o running, pois ele continua com o mesmo desempenho durante a sua utilização!

    Gostei, abraço!

    [2] Comentário enviado por fabulozox em 14/02/2008 - 13:58h

    Gostei do artigo.

    Interessante para quem esta querendo dar uma geral no seu slackware!!!

    [3] Comentário enviado por removido em 14/02/2008 - 17:06h

    O artigo está bom, mas gostaria de fazer pequenos comentários.

    As frases:

    "Não coloque senha para root, isso evitará que o sistema peça para digitá-la cada vez que você quiser fazer algo com o usuário todo poderoso."

    e

    "É o fato de trabalhar e navegar com usuário comum que torna o Linux imune a vírus e mais estável."

    são contraditórias.

    E acho que a instalação pode ser simplicaficada da seguinte maneira: instala o slack full, e depois nos arquivos rc.M e rc.inet2 basta comentar os serviços que não serão utilizados. Se vierem a ser utilizados, basta descomentar a linha referente ao mesmo.

    T+

    [4] Comentário enviado por juliaojunior em 14/02/2008 - 17:57h

    ja foi para os favoritos :)

    [5] Comentário enviado por slackmg em 14/02/2008 - 20:09h

    Sou iniciantes no slack. o seu artigo contribuiu bastante para minha aprendizagem. Obrigado. Valeu amigo.

    [6] Comentário enviado por cilmar_oliveira em 14/02/2008 - 22:09h

    ?comentario= Muito bom cara.....bem tecnico e abrangente.....obrigado por postar....
    valew

    [7] Comentário enviado por zoby em 15/02/2008 - 06:54h

    O renatobach tem alguma razão. Se não há senha p/ root, um programa q tente dar um su terá sucesso. C/o o artigo não era dirigido p/ alta segurança, esqueci esse furo.
    Quanto a instalar o full, depende do espaço. A intenção era obter o melhor desempenho no menor hardware.

    Fullinux: O desempenho é melhorado c/ a instalação de prelink (em Slack 12 não), compilação do kernel, autofs + Udev ou Hotplug e outros detalhes. Não dava p/ explicar tudo pq iria virar um livro.

    Obrigado a todos pelo incentivo.

    [8] Comentário enviado por nicolo em 17/02/2008 - 22:19h

    O cara que quer fazer tudo isso precisa ser bem iniciado em linux, ou vai desistir e mudar de distro. Legal, mas nada simples.

    [9] Comentário enviado por xerxeslins em 18/02/2008 - 10:48h

    Gostei, mas como sou iniciante ainda achei trabalhoso.

    [10] Comentário enviado por marcosmiras em 18/02/2008 - 18:47h

    Legal...
    A listinha foi boa... hehe
    Abraço!

    [11] Comentário enviado por k33p em 03/05/2008 - 07:52h

    Outro ótimo artigo, muito bem comentado!
    Explicou diversos fatores do slack, do boot muito bom para quem precisar de alguma informação.
    Claro que esse trabalho td pode ser agilizado e suplementado!
    Poderia ter embalado já na recompilação do kernel tbm.

    abraços

    [12] Comentário enviado por zoby em 05/08/2008 - 01:08h

    K33p, "embalado na compilação do kernel"!

    Ensinar a compilar é fácil.
    Descompacta em /usr/src/linux, cd /usr/src/linux
    # make mrproper && make menuconfig
    Salva e sai.
    # mv -Rf /lib/modules/(uname -r) /lib/modules/(uname -r)OLD

    # nice -n -20 make bzImage && nice -n -20 make modules && nice -n -20 make modules_install && cp System.map /boot/System.map && cp arch/i386/boot/bzImage /boot/vmlinuz && cp .config /boot/config && make clean

    Compilou. O difícil para um artigo está lá no começo, o make menuconfig. Explicar, após entender:), cada uma das opções do kernel dá um livro.

    [13] Comentário enviado por gpr.ppg.br em 07/07/2010 - 15:40h

    eu não testei.

    sempre quiz instalar slackware no desktop.

    mas nunca encontrei algo parecido com este artigo.

    hoje to usando ubuntu.

    mas uma hora vou fazer uma nova aventura no slackware.


    faça mais artigos passo-a-passo para iniciantes.

    que vai atrair mais usuarios para o mundo do linux :-)


    abraços,

    gpr.





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