Muitos podem estar acostumados, como eu, a se deparar com o arquivo
xorg.conf localizado em /etc/X11/ para a configuração dos dispositivos de entrada e monitor. Entretanto, essa versão do X trabalha um pouquinho diferente (ao menos no Fedora 13).
Inicialmente vamos entender como o Fedora 13 (com o xorg-x11-server-xorg >= 1.7.99.901-1) trata a configuração de dispositivos de entrada. Para isso irei colocar aqui uma tradução, com mais alguns adendos da minha parte, do que podemos encontrar no
wiki do Fedora (fiz algumas inserções no texto original para ficar mais compreensível):
O servidor X suporta os diretórios de configuração /etc/X11/xorg.conf.d/ e /usr/share/X11/xorg.conf.d. O localizado em /usr/ é para a configuração específica do usuário e o localizado em /etc/ fornece configurações específicas da distribuição.
Arquivos com o sufixo .conf nesses diretórios são interpretados pelo servidor X na inicialização e tratados como parte do arquivo de configuração xorg.conf "final". Arquivos no diretório /etc/X11/xorg.conf.d são analisados antes do xorg.conf final.
O servidor X trata, essencialmente, a coleção de arquivos de configuração (os arquivos que estão distribuídos nesses diretórios) como um grande arquivo com as entradas para um xorg.conf mais semelhante do que estamos acostumados.
Esse xorg.conf final é construído a partir da coleção de configurações dos .conf's em /etc/X11/xorg.conf.d/ e /usr/share/X11/xorg.conf.d/. Mas há mais um arquivo que é acessado, é esse o que irei abordar a seguir.
O xorg.conf personalizável
Além das configurações localizadas nesses diretórios supracitados, há mais um arquivo que é verificado na inicialização: o xorg.conf localizado em /etc/ (e não em /etc/X11/). Esse arquivo é o indicado para que usuários possam inserir suas "personalizações" do sistema.
Essa é uma medida plausível, pois caso o seu servidor X não carregue depois de alguma alteração, basta deletar as modificações desse único arquivo. No meu caso o /etc/xorg.conf não veio criado, para isso basta criarmos o arquivo:
# touch /etc/xorg.conf
Para que possamos fazer o touchpad trabalhar adequadamente ao nosso gosto, por exemplo, precisaremos inserir as configurações nesse arquivo que acabamos de criar, mas quais configurações? Irei aqui me limitar a falar das configurações diretamente ligadas ao toque-como-clique do touchpad, mas uma rápida visitada ao manual do synaptics (man synaptics) lhe mostrará que são muitas as configurações aplicáveis.
O que iremos adicionar ao nosso xorg.conf que criamos será uma InputClass. Uma InputClass não específica as configurações para um único dispositivo em específico, mas sim para classe de dispositivos. Um exemplo:
Section "InputClass"
Identifier "touchpad catchall"
MatchIsTouchpad "on"
Driver "synaptics"
EndSection
Esse fragmento de configuração é uma InputClass (que deverá ser adicionada no xorg.conf que criamos) que designa o driver (synaptics) para todo touchpad presente no sistema. Essa configuração irá sobrescrever qualquer configuração presente nos diretórios /*/xorg.conf.d/.