Introdução

Para esta instalação considero que você tenha uma partição livre ao lado da sua distro atual.

Por exemplo, assim: No meu caso usei Linux Mint Debian Edition, e com o Gparted criei a nova partição e formatei.

Caso não tenha uma partição livre, pode usar o Gparted para criar essa partição.

Além disso, considero que a partição livre está identificada como "/dev/sda4". Mas poderia ser outra como, por exemplo, "/dev/nvme0n1p3". Substitua, dependendo do seu caso.

PROCEDIMENTO

Na sua distro atual, torne-se root:

sudo su

Crie o ponto de montagem para a partição raiz do Gentoo:

# mkdir -p /mnt/gentoo/

Monte a raiz com a partição livre previamente formatada:

# mount /dev/sda4 /mnt/gentoo

Navegue até o diretório criado:

# cd /mnt/gentoo

Defina a última versão do Gentoo:

# ULTIMA_VERSAO_GENTOO=$(wget -qO /tmp/latest-stage3-amd64-desktop-openrc.txt https://distfiles.gentoo.org/releases/amd64/autobuilds/current-stage3-amd64-desktop-openrc/latest-stage3-amd64-desktop-openrc.txt && sed -n '6p' /tmp/latest-stage3-amd64-desktop-openrc.txt | awk '{print $1}')

Utilize a variável para baixar o Stage3:

# wget https://distfiles.gentoo.org/releases/amd64/autobuilds/current-stage3-amd64-desktop-openrc/$ULTIMA_VERSAO_GENTOO

Descompacte o arquivo do Stage3:

# tar xpvf stage3* --xattrs-include='*.*' --numeric-owner

Realize o chroot:

# mount -t proc none proc; mount --rbind /sys sys; mount --make-rslave sys; mount --rbind /dev dev; mount --make-rslave dev; cp /etc/resolv.conf etc; chroot . /bin/bash; source /etc/profile

Sincronize o repositório:

# emerge-webrsync

Opcionalmente mude o nome do computador:

# sed -i 's/^hostname="localhost"/hostname="gentoo"/' /etc/conf.d/hostname

Configure o locale:

# echo -e "pt_BR.UTF-8 UTF-8\nC.UTF8 UTF-8" | tee -a /etc/locale.gen
# locale-gen
# eselect locale list
# eselect locale set 4 #verifique se 4 é o pt_BR
# env-update && source /etc/profile

Configure o Portage para Gentoo binário e aceitando as licenças:

# nano /etc/portage/make.conf

Coloque ao final:



Atualize o sistema com:

# emerge -avuDUg @world

Crie a senha do root:

# passwd

Crie seu usuário. Exemplo para usuário xerxes:

# useradd -g users -G wheel,portage,audio,video,usb,cdrom -m xerxes
# passwd xerxes

Defina o fuso horário. Exemplo:

# ln -sf /usr/share/zoneinfo/America/Recife /etc/localtime

Teclado:

# sed -i 's/^keymap="us"/keymap="br-abnt2"/' /etc/conf.d/keymaps

Configure o fstab:

# nano /etc/fstab

Coloque:



Se tiver uma partição de Swap, pode adicionar também. Ficaria assim, por exemplo:



Salve e feche.

Instale o firmware:

# emerge --ask sys-kernel/linux-firmware

Caso processador seja Intel:

# mkdir -p /etc/portage/package.license
# echo "sys-firmware/intel-microcode intel-ucode" >> /etc/portage/package.license/intel-microcode
# emerge --ask sys-firmware/intel-microcode

Instale o kernel:

# echo "sys-kernel/installkernel dracut" >> /etc/portage/package.use/installkernel
# emerge --ask sys-kernel/installkernel sys-kernel/gentoo-kernel-bin

Escolha o perfil:

# eselect profile list
# eselect profile set [número]

Obs.: no momento da criação deste artigo o número 25 correspondia a "default/linux/amd64/23.0/desktop/gnome".

Instale o GNOME:

# emerge gnome

Como este Stage3 usa o gerenciador OpenRC, para iniciar o GDM automaticamente é necessário ativar o elogind e definir GDM no arquivo de configuração:

# rc-update add elogind boot
# emerge --ask --noreplace gui-libs/display-manager-init
# sed -i 's/DISPLAYMANAGER="xdm"/DISPLAYMANAGER="gdm"/' /etc/conf.d/display-manager
# rc-update add display-manager default

Habilitar NetworkManager:

# rc-update add NetworkManager default

Saia do chroot:

# exit
# cd ..
# umount -lR /mnt/gentoo

Na sua distro atual, atualize o GRUB. No Linux Mint Debian Edition isso é feito com:

sudo update-grub

Assim o Gentoo aparecerá nas opões do GRUB. Reinicie e escolha Gentoo!

Dúvidas

1) O sistema continua querendo compilar! O que está errado?

R: não defina use flags. Se definir, o Portage preferirá respeitar sua decisão e compilará. Com flags definidas, o Portage só baixará binário se as flags do binário coincidirem com suas flags. Mesmo que você use "--binpkg-respect-use=n" para fazer o Portage priorizar o binário e não respeitar suas flags, ainda pode dar conflito (na wiki avisa que é perigoso). Lembre-se que este é um Gentoo binário. Caso algum pacote não exista, ainda será compilado, mas de forma genérica.

2) Por que um Gentoo binário?

R: Provavelmente para dar mais opções ao usuário. Mas já existia suporte a pacotes binários há muitos anos. O que mudou é que agora "todos" os pacotes são binários. Não apenas alguns poucos para comodidade. Caberá ao usuário escolher continuar com um sistema compilado, binário ou misturar ambos.

3) Nesse caso não seria melhor usar Arch Linux ou Linux Mint?

R: Talvez sim. Dependerá muito da experiência que o usuário está buscando. Por exemplo, se o Portage for um diferencial para você, pode ser um grande motivo para continuar com Gentoo, mesmo binário. Arch é "bleeding edge", a comunidade é outra etc. Já o Mint vem todo pronto para uso. Gentoo binário é mais rápido para deixar pronto, mas está longe de ser como Linux Mint e não é "bleeding edge" como Arch. Apenas pacotes estáveis se encaixam no Gentoo binário.

Fontes:

• https://www.gentoo.org/news/2023/12/29/Gentoo-binary.html
• https://wiki.gentoo.org/wiki/Gentoo_Binary_Host_Quickstart#Portage_still_tries_to_compile_from_source
• https://wiki.gentoo.org/wiki/Binary_package_guide
• https://wiki.gentoo.org/wiki/GNOME/Guide
• https://www.vivaolinux.com.br/artigo/Instalacao-do-Gentoo-GNULinux-em-um-SSD-NVMe-UEFIGPT