A Conectiva, distribuidora do
Linux no Brasil, não acredita que o
modelo proposto pela SCO para cobrança de licença aos usuários
corporativos do software aberto cause impactos a médio e longo prazos
nos usuários do sistema no País.
A curto prazo, o maior impacto é a incerteza no mercado. Uma grande
empresa em processo de escolha por um outro sistema pode ficar
apreensiva com esta história, o que é natural, diz Rodrigo Stulzer,
diretor de produtos e soluções da Conectiva.
O diretor reforça que mesmo que a ação seja favorável à SCO, a
legislação brasileira é diferente. A SCO questiona o uso de pedaços
do código Unix no Linux. No Brasil, a lei considera o software como
um todo e não em partes. Ninguém deve se preocupar. Não vai acontecer
nada que altere a regra do jogo. O Linux vai continuar crescendo
entre 25% e 30% ao ano em todo o mundo, informa Stulzer.
O executivo acredita que a ação da SCO é insustentável, uma vez que
a empresa supõe que os engenheiros que trabalharam há anos no
desenvolvimento do sistema operacional Unix da IBM, o AIX, teriam
usado alguns códigos desse sistema e, anos mais tarde, inserido no
Linux. Se algum dia isso chegou a acontecer, o que é improvável, é
muito fácil retirar esse código do Linux e resolver o problema,
enfatiza.
A idéia da SCO, na visão de Stulzer, é promover uma espécie de seguro
contra eventuais processos. Pague a licença e eu não te processo, é o
que ela diz. O código do Linux não saiu do Unix, mas o sistema nasceu
aberto como o Unix. O Linux apenas seguiu o mesmo caminho, conclui o
diretor da Conectiva.