Você sabe como são armazenadas as senhas no Linux? O que é e para que serve o salt number? O que é MD5? Este artigo não pretende ir muito a fundo no mundo da criptografia, mas sim explicar os conceitos necessários para entender o arquivo de senhas, os reais ataques. Quem programa para a WEB poderá achar este artigo além de curioso, muito útil!
Basicamente existem três ataques que podem ser feitos, sem falar do cara olhando por cima do teu ombro enquanto você digita a senha!
a) O primeiro ataque é o de força bruta. Neste o atacante tem a posse do hash, mas não sabe que senha gerou ele. Ele pode tentar todas as possibilidades até conseguir. Ai entra o esforço de milhares de anos para o MD5 que mencionei.
b) ataque do dicionário: para que realizar força bruta se os usuários colocam senhas fáceis baseadas em palavras conhecidas. Mesmo o algoritmo mais forte do mundo perecerá se o usuário colocar como senha 1234. Ou ainda, baseado em seu login (elgio08 por exemplo). Neste ataque se usa palavras do dicionário para tentar combinações que usuários comuns tentariam. É IMPRESSIONANTE como ainda hoje este ataque quebra mais de 70% de senhas de usuários.
c) ataque por comparação de hashes. Neste o atacante tem um Banco de Dados com inúmeros hashes pré-compilados. Ao ver um HASH ele consulta se já não é um hash conhecido. Existem na Internet sites que fazem isto.
O ataque de força bruta se resolve adotando um bom algoritmo como o MD5 (bom neste sentido. Não pensem que estou defendendo o MD5, só que contar as fraquezas dele vai além do objetivo deste artigo). Mesmo o jurássico DES com seus 56 bits de chave ainda é forte para resistir por meses um ataque de força bruta realizado por UM ÚNICO PC.
O ataque do dicionário não tem solução!! Sim, vai enfiar na cabecinha dos usuários que eles devem colocar uma senha difícil, com pelo menos SEIS caracteres, sem usar apenas números, etc, etc... Ou ele te ignora ou escolhe a tal senha difícil e a escreve embaixo do teclado para não esquecer. A solução passa pelo treinamento deste sersinho: o usuário!
O ataque por comparação se resolve com "salt numbers", uma lição que a Microsoft insiste em não aprender.
[1] Comentário enviado por leandrorocker em 08/02/2008 - 10:26h
Legal o artigo, meu TCC quando me formei em ciência da computação foi um estudo sobre hashes, fiz um programa pra quebrá-los (md5,sha1,sha224,sha256,sha384 e sha512) e apresentei os resultados é uma área interessantíssima e como sempre tem o dedo do Ronald Rivest no meio, o cara é um gênio.
[2] Comentário enviado por tenchi em 08/02/2008 - 11:17h
Cara, simplesmente demais. Imagino quantos milhares de computadores deve ter um destes esteriótipos de hackers de filmes americanos que conseguem quebrar a criptografia de qualquer servidor do governo... hauahua
São artigos assim que fazem do VOL o site que é.
[4] Comentário enviado por kabalido em 08/02/2008 - 11:42h
Cara,
Sem palavras! O artigo foi mais que sensacional.
Li seu artigo e gostei muito mesmo.
Esse tipo de artigo é aquele que dá prazer de ler.
Parabéns e "Viva o Linux".
[5] Comentário enviado por kalib em 08/02/2008 - 17:06h
Parece até brincadeira mas ainda é bastante comum encontrar sites diversos que armazenam suas szenhas em arquivos, bancos de dados ou mesmo no próprio código da página toscamente implantados em java script por exemplo...Infelizmente ainda é comum encontrar este tipo de ingenuidade na internet...
Excelente o seu artigo Elgio, digno de destaque aqui no vol bem como suas demais contribuições.
[6] Comentário enviado por borgetha em 08/02/2008 - 19:35h
No FreeBSD, antigamente (anos 90 - não sei se ainda é assim), o sistema liberava login e senha, caso o usuário errasse a senha, o sistema esperava 1 segundo e liberava o login novamente. Então se o usuário errasse novamente a senha, o sistema esperava 2 segundos para liberar de novo o login, e a cada erro o tempo dobrava. Era uma forma interessante de se evitar ataques de força bruta, pois o tempo de espera começa a ficar looooongo rapidamente. Claro que só funciona para quem não está logado e nem conhece o hash.
[8] Comentário enviado por removido em 09/02/2008 - 09:44h
Muito bom o artigo. Geralmente não leio um artigo todo, somente as partes mais interessantes (é uma forma de adquirir apenas as partes importantes e poupar tempo!), mas esse li todo e com prazer. Digno de figurar entre os melhores artigos destas revistas famosas que falam de informática.
... e ainda existe quem coloque a senha 0123456789!
[16] Comentário enviado por removido em 19/05/2009 - 18:04h
Artigo excelente, bem claro para um assunto muitas vezes complicado.
Um paper interessante de cientistas chineses mostra exemplos de colisão em funções de hash MD4, MD5, HAVAL-128 e RIPEMD: http://eprint.iacr.org/2004/199.pdf
[24] Comentário enviado por hmacedo em 24/11/2011 - 10:52h
Elgio, o seu "Hash by Elgio" é utilizado no cálculo de checksum das mensagens trocadas através do protocolo FIX. Praticamente todas as bolsas de valores mundiais utilizam esta técnica. Já não é tão ruim assim hehehehe