Você sabe como são armazenadas as senhas no Linux? O que é e para que serve o salt number? O que é MD5? Este artigo não pretende ir muito a fundo no mundo da criptografia, mas sim explicar os conceitos necessários para entender o arquivo de senhas, os reais ataques. Quem programa para a WEB poderá achar este artigo além de curioso, muito útil!
Rapidamente alguém poderia pensar: bom, posso criptografar o arquivo de senhas, assim mesmo com permissão de leitura a leitura de nada adiantaria. Poderia usar os excelentes algoritmos como o AES128 para realizar esta cifragem.
O problema deste método é que algoritmos de criptografia requerem chave. Só a Microsoft conseguiu a façanha, até hoje sem nenhum sentido para mim, de criptografar pastas no Windows 2000 sem que o usuário precisasse colocar uma chave.
Se o arquivo de senhas ou mesmo parte dele estiver cifrado, significa que ele possui uma chave que permite abrí-lo. O fato é: "quem conhece esta chave"?
Criptografia tem muitas utilidades como cifrar documentos para que somente pessoas autorizadas possam abrir. Eu mesmo tenho uma partição inteira cifrada e para montá-la eu preciso sempre fornecer a chave.
Quando se envolve criptografia ou se solicita a chave cada vez que for abrir o arquivo ou se memoriza ela.
Esta solução não se aplica para este problema pois:
a) não se pode solicitar a chave ao usuário pois ele não a conhece. Se ele a conhecesse significa que poderia abrir o arquivo de senhas e novamente ler a senhas de todos, até do root.
b) é o Sistema Operacional quem precisa conhecer a chave, logo ele precisa memorizá-la. Isto, a princípio pode parecer aceitável, mas lembre-se que sempre estamos trabalhando com a hipótese de alguém invadir o sistema. O que o impediria de ler a senha que o SO armazena? O Windows em sua criptografia de pastas é assim. Ele fica com a chave.
Para este problema esta solução definitivamente não serve. O arquivo de senhas não pode ser criptografado porque uma chave poderia abrir ele. Aos mais íntimos com criptografia observem que estou falando de criptografia não de HASH!
Na verdade só existe uma única solução possível: simplesmente não armazenar a senha em lugar algum. Isto mesmo. O Linux e demais Sistemas Operacionais não sabem a tua senha. Sim, eles não tem ela, não a armazenam em lugar algum.
[1] Comentário enviado por leandrorocker em 08/02/2008 - 10:26h
Legal o artigo, meu TCC quando me formei em ciência da computação foi um estudo sobre hashes, fiz um programa pra quebrá-los (md5,sha1,sha224,sha256,sha384 e sha512) e apresentei os resultados é uma área interessantíssima e como sempre tem o dedo do Ronald Rivest no meio, o cara é um gênio.
[2] Comentário enviado por tenchi em 08/02/2008 - 11:17h
Cara, simplesmente demais. Imagino quantos milhares de computadores deve ter um destes esteriótipos de hackers de filmes americanos que conseguem quebrar a criptografia de qualquer servidor do governo... hauahua
São artigos assim que fazem do VOL o site que é.
[4] Comentário enviado por kabalido em 08/02/2008 - 11:42h
Cara,
Sem palavras! O artigo foi mais que sensacional.
Li seu artigo e gostei muito mesmo.
Esse tipo de artigo é aquele que dá prazer de ler.
Parabéns e "Viva o Linux".
[5] Comentário enviado por kalib em 08/02/2008 - 17:06h
Parece até brincadeira mas ainda é bastante comum encontrar sites diversos que armazenam suas szenhas em arquivos, bancos de dados ou mesmo no próprio código da página toscamente implantados em java script por exemplo...Infelizmente ainda é comum encontrar este tipo de ingenuidade na internet...
Excelente o seu artigo Elgio, digno de destaque aqui no vol bem como suas demais contribuições.
[6] Comentário enviado por borgetha em 08/02/2008 - 19:35h
No FreeBSD, antigamente (anos 90 - não sei se ainda é assim), o sistema liberava login e senha, caso o usuário errasse a senha, o sistema esperava 1 segundo e liberava o login novamente. Então se o usuário errasse novamente a senha, o sistema esperava 2 segundos para liberar de novo o login, e a cada erro o tempo dobrava. Era uma forma interessante de se evitar ataques de força bruta, pois o tempo de espera começa a ficar looooongo rapidamente. Claro que só funciona para quem não está logado e nem conhece o hash.
[8] Comentário enviado por removido em 09/02/2008 - 09:44h
Muito bom o artigo. Geralmente não leio um artigo todo, somente as partes mais interessantes (é uma forma de adquirir apenas as partes importantes e poupar tempo!), mas esse li todo e com prazer. Digno de figurar entre os melhores artigos destas revistas famosas que falam de informática.
... e ainda existe quem coloque a senha 0123456789!
[16] Comentário enviado por removido em 19/05/2009 - 18:04h
Artigo excelente, bem claro para um assunto muitas vezes complicado.
Um paper interessante de cientistas chineses mostra exemplos de colisão em funções de hash MD4, MD5, HAVAL-128 e RIPEMD: http://eprint.iacr.org/2004/199.pdf
[24] Comentário enviado por hmacedo em 24/11/2011 - 10:52h
Elgio, o seu "Hash by Elgio" é utilizado no cálculo de checksum das mensagens trocadas através do protocolo FIX. Praticamente todas as bolsas de valores mundiais utilizam esta técnica. Já não é tão ruim assim hehehehe