Arch BSD - Instalação em VirtualBox

Arch BSD é um sistema baseado em FreeBSD, que segue a mesma filosofia de simplicidade do Arch Linux. Este artigo tem como base, o manual oficial de instalação do Arch BSD. Uma ajuda para quem quer instalar Arch BSD, mas acha difícil começar.

[ Hits: 9.446 ]

Por: Xerxes em 08/08/2014


Arch Linux no VirtualBox



Introdução

Como disse lcavalheiro: "Arch BSD, porque até o capeta querem quebrar".

Para quem não entendeu a piada, o Arch Linux, como muitos sabem, é um sistema Bleeding Edge e o "capeta", é o mascote oficial do sistema FreeBSD. Ou seja, estão querendo trazer a instabilidade para o FreeBSD, que é conhecido por ser robusto.

Arch BSD, em poucas palavras, é uma distribuição rolling release, minimalista, com kernel FreeBSD, que segue os mesmos princípios da distribuição Arch Linux. Você vai poder usar o Pacman para gerenciar pacotes em um ambiente FreeBSD mínimo.

Página oficial:
Para maiores informações sobre Arch BSD:
Para ver o manual oficial de instalação:
Há dois workaround necessários para instalar a atual ISO do Arch BSD, não inclusas no manual oficial, mas neste artigo, sim.

Boot em VirtualBox

Faça o download da imagem ISO do ArchBSD, em:
Instale o VirtualBox na sua máquina e crie uma máquina virtual do tipo FreeBSD (64 ou 32 bits, dependendo da sua necessidade) com no mínimo 512 MB de RAM, 13 GB de HD. No meu caso, coloquei também 128 MB de vídeo por precaução.

Associe a imagem ISO do Arch BSD à nova máquina virtual. Assim você dará boot no live-CD.
Linux: Arch BSD - Instalação em VirtualBox

Faça login como root, sem senha.

Instalação

Comece configurando o teclado:

# kbdmap

Selecione a opção que diz: Br Brazilian 275 Codepage 850

Opcionalmente, você pode configurar a resolução:

# vidcontrol -i mode
# vidcontrol MODE_XXX

Preparação dos discos:

# gpart create -s gpt ada0
# gpart add -s 64k -t freebsd-boot ada0

SWAP com 1 GB:

# gpart add -s 1g -t freebsd-swap ada0

Continuando:

# gpart add -t freebsd-ufs ada0
# gpart bootcode -b /boot/pmbr -p /boot/gptboot -i 1 ada0
# newfs -U -j -L root /dev/ada0p3
# swapon /dev/ada0p2

Workaround 1: neste ponto da instalação, o manual oficial diz para criarmos o diretório /mnt/arch, porém na imagem ISO atual, está dando erro.

A solução temporária pode ser montar a raiz em /mnt e não em /mnt/arch. Para isso, faça:

# mount /dev/ada0p3 /mnt

Veja seus dispositivos de rede:

# ifconfig

Vamos supor que o dispositivo ativo é em0. Neste caso, estabeleça conexão com:

# dhclient em0

Depois, para atualizar o Pacman e extrair o sistema base:

# pacstrap /mnt base

Workaround 2: ao tentar o comando acima uma vez, funcionou. Em uma tentativa posterior, me deparei com erro de acesso aos servidores, mesmo tendo acesso à Internet. Caso o comando acima não funcione e termine em erro ("timed out"), o jeito é copiar dois arquivos, editá-los e usá-los como configuração alternativa.

Caso o comando acima dê certo, apenas efetue a atualização do sistema e vá para o próximo passo (chroot). Se deu erro, faça o seguinte:

Primeiro, acesse a página para gerar novos endereços de repositórios:
Vamos supor que foram gerados os seguintes mirrors:

## Canada
#Server = http://archbsd-ca.uece.net/$repo/os/$arch

## United States
#Server = http://archbsd-us.uece.net/$repo/os/$arch

Então, próximo passo:

# cp /etc/pacman.conf /tmp/
# cp /etc/pacman.d/mirrorlist /tmp

Edite o pacman.conf:

# ee /tmp/pacman.conf

Procure por mirror e troque o caminho do arquivo de mirrors de Core, Base e Community.

Onde tinha:  /etc/pacman.d/mirrorlist

Fica:

/tmp/mirrorlist

Faça isso em todos os repositórios ativos (Core, Extra e Community).

Salve e feche.

Depois, edite o mirrorlist e deixe apenas os servidores que foram gerados no site anterior:

# ee /tmp/mirrorlist

Após adicioná-los, salve e feche o arquivo.

Repita o comando do pacstrap, mas com a configuração alternativa:

# pacstrap -C /tmp/pacman.conf /mnt base

Aguarde a instalação de alguns pacotes.

Chroot

Entre no novo sistema, com:

# chroot /mnt

Agora, vamos configurar o fstab, timezone, hostname, bootloader e senha de root.

Continuando a instalação

Crie e edite o arquivo de configuração do fstab (montagem automática de partições ao iniciar o sistema):

# ee /etc/fstab

Deixe assim, se seguiu este artigo à risca:

/dev/ada0p2      none      swap   sw 0 0
/dev/ada0p3       /          ufs      rw 1 1

Salve e feche.

Link para o localtime:

# ln -s /usr/share/zoneinfo/America/Recife /etc/localtime

Troque America/Recife por seu continente e capital.

Crie e edite o rc.conf:

# echo 'hostname="ArchBSD"' > /etc/rc.conf

Troque ArchBSD pelo nome que quiser.

# echo 'keymap="br275.cp850"' >> /etc/rc.conf
# echo 'ifconfig_em0="DHCP"' >> /etc/rc.conf

Especificar a partição de boot:

# echo 'vfs.root.mountfrom="ufs:/dev/ufs/root"' >> /boot/loader.conf

Veja os grupos disponíveis:

# cat /etc/group | more

Adicione o seu usuário:

# adduser

Quando perguntado sobre os grupos, digite os nomes separando-os por espaço. Exemplo: "wheel games network".

Finalizando...

# exit
# cd
# umount /dev/ada0p3
# reboot && sell my soul

Se der tudo certo, você irá se deparar com a tela inicial:
Linux: Arch BSD - Instalação em VirtualBox

Logue como root e atualize o sistema:

# pacman -Syu

Provavelmente, já deve estar atualizado, mas serve como teste de conexão com os repositórios. Se não sincronizar, use o Workaround 2 acima.

Instale alguns pacotes usando o pacman, ou até mesmo o ambiente gráfico.

Conclusão

Eu não tenho costume com FreeBSD, não conheço. Não sei exatamente o que fazer após a instalação. Teria que pesquisar.

Mas, para quem quer se aventurar, esse artigo apresentou os primeiros passos. A partir daqui, o usuário experiente com FreeBSD saberá o que fazer, com o diferencial que terá o pacman para gerenciar pacotes.

Para informações sobre como usar o pacman:
O projeto Arch BSD é muito interessante, mas infelizmente está verde. Tem pouca documentação e eu experimentei problemas com os servidores do repositório. Vamos torcer para que o projeto amadureça rapidamente.

É isso.

   

Páginas do artigo
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Comentários
[1] Comentário enviado por leoberbert em 09/08/2014 - 19:56h

Interessante artigo parabéns!

[2] Comentário enviado por niquelnausea em 09/08/2014 - 22:24h

esse kernel pode ser usado no arch comum??

[3] Comentário enviado por xerxeslins em 09/08/2014 - 22:54h


[1] Comentário enviado por leoberbert em 09/08/2014 - 19:56h:

Interessante artigo parabéns!


Valeu! :)

[4] Comentário enviado por xerxeslins em 09/08/2014 - 23:02h


[2] Comentário enviado por niquelnausea em 09/08/2014 - 22:24h:

esse kernel pode ser usado no arch comum??


o que define o sistema é o kernel.

Arch comum significa Kernel Linux. Se trocar o kernel, já não se trata mais do mesmo sistema. Não tem como tirar o kernel linux e o sistema ainda ser linux, sacou?

se quiser usar o kernel freeBSD, já não estará mais usando Linux (arch comum), e sim freeBSD, que é outro sistema.

o mais próximo que se pode ter de usar as funcionalidades do arch comum no kernel freeBSD, é usando o pacman no FreeBSD. nesse caso só o Arch BSD faz isso.





[5] Comentário enviado por removido em 10/08/2014 - 00:43h

"sell my soul"
auhuahuhauhaha
bom tutorial!
mais pra frente, farei!

[6] Comentário enviado por lcavalheiro em 11/08/2014 - 12:33h

Excelente artigo, Xerxes. Bem introdutório e com um incentivo ao auto-aprendizado no final. Parabéns, nota 10


[4] Comentário enviado por xerxeslins em 09/08/2014 - 23:02h:


[2] Comentário enviado por niquelnausea em 09/08/2014 - 22:24h:

esse kernel pode ser usado no arch comum??

o que define o sistema é o kernel.

Arch comum significa Kernel Linux. Se trocar o kernel, já não se trata mais do mesmo sistema. Não tem como tirar o kernel linux e o sistema ainda ser linux, sacou?

se quiser usar o kernel freeBSD, já não estará mais usando Linux (arch comum), e sim freeBSD, que é outro sistema.

o mais próximo que se pode ter de usar as funcionalidades do arch comum no kernel freeBSD, é usando o pacman no FreeBSD. nesse caso só o Arch BSD faz isso.






Tecnicamente, você conseguiria portar o Ports do FreeBSD pro GNU / Linux e usar o repositório do Ports numa distro. Na prática, como os pacotes BSD são muito vanilla essa técnica só funcionaria no Slackware mesmo.

[7] Comentário enviado por xerxeslins em 11/08/2014 - 12:57h

Valeu lcavalheiro!


[8] Comentário enviado por lcavalheiro em 11/08/2014 - 13:01h


[7] Comentário enviado por xerxeslins em 11/08/2014 - 12:57h:

Valeu lcavalheiro!



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