Distros completas, e incompletas. [RESOLVIDO]

1. Distros completas, e incompletas. [RESOLVIDO]

shoujo
shoujo

(usa Slackware)

Enviado em 11/01/2016 - 22:54h

Olá o post é pra darem sua opinião sobre as distros, no quesito software pós instalacao, facilidades na hora de formatar e ja ter os softwares..


  


2. MELHOR RESPOSTA

Luís Fernando C. Cavalheiro
lcavalheiro

(usa Slackware)

Enviado em 12/01/2016 - 01:04h

Eu considero o fato de uma distribuição vir pelada, isto é, sem uma grande quantidade de programas pré-instalados, uma vantagem. Isso permite ao usuário (em teoria pelo menos) instalar somente o que ele quiser no sistema. Claro, graças às porcarias e lixos chamados gerenciadores automáticos de dependências você instala uma série de tranqueiras desnecessárias sem ser questionado se você as quer ou não.

Antes, porém, de continuar, vou expor a definição que usarei para distro completa e distro incompleta:
- Distro completa: é aquela que contém em sua instalação todos os pacotes necessários para seu uso na finalidade proposta. Assim considerando, a única distro completa para server ou desktop é o Slackware. Uma instalação full já vem com todos os programas necessários para desenvolvimento de software, serviços para servidores dos mais diversos tipos, navegador, suíte de escritório (ok, é o Calligra, mas é uma suíte mesmo assim)...
- Distro completável: são aquelas que não trazem todos os programas pré-instalados, mas permitem fácil instalação dos mesmos. Praticamente todas as distribuições sérias hoje em dia caem nesta categoria - também, pudera: apenas no caso do Slackware é que todos os pacotes oficiais existentes ainda cabem em um DVD...
- Distros incompletas: são aquelas que devido a bugs ou falta de manutenção ou mesmo péssima arquitetura de SO não permitem uma boa experiência de uso. Aqui fatalmente se enquadram todas as distros que usam systemd.

Conceitos explicados... Vou falar apenas das distros que eu usei, continuam ativas e eu lembro alguma coisa sobre (dezenove anos, gente... minha memória não é tão boa assim, saca?):

- Slackware: ela é uma distro de produção em alta eficiência e confiabilidade. Não haverá nenhuma mudança na distro de um upgrade pro outro, que nem acontece com o Fedora, não haverá nenhum pacote engraçadinho por estar quebrado ou depender de um outro pacote removido da árvore de pacotes, como acontece frequentemente com as Debian-like. Uso a distro há 19 anos, e tirando pequenos detalhes tudo é feito do mesmo jeito desde então. Se você precisa de alguma coisa que não está na instalação full ou precisa de um pacote ainda mais recente basta compilá-lo que você não terá um sistema quebrado como resultado, o que acontece muito com as distros que confiam em gerenciamento automático de dependências.
- Debian: já foi uma boa distro. O declínio começou no Squeeze (ou Debian 6 para os menos íntimos), provavelmente em virtude da influência tóxica, nefanda, estapafúrdia, inconsequente, ignóbil, desprezível, ..., abominável, perniciosa, insidiosa do Ubuntu. O Squeeze foi a última versão da distro que realmente poderia ser chamada de estável. Agora, vejam como os fortes decaíram: o Debian se resignou à posição capacho de genérico do Ubuntu... De completável se tornou uma distro incompleta.
- Fedora: para quem gosta de tecnologias bleeding edge e não liga de ter que reaprender como a distro funciona a cada upgrade, bem como não tem medo de ver o sistema bonitinho, instaladinho, redondinho quebrar porque a forma como um pacote fundamental foi empacotada mudou radicalmente, o Fedora é a distro ideal. Ou seja: é para quem gosta de fortes emoções e trabalha em uma máquina com outro sistema operacional instalado. Incompleta, em virtude do systemd e desse complexo de Band News (em 10 minutos tudo pode mudar). O maior defeito dela é que ela é o parquinho de diversões de Lennard Poettering, onde ele desenvolve e divulga as porcarias que ele chama de software (Avahi, systemd, pulseaudio e alguns outros lixos).
- openSUSE: taí uma distro que era boa até o 13.2. O filho rico e europeu do Slackware era uma distribuição estável que contava com o melhor gerenciador automático de dependências até hoje escrito, o zypper. Adicionar repositórios de terceiros não era uma tarefa temerária, e o sistema funcionava com a lendária precisão e eficiência alemãs. Infelizmente, com a nova versão, o Leap 42.1, o openSUSE se tornou o campo de testes do SUSE Enterprise, e já dá sinais claros de que sofrerá dos mesmos males do Fedora. Apesar disso e apesar do systemd, é uma distro completável.
- CentOS: ela entrega o que promete: uma distribuição voltada para servidores. Porém, usa systemd, precisa de uma atenção redobrada na hora da instalação, alguns dos principais programas para servidores não estão em seus repositórios e seu uso como desktop exige umas pajelanças do arco da velha. Ponto "positivo": é o GNOME 3.x menos bugado que eu conheço. Se mantida em seu foco, servidores, é uma distro completável, mas em desktop é incompleta.
*buntus: eu já usei o Bugbuntu, o eXubuntu e o Lubuntu, versões 12.04 e 14.04. Sabe aquele negócio marrom que fica no fundo do vaso sanitário depois de um dia comendo feijoada com mocotó e dobradinha? Então, aquilo é o código fonte das distros do astronauta cara-de-pau. Houve um tempo em que era correto dizer que o *buntu era derivado do Debian Testing, mas não mais. A popularidade dessa refisefuquis e suas derivadas alterou muitos paradigmas da programação para GNU/Linux, e isso se reflete até na forma como os pacotes .deb, de longe os mais burocráticos e complicados de se criar, estão sendo criados e mantidos em nossos dias. Além disso, o .deb aos poucos desbanca o .rpm como padrão de empacotamento da indústria. Tal popularidade seria muito boa se os desenvolvedores do *buntu não houvessem aprendido a programar com Lennard Poettering. O resultado disso tudo: o *buntu inverteu sua relação com o Debian, e hoje é mais correto dizer que o Debian é uma versão derivada do *buntu do que o contrário.
- Gentoo: ai meu Satanás, que distro ao mesmo tempo gostosa e masoquista de se lidar! Dá um trabalho dos infernos deixá-la redondinha, mas se tudo for bem configurado ela fica ao seu gosto. Contanto que você não dê um "emerge --world" sem ler a wiki da distro antes... O Gentoo sim, é uma distribuição com aspectos didáticos, mas ela possui maturidade e estabilidade suficientes para ser usada em produção numa boa. Completável.
- Linux From Scratch: bom, tecnicamente não é uma distribuição, mas ao mesmo tempo é. Cai nos mesmos problemas do Gentoo, mas sem um gerenciador de pacotes para te ajudar (e acredite, no LFS você vai querer um). Resolvi esse problema compilando o emerge pra ele XD. Completável. As demais distros (tirando o Gentoo/Funtoo e o Slackware, que já o fazem) deveriam levar mais a sério as diretrizes do LFS...
- FreeBSD: ok, eu sei, não é um GNU/Linux... mas já que abrimos a caixa de Pandora e ninguém vai me deixar falar de coisas como a Yggdrasil, o SLS (que eu cheguei a usar), o Stampede, o Crux, e outras coisas mais exóticas, deixem eu chocar aqui com o Beatsie um pouco. Diga-se de passagem, todo slacker deveria conhecer o FreeBSD: as semelhanças de filosofia são absurdas, e será o nosso porto seguro caso o Slackware seja chamado de volta para se sentar à direita do grande J. R. "Bob" Dobbs. A comunidade de desenvolvedores é ativa, mas nunca vi tanto prego por metro quadrado como no canal irc do FreeBSD no FreeNode...
- Windows: merece uma menção honrosa porque todo gamer que se preze vai ter uma máquina Windows em casa - e porque ele é mais confiável, estável e usável do que os *buntus.
--
Luís Fernando Carvalho Cavalheiro
Professor de Filosofia por paixão, halterocopista por gosto e moderador do VOL
Public GPG signature: 0x246A590B
Só Slackware é GNU/Linux e Patrick Volkerding é o seu Profeta

3. Re: Distros completas, e incompletas. [RESOLVIDO]

shoujo
shoujo

(usa Slackware)

Enviado em 11/01/2016 - 22:54h

Eu adoro testar distribuições, isso é um fato, geralmente nao consigo me decidir nunca, sempre vivo mudando de opiniao de qual distro é melhor... sou bem voluvel.

Mas aqui vai meu parecer:
Debian - Quando vc acaba de instalar precisa procurar urgente um tutorial complicado com os repositorios que nao vem habilitados na mesma, repositorio multimidia, repositorios de outras coisas, isso torna. Fora que vem icewasel como navegador, que navegador ruim que é, e o unico jeito de instalar o firefox é manualmente com um tarball, alem de ter que ficar copiando os plugins pra pasta opt, etc.. Nao vem com codecs, nem programas de importancia para multimidia, e muitos outros. Nao vem software quase nenhum para uso domestico, tendo que o usuario instalar muitos softwares.
Ubuntu - Derivado do debian, é um pouco melhor, mas mesmo assim ta bem perto do debian no que se refere a software pre instalado, os repositorios tambem nao é nada facil no começo, tendo que o usuario procurar por uma lista de repositorios para instalar..
Linux Mint - Dos que usam .deb, foi o melhorzinho que ja usei, por vir com alguns softwares ja pre instalados vem quase pronto pro usuario, isso é um ponto bom, e os repositorios vem melhor organizados, ainda assim sempre ha algum repositorio a colocar..
Distros rpm eu tive pouca passagem, mas ressaltando quase todas sao em um nivel entre o ubuntu e o mint, em questao de repositorios e softwares pre instalados, geralmente tendo que habilitar os repositorios. Opensuse e mageia por exemplo, da pra usar o gerenciador grafico de boas e so marcar os repositorios.
Slackware - Esse nem se fala, tem um monte de formas de instalar software e so na base da pesquisa, mas ele nao precisa entrar nessa lista pois seu foco é didatico e nao facilidades, entao nao conta.
Gentoo tb nao deve entrar nessa competicao, mas se for considerar o portage ja vem pronto e facilita bastante, mas ainda assim eu nunca terminei uma instalacao completa nao conheço muito..
Arch linux, tem um repositorio maravilhoso, melhor ferramenta que ja vi esse pacman..

E por finalizar a distro que estou testando, nunca vi uma distro tao repleta de softwares pre instalados e facil de atualizar, apesar de ter que procurar um tutorial a primeira vez, os comandos sao bem simples, bastando copiar e colar.
É o Manjaro, os repositorios dele sao maravilhosos, nada de links, sao simplesmente 4 repositorios mantidos pela comunidade, e caso nao encontre o pacote nos oficiais, ainda temos o yaourt, que baixa o codigo fonte e instala..

Eu havia testado essa distro antes, mas nunca tinha obtido sucesso por um motivo, a instalacao normal nao carregava, mas eu descobri que tinha uma opcaozinha chamada carregar drivers proprietarios, que é o 2 menu, e com ele a distro vem completa, com minha placa de video ja instalada e ja funcionando, alem de vir com muitos softwares ja prontos, nao tive que instalar quase nada..


4. Re: Distros completas, e incompletas. [RESOLVIDO]

shoujo
shoujo

(usa Slackware)

Enviado em 11/01/2016 - 23:01h

Agora uma pequena duvida que tenho, e talvez a principal do post:
Porque motivo o ubuntu nao pode vir com os drivers proprietarios ja instalados e o Manjaro pode?
Porque o ubuntu nao pode vir com codecs ja instalados, e o Manjaro pode?
Porque o debian nao pode vir com um monte de coisas?

Se o foco do ubuntu é facilitar pro usuario, porque ele vem incompleto?

Muita gente defende que o ubuntu puro devia vir nos pcs, mas nao acho uma boa ideia nao..
O melhor seria que as empresas colocassem uma distro completa, que ja vem tudo que o usuario final quer..
Vlc, libreoffice, codecs multimidia, steam, java, flash, google chrome, firefox, opera, tudo que os usuarios precisam devia ja vir..
Esse é o motivo pelo qual as pessoas compram pc com linux e tenta usar e nao consegue ja muda pro windows..
Se instalassem uma distro completa.. Nao digo que seja o manjaro, ja que nao é muito facil um usuario de primeira mao sair usando o pacman, e o software de instalacao dele nao é muito bom.. Mas se fizessem o mesmo com ubuntu quem sabe


5. Re: Distros completas, e incompletas.

Clodoaldo Santos
clodoaldops

(usa Linux Mint)

Enviado em 11/01/2016 - 23:09h

Para meu dia a dia eu uso LM
Para mexer eu instalo ubuntu e Debian


6. Re: Distros completas, e incompletas. [RESOLVIDO]

Perfil removido
removido

(usa Nenhuma)

Enviado em 11/01/2016 - 23:44h

shoujo escreveu:
Se o foco do ubuntu é facilitar pro usuario, porque ele vem incompleto?

O melhor seria que as empresas colocassem uma distro completa, que ja vem tudo que o usuario final quer..
Vlc, libreoffice, codecs multimidia, steam, java, flash, google chrome, firefox, opera, tudo que os usuarios precisam devia ja vir..
Esse é o motivo pelo qual as pessoas compram pc com linux e tenta usar e nao consegue ja muda pro windows..


O que é o melhor? Existe O melhor ou será que é uma questão subjetiva? O que é tudo que o usuário final quer? Quem é o usuário final? Existe O usuário final ou são vários indivíduos, com necessidades e gostos distintos? O Windows vem tão mais completo do que o Ubuntu?

É tudo uma questão de referencial. Veja, se por um lado há aquele que curte o sistema cheio de pacotes pós-instalação, há aqueles que preferem um prompt de comando e, conforme necessário, instala o que quer. As pessoas não são burras. Quero dizer, qual a dificuldade de digitar um comando? - apt-get install libreoffice. Isso é tão mais dificil que entrar num baixaesquina qualquer em busca de um software que com ele instala baidu e cascalho a quatro? Repito, as pessoas não são burras, a questão é o estado estagnado que se acostuma. Não que O Linux from scratch seja A Cura para os males da psique humana, mas num contexto onde tudo vem mastigado (sociedade do espetáculo) sair da rotina - seja ela qual for - já é um belo de um exercício.



7. Re: Distros completas, e incompletas. [RESOLVIDO]

M.
XProtoman

(usa Fedora)

Enviado em 12/01/2016 - 00:16h

Uso e gosto de duas distribuições: Fedora e Debian.

Debian é estável, seguro, cheio de pacotes, bom suporte codecs de vídeo, áudio e várias coisas que um usuário comum espera, porém firmwares do Linux e alguns manuais(como do GCC) no non-free.

Fedora é relativamente estável, bom suporte a hardware, pacotes atuais, com vários programas e benefícios para um desenvolvedor C/C++, porém sem codecs de áudio e vídeo que um usuário comum precisaria, algumas coisas são bem experimentais porque é a natureza da distribuição, consegui travar o Wayland com um exemplo de programação e o Virt-Manager que acompanha o 23 não consegue entregar dispositivos USB pelo botão "Add hardware".

Acabo usando o Fedora e recorrendo ao Debian em alguns momentos.


8. Re: Distros completas, e incompletas.

LinuxWalker
Delusion

(usa Debian)

Enviado em 12/01/2016 - 00:20h

Infelizmente não existe a distro perfeita, mas somente aquela que se aproxima mais do que você quer.
A questão dos pacotes pre-instalados envolve a filosofia do projeto. Por isso linux é bom; te dá escolhas, embora atualmente as distros estejam todas muito parecidas.
Distros out-of-the-box que considero muito boas:
mint -> para quem não sabe nada de linux ou não se importa em ter muitos pacotes excedentes instalados.
manjaro -> mesma filosofia mint, com base arch.
L ou X buntu -> softwares finais (não libs ou dependências) são fáceis de instalar pela central de programas. E não vem com extensões da amazon.
Antergos -> é simplesmente o Arch para quem não tem intimidade com terminal. Das ferramentas que para mim não são úteis e eu desinstalo são o gerenciador gráfico de pacotes e os repositórios para ícones numix (totalmente fail, mas tem gente que gosta, rsrs).

em tempo: no notebook, a impressão que tive é que distros filhas do debian (mint, buntus, etc) disparam o cooler mais vezes, enquanto as arch-based usam mais ram. Alguém daki fez testes comparativos sobre isso?


--------------------------------------
Distros que uso atualmente:
antergos: https://antergos.com/
Lubuntu: http://lubuntu.net/
fedora: https://getfedora.org/



9. Re: Distros completas, e incompletas.

Arthur J. Hoch
Arthur_Hoch

(usa FreeBSD)

Enviado em 12/01/2016 - 00:47h

Ex: Você instala o SO e quer ele pronto para usar. (Ubuntu, Linux Mint)

Ex1: Eu quero um sistema limpo e só quero instalado o que eu vou usar. (Arch Linux, Debian netinstall...)

Ex2: Alguém que vai instalar Debian, não quer nenhum software proprietário.

Ex3: Usuários de Gentoo/Funtoo, querem o melhor que o sistema/máquina tem a oferecer.

Ex4: Pessoal que usa Freebsd/Slackware querem um sistema estável.

Linux é como buffet de sorvete você escolhe o sabor que quiser.


10. Re: Distros completas, e incompletas. [RESOLVIDO]

shoujo
shoujo

(usa Slackware)

Enviado em 12/01/2016 - 01:26h

Como sempre ótima explicação do ponto de vista, gatinho rsrsrsrs


11. Re: Distros completas, e incompletas. [RESOLVIDO]

Arthur J. Hoch
Arthur_Hoch

(usa FreeBSD)

Enviado em 12/01/2016 - 02:18h

O ponto negativo do Freebsd é que não funciona o Android Studio, na real funciona, mas você tem que transformar ele em Linux.


12. Re: Distros completas, e incompletas. [RESOLVIDO]

shoujo
shoujo

(usa Slackware)

Enviado em 12/01/2016 - 02:49h

para mim os bsd o problema é o hardware, meu note nem da boot






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