Teixeira
(usa Linux Mint)
Enviado em 03/06/2013 - 03:35h
Então o que eu imaginava é realmente verdade Teixeira?(só por curiosidade eu sou técnico também, mas pelo que vejo no seu curriculo aqui na viva o GNU/Linux estou longe de chegar ao menos a metade de seus conhecimentos até porque você tem bem mais anos de prática que eu). Tenho 17 anos então obviamente não acompanhei o inicio do GNU/Linux, etc, então realmente isso que GNU/Linux é dificil vem sendo plantado a muitos e muitos anos(só por curiosidade)?
Talvez você não tenha alcançado a época dos comandos do MS-DOS.
O grau de dificuldade/facilidade era exatamente o mesmo, e os usuários viviam felizes.
Essa cultura de que "Linux é difícil" foi implantada gradativamente por preguiçosos e também por pessoas mal intencionadas.
E antes do MS-DOS da Microsoft havia o CP/M da Digital Research, muito mais poderoso e que dava acesso às "entranhas" da máquina.
CP/M era extremamente portável, e havia versões específicas para vários processadores totalmente diferentes como o Z-80 da Zilog e o 6502 da Motorola.
Pode-se dizer que o MS-DOS é uma cópia descarada e muito simplificada do CP/M para 16 bits, pois os comandos que permaneceram eram exatamente os mesmos, apenas de forma mais amigável.
Por exemplo, o comando COPY e os demais comandos de movimentação de arquivos tinham uma sintaxe inversa:
Para copiar um arquivo do volume A: para o volume B:
No CP/M: COPY B: A:
No MS-DOS: COPY A: B:
Lançada a versão "CP/M 86", esta porém, devido às tradicionais práticas comerciais da Microsoft, ficou relegada a um segundo plano: É que o Windows, ao reconhecer que o SO de base não era o da Microsoft, apresentava uma mensagem "fake" de ERRO.
Na verdade,
não havie erro algum, mas a presença daquela mensagem irritava bastante os usuários e tirou a credibilidade do SO da Digital Research, que acabou fechando as portas.
(Windows quando começou era apenas uma camada gráfica que rodava sobre o sistema operacional, e não um sistema operacional em si; Depois do Windows 98 a coisa começou a mudar, e a ficar gradativamente mais difícil usar comandos do DOS que ainda permanecem por ali).
Também se instalou naquela época uma cultura de denominar erroneamente o "volume" como se fosse "drive".
Esse erro era comum entre os primeiros windowsistas, que ainda não tinham uma noção muito clara do que era "formatar" e "particionar".
Como em geral formatavam o drive inteiro, o "drive" assumia o nome do "volume".
Para que se tenha uma idéia, o Windows tem alguns automatismos que são indesejáveis.
Em modo DOS podíamos formatar um volume de várias formas, e sempre havia solução para tudo, enquanto o Windows sempre foi muito engessado para fazer a mesma coisa.
Vieram da Austrália várias caixas de disquetes usados de 3 1/2" formatados como "Apple" (2MB, em vez dos 1,44 do DOS) e o Windows simplesmente os desconhecia (o formato da Apple não gravava aqueles arquivos ocultos que são normais na mídia de Windows, e com isso ganhava-se bastante espaço).
Seriam portanto centenas de disquetes inúteis.
Através do uso do DOS, eu rapidamente os reformatei, sendo que alguns deles, que estavam defeituosos, eu diminuí sua capacidade para 720MB.
E naquela época, 720MB ainda dava para gravar
muita coisa...
Resumindo, o Linux em modo texto faz rigorosamente a mesma coisa que CP/M fazia, porém com outros comandos.
A dificuldade portanto somente era enxergada por aqueles que não desejavam de forma alguma aprender nada de novo.
Diga-se de passagem, nos tempos dos micros de 8 bits, havia pelo menos 4 sistemas operacionais diferentes para os TRS-80 (o nosso CP-500), e era muito comum os usuários terem conhecimento de pelo menos dois deles.
Parece que então a preguiça era menor.
E como a maioria das pessoas tende a se acomodar sem procurar novas informações, essas lendas antigas têm prosseguido até os dias de hoje.
À medida em que GNU/Linus se torna tão ou mais amigável que Windows (depende), não vejo por que ter preconceito contra qualquer coisa que não seja da Microsoft.
Fui totalmente leigo em Linux até o ano de 2006, quando comecei a frequentar o VOL.
Hoje continuo leigo, porém já deu para fazer uma porção de coisas, instalar um monte de distros, promover alguns "kernel panics", etc.
E acho Linux relativamente fácil e muito mais intuitivo.
Minha filha é usuária de Windows 7, mas quando chega aqui em casa, encara a distro que estiver na máquina sem fazer perguntas.
Tudo o que ela faz no Windows, o faz igualmente no Linux.
Apenas reclama que a cada hora tem uma distro diferente...
E realmente é meio chato estar mudando de Ubuntu para OpenSuse e para Linux Mint ou DSL, pois as coisas são bem diferentes de uma distro para outra.
Mas isso também ocorre no Windows: Que semelhança existe entre o Windows 3.11, o 95, o Vista e o Seven?
Ou entre o MS Word 6.0 (para mim a versão melhor, mais rápida e mais poderosa de todos os tempos) e a versão atual? Nem os arquivos gerados são iguais, ou pelo menos compatíveis.
A propósito, se usarmos aquele recurso de gravação automática, nossos arquivos de texto ficarão imensos: É que eles gravam cópias de si mesmos dentro do próprio arquivo.
Havendo alterações, o Word grava o arquivo original seguido novamente de todo o texto e mais as alterações efetuadas, e assim
sucessivamente.
Vamos supor que eu tivesse usado a gravação automática até a palavra "sucessivamente"; como eu editei o texto após a gravação, o Word grava tudo até o "sucessivamente", e inicia nova gravação dentro do mesmo arquivo, com todo o texto repetido, e mais tudo o que houver até "
aqui".
Façam a experiência!
Quem tem um texto muito grande e pretende editar uma apostila, se houver pouco espaço o PC vira uma carroça.
O truque portanto é forçar a gravação manualmente, pois assim as sucessivas "cópias de segurança" são eliminadas, permanecendo o texto integral.
Na gravação automática, os arquivos podem ficar de 4 a 5 vezes maiores.
Mas para um windowsista inconsciente, isso "não tem a mínima importância".