MPlayer - Reproduzindo diretórios (e seus subdiretórios) de música
Saudações a todos os Dinossauros e Clicadores frequentadores desta cidade ciclópica conhecida como Viva o
Linux!
Aqui começa mais uma dica do Dino, onde o bom e velho lcavalheiro, que não pode morrer, por já estar morto, vem aqui compartilhar mais uma informação, nada fresquinha, sobre como usar o nosso bom amigo terminal.
Pros que não me conhecem, eu tenho uma certa fixação pelo modo texto puro, mas existem certas coisas que parecem exigir o X. Multimídia é uma delas, tem gente que acha que não pode ver filme ou ouvir música sem chamar uma interface gráfica comedora de memória.
Hoje, vou ensiná-los um macetão sobre o meu player de multimídia favorito, o
MPlayer.
Pros que não conhecem, o MPlayer é um player de multimídia para linha de comando capaz de reproduzir arquivos de som, vídeos, streaming de áudio e vídeo e, praticamente, qualquer formato conhecido pela humanidade (exceto o formato .nao_funciona, que é reservado aos players do Windows. ;-)
Já inventaram várias GUIs para ele (como o
GNOME MPlayer), mas nenhuma delas é tão boa quanto usar o dito cujo em um terminal ou (melhor ainda) no modo texto puro.
Só que o modo texto pode ser desajeitado para os clicadores de plantão. O MPlayer permite coisas do arco da velha, como reproduzir playlists.
Hoje, vamos mostrar como reproduzir um diretório inteiro de músicas direto pela linha de comando. Para esta dica de hoje, você vai precisar do MPlayer (vem instalado por padrão no
Slackware, nas outras distribuições o pacote costuma se chamar
mplayer ou
mplayer2) e do comando
find (normalmente já está disponível, já que pertence ao pacote
coreutils em qualquer distribuição séria), além de um entendimento básico de como o MPlayer funciona (para isso, serve a
manpage).
Vamos começar?
1. Modo tosco: criar uma playlist e então reproduzi-la
Esse método é tosco, porque a playlist não se atualizará automaticamente. Na verdade, com este método, você vai criar um arquivo de texto estático e, então, jogá-lo para reprodução via MPlayer.
a. Criando a playlist
O comando é simples, como roubar mariola da boca do capeta:
find (seu diretório de músicas) -name "*mp3" -o -name "*flac" -type f > ~/playlist
Substitua (seu diretório de músicas) pelo diretório que contenha os arquivos com as músicas.
Como você pode ver, com este comando, pode colocar mais de um tipo de arquivo de música, basta que cada flag "-name" seja precedido pela flag "-o" para cada flag "-name" adicional.
Vou colocar um exemplo para ficar mais claro ainda:
find -L ~/Músicas/Mantras\ Tibetanos -name "*mp3" -o -name "*flac" -o -name "*mid" -type f > ~/playlist
Eu costumo usar caminhos absolutos no
find, mas você pode usar caminhos relativos conforme sua preferência. Porém, prefira usar caminhos absolutos, porque o
find irá jogar o caminho completo no arquivo playlist. A opção "-L" é para que o find siga os vínculos simbólicos que encontrar.
b. Escutando a playlist e considerações deste método
Bem, após criar o arquivo "~/playlist" (pode ser com o nome que você quiser), basta usar o MPlayer para reproduzi-lo:
mplayer -playlist ~/playlist
Para reproduzir na ordem, ou:
mplayer -shuffle -playlist ~/playlist
Para reproduzir aleatoriamente.
Porém, este método apresenta um inconveniente: sempre que você apagar ou adicionar arquivos aos seus diretórios de música, você precisará atualizar a playlist usando o comando do passo a.
Para evitar isso, siga o "Modo Slacker Ultra-Esperto e Aprovado por 'Bob' Dobbs".
2. Modo Slacker Ultra-Esperto e Aprovado por "Bob" Dobbs
Se você leu até aqui, sabe que o modo anterior tem suas limitações. Mas, como eu sou um preguiçoso nato (do tipo que passa fome quando está com preguiça de cozinhar) e adepto da política do tacão (resolva seus problemas com uma tacada só, ou pelo menos quebre-os com uma tacada só), vai aqui a minha (modéstia_mode=off)brilhante (modéstia_mode=on) contribuição pro (puxa-saco_mode=on) mundo dos seres evoluídos iluminados pelo grande Fábio (puxa-saco_mode=off), também conhecido como Viva o Linux:
mplayer -playlist <(find (seu diretório de músicas) -name "*mp3" -o -name "*flac" -type f)
Acrescente a flag "-shuffle" para reproduzir coisas aleatoriamente. Com o uso desse redirecionamento (que nos obriga a usar caminhos absolutos no find), nós jogamos o conteúdo que seria escrito no arquivo da playlist direto na carcaça do MPlayer, que mata nos peitos, faz duas embaixadinhas e chuta direto pro fundo da rede!
O comando é maior, mas você não precisa ficar se preocupando em atualizar suas playlists (preocupação de MS-user ou Apple-user, sinceramente. ;-)
3. Momento de piedade: algumas informações úteis sobre o MPlayer
OK, eu disse que não ia fazer isso, mas me ocorreu que a tiazinha de seus noventa anos, que decidiu começar agora com o Slackware, possa se interessar em ouvir sua coleção do Black Sabbath usando esta dica, e que talvez, essa digníssima senhora não saiba usar o MPlayer.
Sendo assim, o que você precisa saber sobre o MPlayer é que ele tem todas as funções de um player comum (e mais algumas, como aumentar o pitch da reprodução), mas que são acessadas por toques de teclado:
- < (SHIFT + , nos teclados brasileiros) :: vai para a faixa anterior
- > (SHIFT + . nos teclados brasileiros) :: vai pra faixa anterior
- SETA PARA DIREITA :: recua a reprodução dez segundos
- SETA PARA ESQUERDA :: adianta a reprodução dez segundos
- 9 :: reduz o volume
- 0 :: aumenta o volume
- [ :: reduz a velocidade de reprodução ("pitch")
- ] :: aumenta a velocidade de reprodução ("pitch")
- m :: faz o áudio ir para mudo, ou sair do mudo caso já esteja
- q :: para a reprodução e fecha o MPlayer
Para maiores informações:
man mplayer
E com isso, encerro mais esta dica do Dino, desejando que todos vocês aprendam de uma vez que o terminal é a interface gráfica para os Caras!
lcavalheiro se despede, desejando a todos vocês a sabedoria de "Bob" Dobbs e Amor sob Vontade!
Observação importante: dica também publicada em:
[4] Comentário enviado por izaias em 01/07/2013 - 13:15h:
[3] Comentário enviado por lcavalheiro em 01/07/2013 - 11:59h:
[2] Comentário enviado por izaias em 01/07/2013 - 11:17h:
Ok, seu dino-pinguim estivador!
O clicador aqui vai testar. rs
E muito parecido com o MOC.
Ótima dica!
Eu reparei que na sua edição saiu uma gracinha que eu esqueci de tirar no texto... Deu pra sacar o drama da linguagem, eu espero, e porque meus colegas de sala de aula me chamam de estivador ;-)
Já quanto ao MOC, ele tem uma interface até agradável, lembra o Midnight Commander. O mplayer no terminal é mais pelado, mas dá pra fazer tanta putaria com ele que eu sinceramente o enquadro no mesmo caso do cdrecord: com um excelente aplicativo de linha de comando, por que diabos eu precisaria de uma GUI?
Lá no site do Edinaldo a gracinha ficou. Ele não retirou. rsrs
Não teve drama nenhum, ri muito aqui. :)
Já esse 'putaria' aí de cima, não vejo problemas. rs
É comentário, não está num texto que ficará para a posteridade.
Entendeu, né terminal-lover?
"...e porque meus colegas de sala de aula me chamam de estivador"
E em suas aulas, tire mais de você e coloque mais o conteúdo.
O pessoal vai estranhar... Ué! Esse é o professor Luís?! rs
Cara, é muto legal conversar com pessoas como você!
Abração.
Relaxa, Izaías... eu sei que pela netiqueta e tal a linguagem deveria ser melhor observada e coisa e tal. O problema é que eu escrevo como eu penso e não costumo revisar o escrito, e diga-se de passagem essa foi uma das razões pelas quais minha monografia da graduação levou quatro anos para ser escrita (meu orientador era um padre, para piorar tudo). Depois que a bomba estoura, a titica já acertou o ventilador e todo mundo está cagado que só vendo, não adianta mais pedir desculpas (principalmente se a titica caiu bem no fundo da boca de alguém). Aí tem gente que faz drama (não é o seu caso, mas o da diretora de uma escola que eu dou aulas e que é presbítera na igreja dela), mas depois que falo já era, já ofendeu e pedir desculpas não desofende.
No mais, quem me conhece há mais tempo estranha quando eu passo dez minutos sem falar uma besteira sequer - não por esforço da minha parte, é questão da naturalidade da linguagem e coisas do gênero, e de aprender a mesma linguagem dos alunos e coisa e tal para facilitar a educação. Tem gente que até pergunta se eu estou doente quando eu falo com um nível mais moderado de "linguagem imprópria para pessoas mais jovens que o primeiro professor do Teixeira"... Relaxa, eu sei que moderar isto aqui não é a coisa mais fácil do planeta - jamais poderia, com tanto dino raivoso pra cá, português estropiado pra lá, analfabeto perguntando como se dá um apt-get ali, gente querendo saber como editar o sources.list aqui, doentes comentando como foi a compilação do sábado à noite e tals...
Ah, no Mundo GNU a gracinha acabou ficando porque a postagem aqui foi uma espelhagem da de lá, e o Edinaldo me convidou pra equipe do blog dele (não tem noção do perigo, coitado). Assim, quem moderou foi o boca-suja aqui foi o boca-suja aqui, e quando os gatos saem...
Cara, vou te falar uma coisa: conversar com gente que sabe conversar, tipo você, o Edinaldo, o Alberto, o madruga, o André, o Clodô, Teixeira e a galera mais equilibrada deste cantinho virtual, é um prazer que não cabe em palavras. É quase coisa de aliens (
http://24.media.tumblr.com/tumblr_lsbdvjDx5P1qcju3no7_500.jpg , pra entender melhor), saca?