Do ponto de vista físico, não! Software não envelhece e nem desgasta. O que é envelhece é o contexto no qual ele está inserido (o hardware e os periféricos controlados por ele).
Se você rodar um programa escrito a 10 anos atrás, ele irá funcionar normalmente (no ambiente para o qual ele foi desenvolvido).
Mas um software feito a dez anos não é velho demais?
Vamos tomar por base os Windows (nessa época eu não conhecia e não usava Linux, aliás eu nem sabia o que era um computador :P):
Se você ganhasse hoje uma licença do Windows 98 (acho que nem existe mais), você usaria no seu computador pessoal (um super duo-core com 4 GB de RAM, 500 GB de HD) para fazer as tarefas simples, como pagar contas, navegar na web, jogar, ler e mandar emails?
Se analisarmos do ponto de vista tecnológico, vamos concordar que ele é uma coisa muito ultrapassada e que não vai funcionar como esperado. A segurança oferecida por ele é precária demais para que qualquer pessoa que priorize a segurança dos seus dados possa usá-lo (quebrar uma senha do Win98 é fácil demais). O sistema de arquivos é ruim e a falta de estabilidade nem se fala! (só se você fosse louco! Mas muito louco mesmo pra instalar e usar)
Sem mencionar que hoje temos SOs muito melhores (basta ver algumas das distribuições Linux), que são projetados para os suportar os hardwares de hoje e aproveitar o máximo que eles podem oferecer (no caso do Linux, até os de antigamente), assim como o Win98 foi feito para os hardwares de sua época (nem tanto na parte de aproveitar o máximo do hardware).
Nesse caso, você irá concordar comigo que o Win98 seria "velho" demais para ser usado. Não haveria lógica alguma (seja comercial ou não) para alguém escrever drivers de um placa de vídeo ou um serial ATA, por exemplo, para ele.
Se seguirmos esse raciocínio e formos para o Windows XP, vamos chegar a conclusão que ele também já está ficando velhinho! Alguns dos hardwares fabricados hoje só tem drivers para o Vista, portanto você não poderá usá-los no XP (a menos que encontre outros meios). E isso também será inevitável para o Vista.
As distribuições Linux também não ficam de fora dessa realidade. Mais cedo ou mais tarde elas serão descontinuadas ou ganharão novas versões, mais eficientes e seguras, com recursos que nem sonhava-se que iriam existir.
Algumas distribuições como a Ubuntu por exemplo, só tem suporte de atualização por um ano ou dois para as versões que são liberadas, depois são descontinuadas e toda a atenção é voltada as novas versões.
Mas por outro lado, vamos analisar do ponto de vista de um comerciante que usa máquinas antigas na sua loja com Win98 para rodar softwares que registraram as vendas:
Para esse usuário, o Win98 continua jovem e forte ainda! Pois ele atende perfeitamente as suas necessidades. Sendo assim ele não faria atualização alguma, já que isto não lhe traria benefício algum, e só aumentaria seus gastos com compra de licenças e chateações com atualizações constantes.
O mesmo vale para quem tem um k6-2, rodando o KDE 2.0. Se este usuário não quer fazer upgrade de sua máquina, então o KDE 2.0 ainda é melhor opção para ele.
Dessa forma chegamos a conclusão que sempre surgirão softwares novos de acordo com a evolução tecnológica e necessidades dos usuários, e muito do que se criou ficará ultrapassado.
É aquela velha história de que o que é bom é aquilo que te atende, sendo "velho" ou não.
[1] Comentário enviado por vsmoraes em 06/03/2009 - 18:43h
Olá Evaldo,
Este é um ótimo tema e pode gerar uma discussão bem construtiva. Porém, acredito que você se prendeu muito aos Sistemas Operacionais em si. Existem softwares que, mesmo com o passar dos anos, continuam na nossa rotina.
Em relação às distribuições Linux (talvez qualquer Sistema Operacional se encaixe aqui), o modelo de atualizações já está precisando ser revisto. É um tanto desgastante ter que realizar uma nova instalação a cada nova versão (4, 6 ou 12 meses para algumas distribuições). Esse foi um dos motivos que me fizeram abraçar do Arch Linux e sua filosofia Rolling Release.
Ótimo artigo, espero a contribuição de mais membros da comunidade para que possamos discutir este assunto.
[2] Comentário enviado por albfneto em 06/03/2009 - 20:56h
sim, artigo interessante, sim é claro que software envelhece..
XP também, XP não tá velhinho, tá velhão!
ex, se vc tem um athlon DX2, 64, XP não reconhece a memoria toda, não roda bem nada de 64 bits, só quebra galho!
memso os primeiros Vista, starter, Home, Betas, os Longhorn...
em micros 64 de 4 giga de ram, eles só enxergam 3....
Muitos usuaŕios de Windows, dizem que XP é melhor que Vista, não é não...
software antigo é para máquina antiga e olhe lá....
[3] Comentário enviado por fabio em 07/03/2009 - 02:01h
Pra mim existe um software que nunca envelhecerá, trata-se do editor VIM. Não há mais o que pôr nem o que tirar nele e acho que ele só se tornará obsoleto no dia em que os editores trabalharem com reconhecimento de voz (comando e digitação).
[4] Comentário enviado por ron_lima em 07/03/2009 - 10:20h
Sim, software envelhece.
O software é construído para resolver um determinado problema. Com o passar dos anos, o problema muda, seja por força de mercado, seja por que quem usa o software teve mudanças na direção dos negócios. Software tem de ser encarado como uma peça de engenharia que visa automatizar alguma tarefa e não como uma idéia romântica. A função de qualquer peça de engenharia é deixar o trabalho maçante para as máquinas enquanto nós, humanos, temos mais tempo para cuidar de coisas mais interessantes.
Por exemplo, o VIM é um software que visa automatizar a tarefa de edição de textos, dando ao usuário ferramentas avançadas para minimizar a sua digitação. Os editores de textos como o VIM ou o EMACS (meu favorito) tendem a ter uma vida mais longa, pois a edição de textos planos é um problema que ainda não foi mudado ao longo dos anos. Mas isso não significa que será assim para sempre.
Como bem disse o amigo Fábio, se um dia houver uma alteração substancial na interface homem-máquina, pode ser que o teclado torne-se obsoleto, levando os editores de texto a serem atualizados ou simplesmente à obsolescência.
A questão do hardware é apenas uma variável da equação. Em verdade, o software obsoleto é aquele que não resolve mais o problema do usuário. Notem, o foco do software sempre é o usuário, pois foi para o usuário que o software foi feito e não para determinada plataforma ou hardware. Afinal, não é o hardware ou a plataforma quem usa o software, mas o usuário.
[5] Comentário enviado por pinduvoz em 08/03/2009 - 03:26h
É claro que software envelhece. Se não envelhecesse, ainda usaríamos o DOS (lembram dele?).
A área de tecnologia passou por tantas revoluções que é quase impossível usar hoje algo de 10 anos atrás. Até o Windows XP, que aqui foi usado como exemplo, evoluiu e não é mais o mesmo "programa" da época de seu lançamento, quando ele nem sequer tinha condição de enxergar um placa de rede sem fio.
E para mim, o Vista, caso tivesse sido bem aceito (e não foi), continuaria a evoluir e não seria substituído tão-cedo, como de fato será (em 2009, ou 2010).
Já com o Linux a evolução é muito mais rápida, pois a quantidade de pessoas em volta dele é impossível de ser igualada até mesmo por gigantes como a MS e a Apple, e isso traz o problema citado pelo vsmoraes: instalar a cada 6 ou 12 meses um novo SO.
[6] Comentário enviado por Pingoms em 08/03/2009 - 09:48h
Sim envelhece e o maior perigo é na área da segurança.
Softwares antigos tendem a serem completamente esquecidos por todos mas, não pelos hackers que podem encontrar neles brechas para acessos não autorizados, facilitando assim suas vidas.
[7] Comentário enviado por removido em 08/03/2009 - 16:39h
Se considerarmos que software é um tipo de informação estruturada, não há como dizer que a informação fica nova ou velha. O objetivo pode mudar, o foco pode mudar, o contexto pode mudar. Mas informação é sempre informação, podendo ser reutilizada. Não acredito que haja como fazer esse comparativo software (informação) x idade.
[8] Comentário enviado por stremer em 09/03/2009 - 09:58h
olha...
minha opnião é que software não envelhece... ele evolui! Para uma pessoa que usa o computador para digitar e imprimir textos, ela poderia muito bem fazer isso com um windows 3.1 e um word 2.0 ... até mesmo com um dos 5 e um word 4 ... ou word star... acontece que as novidades aparecerem, e logo os usuários a querem (pois como falaram vai facilitar mais a vida ou trazer novos recursos), logo isto precisa de um hardware novo, logo de uma nova tecnologia e assim aquele software se torna "velho", chegando até não funcionar mais!
Porém o mais interessante que os algoritmos continuam la... firmes e forte... tem mto algoritimo que foi criado antes mesmo da invenção do primeiro computador... antes mesmo do ano de 1900... que tem muito mais que 100 anos... havia muito aplicativo na decada de 80 que fazia exatamente a mesma coisa que aplicativos atuais... só mudam alguns recursos, mas o resultado final mtas vezes acaba sendo parecido...
um cadastro de clientes evoluiu, da tela verde para a tela preta, para a tela colorida de terminal, para o aplicativo grafico (a la windows vb/delphi) e hoje esta evoluindo para uma página web, sendo que alguns já estão indo para a segunda evolução que seria utilizando tecnologias como ajax, dentre outras... no final... é o mesmo cadastro de clientes...
da mesma forma que um carro evolui, com itens de segurança, injeção eletrônica, depois vieram os flex... e assim por diante... nem por isso um fusca 66 deixa de te levar do ponto A até o ponto B, pode ser com menos conforto e as vezes em mais tempo, mas que ele te leva, ele te leva...
Em relação ao editor comandado por voz... vi programas que se propunham a fazer isso na epoca do windows 3.1, em meados de 93... não sei se alguem mais chegou a ver, mas minha conclusão é que o teclado ainda é muito mais rapido do que a voz... o que falam é que a próxima evolução serão os computadores controlados pela força do pensamento... ai sim será mais agil que o teclado...
E envelhecer depende também do ponto de vista... outro dia visitando a pizzaria de um amigo meu vi que ele iria fazer backup do seu sistema... utilizando apenas 1 disquete (outra coisa considerada do passado para muitos)... o aplicativo que ele utiliza ainda esta na epoca do MS-DOS da tela preta... roda em um 386 com 4Mb de RAM... e nem precisa de hd, pode rodar do disquete mesmo!!!!
ai eu falei para ele pq ele não trocava o sistema. Ai vem os argumentos... o que ele precisa é somente quando o telefone tocar, saber quem esta falando, qual o endereço (ficha) do cliente e quais os pedidos dele... o telefone toca, ele ve o numero no bina e digita e pronto, toda a informação esta la... o que ele ganharia com um sistema novo? Talvez ele não precisasse mais digitar o telefone, poderia ser automatizada esta parte... ele poderia ter uma "telinha" colorida e mais bonita... um monitor de LCD a mostra para os clientes... ai entra a discussão, qto isto irá custar? Precisará investir numa maquina nova, que somente ele utiliza... não tem clientes que visitam muito a pizzaria, faz somente entregas... ou seja, o sistema dele hj atende perfeitamente e pode até ser velho na visão de muitas pessoas mas para ele, esta ótimo...
[10] Comentário enviado por albfneto em 09/03/2009 - 16:43h
bom, foi citado editor VIM. Sim, Vim não envelhece, bem como NANO, como MC (Midinight Commander) essas coisas são clássicas serão usadas ainda por muito tempo...
[16] Comentário enviado por boyinacio em 27/07/2010 - 22:02h
Concordo com o artigo, e digo mais: software também morre. Segundo a Engenharia de Software, caso um sistema passe mais de cinco anos sem "sofrer" manuntenção, este pode ser considerado "morto", ou descontinuado (vocábulo mais leve). Em relação à questão de envelhecimento, a engenharia explica o seguinte: quando um software já está durando um bom tempo, e passando por manuntenções sucessivas, é sinal de que "seu fim" estaria chegando, sendo tal estado análogo à velhice. Nos comentários deste artigo também fora citada a questão da evolução. Peço desculpas pela repetẽncia, mas, nesse ponto, a ES também está inserida, com o conceito de reengenharia, que o processo de estudo de um sistema existente (no caso, "velho") e a posterior produção de outro com base nele. Neste sentido, surgem, também, outros conceitos, como o controle de versões, que, pelo visto, fora bastante recorrido nas entrelinhas das discussões e do próprio artigo (os quais estão muito bons. Parabéns). Realmente, software, em certos casos, é algo profundo...