Software Livre e a liberdade de aprender

O que define a natureza livre de um software é sua licença. Essa licença deve explicitar 4 liberdades numeradas de 0 a 3. Nesta série de artigos serão avaliadas cada uma dessas liberdades, seus significados, importâncias, e sempre que possível será feito um paralelo com licenças não livres, como forma de demonstrar as virtudes daquelas sobre estas.

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Por: Emmanuel Ferro em 07/12/2010


A liberdade de aprender



Definição:

A segunda liberdade, a liberdade #1, assegura ao usuário do software o direito de estudá-lo e modificá-lo para que este atenda plenamente à suas necessidades. A liberdade de aprender só é possível se código fonte do software for disponibilizado. Um erro comum é confundir software livre com software grátis, pois o requisito de acesso ao código fonte os descredenciam como tal.

Importância:

Para o usuário de software comum, a liberdade de estudar pode não significar muito, no entanto, para profissionais e empresas de TI pode ser a diferença entre fazer parte do processo produtivo de software e a dependência perpétua de tecnologia estrangeira.

A liberdade de aprender favorece diretamente o desenvolvimento da industria nacional, seja pela possibilidade de estudar software de alta tecnologia como de adaptá-los para as necessidades nacionais.

Do ponto de vista acadêmico, tem-se uma oportunidade ímpar, inédita em qualquer área do conhecimento humano. Para a Computação, o livre acesso ao código fonte de sistemas como o Linux, Apache, Postgresql ou OpenOffice.org equivale na Eletrônica ao acesso a tecnologia de fabricação de microships de empresas como AMD e Intel ou anida na Engenharia Mecânica ao acesso a projetos e tecnologias da fabricação de motores Honda, Ford, dentre outros.

Outra possibilidade favorecida liberdade #1 é a facilidade de traduzir o software para diversos idiomas. Algumas empresas de software não disponibilizam seus produtos em alguns idiomas devido a inviabilidade econômica, isso pode favorecer o desaparecimento de dialetos locais e até mesmo de culturas inteiras. Um exemplo de software largamente traduzido é o Linux, disponível em idiomas como vasco, zulu, esperanto, dentre inúmeros outros.

Por fim, um aspecto relevante diz respeito a segurança dos sistemas de informação, a liberdade #1 permite que o software seja auditado e que se conheça o que e como ele faz seu trabalho. Esta é uma das razões que levaram entidades como o Exército dos Estados Unidos, NASA e Governos como Alemanha, EUA e China a optarem por software livre.

Conclusão:

Se a liberdade #0 prega o compartilhamento material, a liberdade #1 permite o compartilhamento intelectual. A liberdade de aprender descentraliza a tecnologia, permite a emancipação pelo conhecimento de regiões mais pobres do globo e contribui para a preservação de culturas locais. Considerando que muitas empresas elegem a informação como seu mais valioso ativo, a segurança obtida com liberdade #1 torna o software livre estratégico no tocante a segurança corporativa e até mesmo segurança nacional.

Em breve:

A liberdade de compartilhar.

   

Páginas do artigo
   1. A liberdade de aprender
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Comentários
[1] Comentário enviado por removido em 07/12/2010 - 21:41h

Só para acrescentar, nosso exército também usa o SL.
_______________________________________________________________________________

Gostei de seu artigo.
Se a continuação mantiver o mesmo padrão, será ótima referência para que muitos entendam a Filosofia do Software Livre de forma bem elucidativa.

Parabéns.

[2] Comentário enviado por eferro em 09/12/2010 - 08:25h

Caro Izäias , obrigado pelas palavras de incetivo.
Realmente devemos ressaltar que o Exército brasileiro foi pioneiro na adoção de SL, principalmente por razões de segurança. Estive recentemente no Ministério da Aeronáutica e soube que esta também está seguindo o mesmo caminho. A boa notícia é que a o Governo brasileiro tem avançado em passos largos na política de software livre e na adoção de padrões abertos. Recentemente foi aprovado na Câmara dos Deputados o Projeto de Lei 3070/2008 (http://www.camara.gov.br/sileg/prop_detalhe.asp?id=387780) que torna obrigatório o uso de padrões abertos pelos órgãos públicos brasileiros. Também destaco a recente opção da Receita Federal em adotar o ODF como formato padrão de documentos. Todas estas conquistas só foram possíveis graças a constante cobranças das comunidades de SL, pessoas como nós, que exigem dos órgãos o cumprimento de suas própria normas. Um abraço.

[3] Comentário enviado por JoseRenan em 09/12/2010 - 09:41h

bom Artigo!!
Ontem fui a uma agência do banco do brasil (foi o lugar onde tem mais computadores com Linux q já fui) e vi com meus olhos q realmente eles fizeram uma boa escolha. Viva o SL!

[4] Comentário enviado por nicolo em 09/12/2010 - 10:56h

Bom


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