Continuando a série sobre programação, vamos falar sobre modularização. Como dividir adequadamente um sistema? Qual a unidade ideal? Como quebrar funções? Como saber se um módulo está realmente bom? Esse artigo vai tentar responder algumas dessas questões e dar argumentos para pensarmos em muitas outras.
Uma procedure (usarei esse termo indistintamente, seguindo a tendência atual) deve, idealmente, ser aproveitada em muitos lugares do programa. Isso significará uma melhor aproveitamento do código, evitando que repetição de trechos de código, o que costuma dificultar a manutenção.
Tomemos um exemplo:
Imagine que em diversos momentos da operação de um sistema, quero validar os dígitos verificadores de um número de CPF qualquer que é fornecido. Se eu escrever o código de verificação repetidamente em todos os lugares em que ele for necessário, terei vários problemas:
a) O esforço de escrever tudo novamente, diversas vezes;
b) A possibilidade de, ao escrever tudo novamente, introduzir acidentalmente erros (claro que não estou levando em conta aqui o velho Ctrl-C/Ctrl-V, que diminui essa possibilidade);
c) Um pesadelo de manutenção, pois se um dia a Receita Federal resolver mudar a fórmula de cálculo dos dígitos verificadores do CPF, eu terei de sair como um maluco procurando em cada trecho do meu código os lugares em que aquele cálculo aparece e reescrevendo tudo. E se eu esquecer em um único lugar, certamente terei clientes furiosos correndo atrás de mim muito em breve...
Por isso é boa prática escrever essa rotina de verificação na forma de uma procedure e invocar essa procedure sempre que necessário, fornecendo a ela o CPF que se que verificar e recebendo dela um informe sobre a validade ou não daquele CPF.
Quando uma função é utilizada por muitos pontos do sistema, diz-se que ela tem um bom FAN-IN.
Assim, quando planejamos nossos módulos, devemos buscar para cada um deles um fan-in elevado.
[5] Comentário enviado por EdDeAlmeida em 06/05/2008 - 08:51h
stremer,
Tem de fazer ouvido de mercador para os caras que ficam pressionando para acelerar o trabalho. Se você foge dos esquemas bem definidos, acaba perdendo mais tempo no final.
[9] Comentário enviado por EdDeAlmeida em 07/05/2008 - 19:12h
O próximo artigo já está no forno... deve estar pronto para ser postado no início da semana que vem. Aí é só esperar a fila andar. Mais uma vez obrigado pelos comentários e pelo apoio de todos.
[11] Comentário enviado por joaomc em 09/05/2008 - 13:53h
O princípio da caixa preta é bonito na teoria, mas na prática a coisa não é bem assim. Muitas vezes você *precisa* saber o que há por trás daquele método que está chamando, para, por exemplo, saber os efeitos colaterais, se o método é thread-safe, etc.
Mas estou só sendo chato, o artigo ficou bom, parabéns :)
[12] Comentário enviado por EdDeAlmeida em 09/05/2008 - 19:43h
joaomc,
Concordo em parte. Mas saber se um método é thread-safe não viola necessariamente o princípio da caixa-preta. O que viola é escrever código que dependa do algoritmo usado por essa ou aquela função. Isso é uma violação grave, que cria dependência. A questão de ser ou não thread-safe é mais relacionada com o conhecimento dos requisitos do módulo. Vamos discutir isso quando formos falar em análise de requisitos.
rl27,
Obrigado pelo comentário. E tenho certeza que em breve estarei também lendo seus artigos aqui. Basta estudar e estar com a mente aberta para aprender.